Gira que gira a minha tristeza
GIRA QUE GIRA A MINHA TRISTEZA
Rogério Martins Simões
Certa como incerta é minha certeza:
É estar morto e sentir o coração;
E é andar, para aqui, a tombar no chão;
Gira que gira por baixo da mesa.
Que o meu derrube não será leveza,
Tão pesado, parado, em contra mão.
E o vento que de mim se fez pião,
Gira que gira na minha tristeza.
Decerto, dirão aqueles que me leram,
Que outros, por tanto, ou muito mais sofreram:
Saindo muito mais cedo da corrida…
Sendo eu poeta, e bordão, vos secundo,
Que o tempo é p´ra ser vivido ao segundo.
Lutando para ganhar tempo à vida.
Meco, Praia das Bicas, 09/10/2014 18:53:10
(ao meu irmão, José Manuel Martins Simões)