POR QUEM A MINHA ALMA SE AUSENTA
POR QUEM A MINHA ALMA SE AUSENTA
Rogério Martins Simões
Aquela por quem minha alma se ausenta,
Divina musa que o meu tempo laça,
É sal que me tempera; que reinventa
A noite, quando a noite nos abraça…
Aquela que me tenta e tanto atenta:
Ilumina, fascina, e tem na graça:
A graça com que embala e movimenta,
Meu corpo que perdido esvoaça.
Aquela que na dor me faz rochedo;
Que por amor me perco e perco o medo:
É voz deste sofrer intolerante.
E se nem andar sei aquando ausente,
Aquela por quem meu amor tanto sente:
É beijo deste belo e terno instante.
Praia das Bicas, 21/10/2013 20:53:10
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)