Perseguição
PERSEGUIÇÃO
Rogério Martins Simões
Não! Não me soltem as letras destes versos
Nem me pendurem num tempo breve
Basta o que não escrevi, e chorei,
Tudo se alagou no que não sei...
Que Deus te perdoe
E que seja leve.
Não! Não me prendam nas letras dos versos,
Deram-me setas afiadas na ilusão:
Ligeiras e tão lestas.
Quem lhes afiou as arestas?
Quem me retalhou o coração?
Não! Não me soltem as letras destes versos.
Nem a insensibilidade de quem se atreve
A distorcer, sistematicamente, a razão…
Antes tivesse perdão.
Que Deus te perdoe e te leve.
Lisboa, 28 de abril de 2011
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)