Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Passam no próximo dia 24 de Setembro 93 anos do seu nascimento, que como todos
sabemos era o dia 24 de Setembro 1917 e não a 26 de Setembro, como consta nos
documentos oficiais de identificação.
Com a presença do prestigiado organista francês Robert Descombes, que nos anos
60 e 70, a pedido de Padre Correia da Cunha, deu vários concertos, no majestoso
órgão da Igreja de São Vicente de Fora, um grupo de amigos realiza no próximo
dia 24 de Setembro, uma HOMENAGEM DE GRATIDÃO expressando um vivo reconhecimento
a este grande, homem, mestre, capelão e padre… que tanto contribuiu para a
formação cristã e humana de várias gerações.
PROGRAMA 16.00 Horas – Romagem ao mausoléu dos seus restos mortais, no Cemitério
do Alto de São João (Rua 57ª – 36831)
19.00 Horas – Concentração nas escadarias do Mosteiro de São Vicente de
Fora.
20.00 Horas – Jantar no Restaurante Mercearia Vencedora Avenida Infante Dom Henrique Doca do Jardim do Tabaco, Pav. A/B – (Parque estacionamento)
WWW. Merceariavencedora.com
Agradecemos a vossa confirmação para o email: joaopaulo.costadias@gmail.com
Já não está connosco, mas naquela data, queremos aproveitar para agradecer a
Deus ter-nos concedido este grande zeloso capelão e prior que no desempenho
dessas suas nobres missões deixou uma obra tão sólida que ainda hoje perdura,
tão vasta que provoca a tantos anos de distância, os nossos quentes aplausos de
PARABÉNS!
(1) - Robert Descombes é titular e conservador do órgão d'Orgelet, um dos mais
antigos instrumentos de Franche Comte, e um dos poucos instrumentos do século
XVII, existente em França. Como tal, é uma das grandes jóias da sua cidade. Pela
sua enorme reputação, que vai para além das fronteiras, já recebeu visitas
regulares de organistas de todo o mundo. Os organistas são pessoas de grandes e
eternas paixões. Este grande organista titular e grande apaixonado pelo
maravilhoso órgão de São Vicente de Fora, nutria uma profunda amizade por Padre
Correia da Cunha.
(João
Paulo Dias)
(Fotografia
da Igreja de S. Vicente de Fora
Rogério Simões)
VESTIRAM-ME UMA TÚNICA BRANCA E CINGIRAM-ME COM UM CORDÃO
VERMELHO
Rogério Martins Simões
Desde menino, quando apenas conhecia os anjos, já escutava, na
telefonia, a bela voz da Amália. A Minha mãe lavava a roupa no tanque, num
saguão de uma casa na freguesia de S. Vicente de Fora, e cantava desconhecidas
cantigas da Beira Serra.
Fui crescendo e um dia, no início dos anos 60 do século passado,
descobri por acaso os caminhos que me conduziram, durante muitos anos, à Igreja
de S. Vicente de Fora.
Tinha então onze anos! Meus pais, com raízes Cristãs, não
frequentavam a igreja nem obrigavam os filhos a irem à missa.
A luta pela vida era tremenda! Levantavam-se pelas 4 horas da
manhã, apanhavam o eléctrico que os levava à Praça da Ribeira onde se abasteciam
de legumes com que governavam a vida no mercado de Santa Clara. Era um tempo em
que aqueles mercados pululavam de gente; em que os espaços reservados aos
pequenos comerciantes (lugares e pedras) eram disputados e bem pagos nos leilões
do Município de Lisboa.
- Antes carregar duas sacas de batata cruzadas à cabeça que andar
com um molho de mato e a passar fome! - Dizia minha mãe.
Recordo que trabalhavam duramente toda a semana e o único dia que
lhes restava para descansarem era o Domingo. (Talvez aqui esteja a explicação
para não serem assíduos frequentadores da igreja).
- Rogério! Estamos os dois para aqui fechados em casa! - Dizia o
meu pai, ainda na semana passada, e continuava:
- Se não fosse o Santana Lopes a mandar fechar o mercado de Santa
Clara a tua mãe e eu, mesmo com os meus 86 anos, ainda estaríamos vendendo
frutas e hortaliças, convivendo e vivendo, no Mercado de Santa Clara.
Têm razão os meus pais. Os mais velhos só servem para votar, e
aí, sim - até os vão buscar aos lares ou às suas casas! Quanto ao mercado de
Santa Clara era, e foi, parte integrante das suas e das nossas vidas. Fecharam o
mercado! Está às moscas! É um espaço morto.
Volto aos meus onze anos.
Frequentava, então, o Liceu Nacional de Gil Vicente quando pela
primeira vez entrei nos claustros do Mosteiro de S. Vicente de Fora.
Nesse tempo as portas estavam abertas e, tirando o Panteão Real
da Casa de Bragança que tinha segurança, tudo aparentava um completo abandono e
desleixo.
Foi assim que conheci o Mosteiro de S. Vicente de Fora.
Comecei a caminhar para lá - até que um dia, quando frequentava a
escola comercial, Deus colocou no meu caminho o caminho para a Igreja Católica.
Por coincidência, ou não, era o dia em que o Padre Cunha tomava posse como
Pároco de S. Vicente de Fora.
A história conta-se assim:
Andava eu pelos claustros do Mosteiro quando, em cima da hora das
cerimónias de posse do novo pároco, faltou à chamada um menino do coro! Mas… o
Padre Cunha fazia questão em ter doze rapazes! Doze eram os Apóstolos e ele só
tinha 11.
Tudo tinha sido verdadeiramente programado, ensaiado ao mais
pequeno detalhe: os mais pequenos à frente! Tudo em carreirinha, em duas filas!
– Túnicas novas feitas por medida! Sobrava uma! Era grande - como ela tivesse
sido feita de propósito para mim!
Já não recordo o nome do meu antigo Professor de Religião e Moral
do liceu de Gil Vicente que ia concelebrar na missa, (Padre Lobo?) porém, foi
ele que aconselhou o Padre Cunha: o Rogério, seu antigo aluno, podia substituir
o 12.º menino do coro.
Pois bem! Não é que fui pescado quando por ali andava perdido…
Vestiram-me uma túnica branca.
Cingiram-me com um cordão vermelho.
Em poucos minutos ali estava eu, menino do coro repescado, a caminho do Altar,
lado a lado com o meu bom e saudoso António Melo e Faro, ocupando um lugar na
última de duas filas.
-Faz o que eu faço. - Dizia o Melo. E fiz!
Foi assim que Deus chamou por mim! Foi a minha primeira ida
voluntária à missa tendo sido o único menino do coro a não comungar nesse dia…
Bem! A história já vai longa e ainda a procissão vai no adro… Vou
terminar por hoje.
A partir desse dia tornei-me um efectivo membro daquela
comunidade!
A partir desse dia comecei a frequentar a catequese. Fui bem cedo
catequista e até dirigente diocesano da JOC.
A partir desse dia passei a apreciar ainda mais a bela voz da
Amália no gravador de fita do bom Padre Cunha!
A partir desse dia comecei a escutar e a gostar de música de
órgão tocada no grande e extraordinário órgão de S. Vicente de Fora!
A partir daí, e nos tempos livres, passei a ser cicerone do
Panteão da Casa de Bragança e, com as "gorjetas", adquiri os meus primeiros
livros dispensado pedir dinheiro a meus pais para os meus gastos:
A partir daí tomei o gosto pela história, nomeadamente, pela vida
e obra dos Monarcas que ali repousam: desde D. João IV até ao rei D. Manuel II.
A partir desse dia comecei a aperfeiçoar a minha formação moral e
tudo graças a um Homem extraordinário – polémico, certamente, para muitos –
Obrigado Padre José Correia da Cunha.
Rogério Martins Simões
(O Padre José Correia da Cunha foi Pároco da Igreja de S. Vicente
de Fora, paróquia de muitos dos que nasceram no Concelho da Pampilhosa da Serra)
Desde menino, quando apenas conhecia os anjos, já escutava, na telefonia, a bela voz da Amália. A Minha mãe lavava a roupa no tanque, num saguão de uma casa na freguesia de S. Vicente de Fora, e cantava desconhecidas cantigas da Beira Serra.
Fui crescendo e um dia, no início dos anos 60 do século passado, descobri por acaso os caminhos que me conduziram, durante muitos anos, à Igreja de S. Vicente de Fora.
Tinha então onze anos! Meus pais, com raízes Cristãs, não frequentavam a igreja nem obrigavam os filhos a irem à missa.
A luta pela vida era tremenda! Levantavam-se pelas 4 horas da manhã, apanhavam o eléctrico que os levava à Praça da Ribeira onde se abasteciam de legumes com que governavam a vida no mercado de Santa Clara. Era um tempo em que aqueles mercados pululavam de gente; em que os espaços reservados aos pequenos comerciantes (lugares e pedras) eram disputados e bem pagos nos leilões do Município de Lisboa.
- Antes carregar duas sacas de batata cruzadas à cabeça que andar com um molho de mato e a passar fome! - Dizia minha mãe.
Recordo que trabalhavam duramente toda a semana e o único dia que lhes restava para descansarem era o Domingo. Talvez aqui esteja a explicação para não serem assíduos frequentadores da igreja.
- Rogério! Estamos os dois para aqui fechados em casa! - Dizia o meu pai, ainda na semana passada, e continuava:
- Se não fosse o Santana Lopes a fechar o mercado de Santa Clara a tua mãe e eu, mesmo com os meus 86 anos, ainda estaríamos vendendo frutas e hortaliças, convivendo e vivendo, no Mercado de Santa Clara.
Minha querida mãe
Têm razão os meus pais. Os mais velhos só servem para votar e aí sim - até os vão buscar aos lares ou às suas casas! Quanto ao mercado de Santa Clara era, e foi, parte integrante das suas e das nossas vidas. Fecharam o mercado! Está às moscas! É um espaço morto.
Volto aos meus onze anos.
Frequentava, então, o Liceu Nacional de Gil Vicente quando pela primeira vez entrei nos claustros do Mosteiro de S. Vicente de Fora.
Claustros do Mosteiro. Ao fundo o Panteão da 4ª Dinastia de Portugal.
Ao meio do claustro situa-se do lado esquerdo a entrada para a igreja e do lado direito a linda sacristia mandada erigir pelo Rei D. João V.
Este foi o local onde se passaram estes factos
Nesse tempo as portas estavam abertas e, tirando o Panteão Real da Casa de Bragança que tinha segurança, tudo aparentava um completo abandono e desleixo.
Foi assim que conheci o Mosteiro de S. Vicente de Fora.
Comecei a caminhar para lá - até que um dia, quando frequentava a escola comercial, Deus colocou no meu caminho o caminho para a Igreja Católica. Por coincidência, ou não, era o dia em que o Padre Cunha tomava posse como Pároco de S. Vicente de Fora.
A história conta-se assim:
Andava eu pelos claustros do Mosteiro quando, em cima da hora das cerimónias de posse do novo pároco, faltou à chamada um menino do coro! Mas… o Padre Cunha fazia questão em ter doze rapazes! Doze eram os Apóstolos e ele só tinha 11.
Tudo tinha sido verdadeiramente programado, ensaiado ao mais pequeno detalhe: os mais pequenos à frente! Tudo em carreirinha, em duas filas! – Túnicas novas, feitas por medida! Sobrava uma! Era grande - como ela tivesse sido feita de propósito para mim!
Já não recordo o nome do meu antigo Professor de Religião e Moral do liceu que ia concelebrar na missa, porém, foi ele que aconselhou o Padre Cunha: o Rogério, seu antigo aluno, podia substituir o 12 menino do coro.
Pois bem! Não é que fui pescado quando por ali andava perdido…
Vestiram-me uma túnica branca.
Cingiram-me com um cordão vermelho.
Em poucos minutos ali estava eu, menino do coro repescado, a caminho do Altar, lado a lado com o meu bom e saudoso António Melo e Faro, ocupando um lugar na última de duas filas.
-Faz o que eu faço. - Dizia o Melo. E fiz!
Foi assim que Deus chamou por mim! Foi a minha primeira ida voluntária à missa. Fui o único menino do coro a não comungar nesse dia…
Bem! A história já vai longa e ainda a procissão vai no adro… Vou terminar por hoje.
A partir desse dia tornei-me um efectivo membro daquela comunidade!
A partir desse dia comecei a frequentar a catequese. Fui bem cedo catequista e até dirigente diocesano da JOC.
A partir desse dia passei a apreciar ainda mais a bela voz da Amália no gravador de fita do bom Padre Cunha!
A partir desse dia comecei a escutar e a gostar de música de órgão tocada no grande e extraordinário órgão de S. Vicente de Fora!
A partir daí, e nos tempos livres, passei a ser cicerone e tomei o gosto pela história, nomeadamente, pela vida e obra dos Monarcas que ali repousam.
A partir desse dia comecei a aperfeiçoar a minha formação moral e tudo graças a um Homem extraordinário – polémico certamente para muitos –
Obrigado: Padre José Correia da Cunha.
Rogério Martins Simões
JESUS Rogério Martins Simões
Na terra nasceu.
Na terra brincou.
Na terra aprendeu.
Na terra ensinou.
A terra lhe cedeu
Os frutos e o mel.
O homem lhe deu
O vinagre e o fel.
Alguém o viu
Carregar a cruz.
De branco se vestiu
Seu nome era Luz.
Era poeta.
Era sonhador.
Filho e profeta.
Deus do amor.
Cordeiro imolado:
Quem tanto amou!
Da morte libertado
Ressuscitou.
Voltou! Da luz:
De luz revestido
De branco cingido,
Seu nome, Jesus.
MECO sexta-feira, 10 de Abril de 2009
(ao amigo: Padre José Correia da Cunha)
Poemas de amor e dor
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publicado às 21:17
MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975
Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado