Ando léguas parado
ANDO LÉGUAS PARADO
Rogério Martins Simões
Sinto-me fraquejar.
Já nem sei se sinto.
Existo numa existência reduzida,
Fraquejada, sofrida.
Ando léguas,
Parado
Num morro de silêncios soletrados
Sou um corrimão sem utilidade
Onde tropeço e tombo
Cortinas adensam o meu corpo.
Biombos e labirintos terei de percorrer.
Percorro, quase sempre, as mesmas palavras
Acrescentadas aqui e além com traços
Descontínuos
Como a água onde lavamos
As lágrimas tristes do nosso olhar.
Meco, Praia das Bicas, 20/09/2014 11:31:24