Foto de um painel que existia perto de Alcântara. Faz parte das fotos que tirei desde 1974
Este meu poema pretende ser um hino ao trabalho.
A MINHA POESIA DE HOMEM SOLTO
Rogério Martins Simões
Lancei ao vento,
O meu pensamento emigrante,
A minha poesia de homem solto.
E colhi, por cada palavra,
A aragem fresca da manhã.
E disse-me “Suor do campo”:
-Toma o meu pólen de flor liberta
E compartilhemos o saco da fruta madura.
Lancei ao vento,
O meu pensamento emigrante,
A minha poesia de homem solto.
E tomei, de madrugada,
O “Mata-Bicho” em fato-macaco.
E disse-me o Sujo de Fábrica:
-Toma o arado,
A faca por mim feita,
E comeremos também
a fruta madura.
Lancei ao vento
O meu pensamento emigrante,
A minha poesia de homem solto,
E colhi por cada palavra,
Na palavra, a onda calma.
E disse-me o “Mestre da Traineira”:
- Toma esta rede!
- E come também
Este cardume de vida,
Tão cheio dos nossos mortos,
E repartamos o saco da fruta madura.
Lancei ao vento
O meu pensamento emigrante,
A minha poesia de homem solto,
E colhi em toda a palavra
Um estilo novo;
Numa amizade velha…
E, num arranha-céus da construção civil,
Petiscámos todos:
O peixe vivo.
A carne fresca.
A fruta madura.
O mosto da uva.
Servidos pelo pólen da poesia livre
Colhendo a cada instante
A união do trabalho das forças produtivas.
Deixo-vos aqui
O meu pensamento emigrante,
A minha poesia de homem solto…
1984
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Poemas de amor e dor
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(Foto de Romasi)
LIBERDADE
Rogério Martins Simões
Quando as manhãs, as tardes,
e as noites escondiam,
desesperados esperámos,
não chegavas,
e de ti nada sabíamos...
Foram tão longas as noites
do tamanho dos dias,
que nos esquecemos do sol
na esperança que vinhas.
Foi por ti que chamámos,
e de luto, lutando, morreríamos.
Foi por ti que gritaram,
aos que antes da morte
a morte pediram...
E depois de tanto tempo,
em que o tempo silenciado
e o desânimo quase vencia,
tu vieste de novo,
com mais idade,
aos olhos do dia.
Nossos olhos abertos
quase cegos ficaram,
quando as portas cerradas
e os cimentos caíram...
Era tarde e tardaste
quando finalmente chegaste
na mais linda primavera
que me recordo que vira...
É por ti que de felicidade
te chamo sem ira...
LIBERDADE!
Lisboa, 02-03-2010 17:48:32
Dedicado a José Carlos Ary dos Santos
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
Poemas de amor e dor
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Para escutar o vídeo desligue por favor o fundo musical do blog, obrigado
LIBERDADE
Rogério Martins Simões
Quando as manhãs, as tardes,
e as noites escondiam,
desesperados esperámos,
não chegavas,
e de ti nada sabíamos...
Foram tão longas as noites
do tamanho dos dias,
que nos esquecemos do sol
na esperança que vinhas.
Foi por ti que chamámos,
e de luto, lutando, morreríamos.
Foi por ti que gritaram,
aos que antes da morte
a morte pediram...
E depois de tanto tempo,
em que o tempo silenciado
e o desânimo quase vencia,
tu vieste de novo,
com mais idade,
aos olhos do dia.
Nossos olhos abertos
quase cegos ficaram,
quando as portas cerradas
e os cimentos caíram...
Era tarde e tardaste
quando finalmente chegaste
na mais linda primavera
que me recordo que vira...
É por ti que de felicidade
te chamo sem ira...
LIBERDADE!
Lisboa, 02-03-2010 17:48:32
Dedicado a José Carlos Ary dos Santos
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
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LIBERDADE
Rogério Martins Simões
Quando as manhãs, as tardes,
e as noites escondiam,
desesperados esperámos,
não chegavas,
e de ti nada sabíamos...
Foram tão longas as noites
do tamanho dos dias,
que nos esquecemos do sol
na esperança que vinhas.
Foi por ti que chamámos,
e de luto, lutando, morreríamos.
Foi por ti que gritaram,
aos que antes da morte
a morte pediram...
E depois de tanto tempo,
em que o tempo silenciado
e o desânimo quase vencia,
tu vieste de novo,
com mais idade,
aos olhos do dia.
Nossos olhos abertos
quase cegos ficaram,
quando as portas cerradas
e os cimentos caíram...
Era tarde e tardaste
quando finalmente chegaste
na mais linda primavera
que me recordo que vira...
É por ti que de felicidade
te chamo sem ira...
LIBERDADE!
Lisboa, 02-03-2010 17:48:32
Dedicado a José Carlos Ary dos Santos
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
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PERSEGUIÇÃO
Rogério Martins Simões
Não me soltem as letras destes versos
Nem me pendurem no tempo breve
Basta o que não escrevi e chorei
Tudo se alagou no que não sei...
Deus te perdoe e que seja leve.
Não me prendam nas letras dos versos
Deram-me as setas afiadas na ilusão
Ligeiras e tão lestas
Quem lhes afiou as arestas
Quem me retalhou o coração
Não! Não me soltem as letras destes versos
Nem a insensibilidade de quem se atreve
A distorcer sistematicamente a razão
Antes tivesse perdão
Que Deus te perdoe e te leve
Lisboa, 28 de abril de 2011
De acordo com a Lei os direitos de autor estão protegidos, independentemente do seu registo. (A registar no Ministério da Cultura - Inspeção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. – Processo n.º 2079/09)
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