MESTRE E MARINHEIRO
MESTRE E MARINHEIRO
Rogério Martins Simões
Descias o Tejo e olhavas Lisboa,
Chinelas aos pés da Madragoa,
Blusa de chita, corpo de gazela;
Sempre tão bonita; sempre tão bela.
O mastro altaneiro vai engalanado.
Sobe o gajeiro na letra dum fado.
Sorriso malandro, calha ou não calha,
Assim fui passando: que Deus nos valha.
Pinga a maresia, ardem os joanetes.
Contam-se os anos restam alfinetes.
Dos desenganos não tenho mais pressa:
Vão os verdes anos, assim, tão depressa.
Mestre marinheiro tua mão não treme.
Teu timoneiro é S. Vicente ao leme.
Quero ir à Bica com corvos à proa,
Comer fava-rica a dentes de broa…
Meco, 22/04/2015 23:56
(Ao Meu Mestre – Padre José Correia da Cunha)