Quero respirar
QUERO RESPIRAR
Rogério Martins Simões
Os silêncios.
A tristeza dominante;
Este estado de alma
reinante
que não me deixa
descansar;
Este corpo que não
obedece,
e padece,
perto e distante:
Copo esguio,
rolado, rolando
numa ponte levadiça,
que mais parece preguiça,
ora se levanta, e logo tomba.
Tomba a própria vida,
quando a rua desliza
e nos pisa,
quando ela nos foge
nos derradeiros lances de
estrada,
inclinada,
e lá vai...
Ainda se fosse.
Não vai!
Esta dor acamada,
parando,
parada
em cada lance de escada.
Sou um peso morto,
lastro, navio à deriva,
vida encalhada:
sofrida.
A minha sorte é nada.
Decrépitas tristezas
tomaram o pulso ao meu
fôlego:
Quero respirar…
Aldeia do Meco, Campimeco,
2/10/2009