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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Mar Português

 

 

MAR PORTUGUÊS

(Mensagem)

Fernando Pessoa

 

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

 

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As três enigmáticas cadeiras da Alfândega de Lisboa

 

(foto das 3 cadeiras)

 

 

 

 

 

 

As três enigmáticas cadeiras da Alfândega de Lisboa.
 
Desde há uns anos que me interrogo sobre a simbologia de três antigas cadeiras que andaram pelos corredores do edifício da alfândega de Lisboa, o antigo Celeiro Real do Terreiro do Trigo.
Dada a minha natural sensibilidade arqueológica e o modo como participo na comunidade – na salvaguarda do erário público – fiz para mim a promessa de não as perder de vista; não as “deixar ir” em troca de mobiliário novo e de conseguir que elas se integrassem no Museu Aduaneiro.
Há uns meses consegui, finalmente, sensibilizar os meus dirigentes e graças à competência e zelo da nova responsável da Biblioteca Aduaneira as cadeiras estão finalmente em segurança, isto é, recolhidas no espaço da biblioteca.
Reparto com os leitores deste blog esta minha pequena felicidade mas continuo a interrogar-me sobre o significado que o carpinteiro pretendeu dar ao encosto das cadeiras, e de tanto as olhar construí, e reservo para mim, uma teoria sobre o significado do conjunto simbólico.
Se olharem para as fotografias podem constatar, sem grande imaginação, que o autor gravou na madeira uma grande cruz judaica e dentro da mesma se encontra o desenho de um cálice. Outros símbolos se encontram ali, porém, como não sou especialista em simbologia deixo para eles esse possível estudo.
Uma nota final: pelo entalhe parecem anteriores ao século XIX .
 
Dedico ao Poeta que mais admiro, a FERNANDO PESSOA, esta minha pequena felicidade
 
Fernando António Nogueira Pessoa era filho de um crítico musical, descendente de cristãos novos, que morreu em 1893.
É de Pessoa este poema:
 
“Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-me,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.”
Rogério Martins Simões
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POESIA

 

(Óleo sobre tela - Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

 

(2008)

 

POESIA OU TALVEZ NÃO EM DIA MUNDIAL DA POESIA!

 

VIVA A POESIA!

 

 

 

 

POESIA
Rogério Martins Simões

 

 

Os poetas são operários da caneta

E trazem pensamentos errantes

que debutam no papel.

 

Serei poeta?

Que papel nos estará reservado?

 

E eu que nada sou,

serei o que o destino quiser,

porém, sou poeta!

Um poeta sonhador

a quem, tantas vezes,

lhe roubaram os sonhos.

 

Hoje estou nesta!

Mas, não irei desistir

de a escrever

ou de a chorar!

 

Hoje, apetece-me reflectir!

Não irei escrever poesia!

Aditarei palavras,

com palavras que

tenho espalhado por aí…

 

Que farei com os meus versos?

Sentir-se-á o lixo desconfortável,

com o seu peso?

E se os mandasse, mesmo, para o lixo?

- Não suavizariam o mau odor

que anda de altos…saltos?…

 

E na minha Pátria

quem liga à poesia?

 

Pouco me importa

que não tenha expressão!

Que pouco se fale de poesia.

 

- E se, em vez de medalhas,

medalhassem

com poemas Lusíadas

ou com versos de Caeiro?

 

Quantos conhecem a lírica de Camões?

- As chamadas elites culturais?

No meu caso,

nada de elites - sou povo!

Como é enorme o povo em – Pessoa!

 

Meu pai, meu mestre,

enchia-nos o prato

com saborosos poemas:

os seus e dos grandes poetas.

Mas isto é pelintrice

e pouco importa.

Importa é estar na berra.

Importa é mandar umas tretas

para que o povo se entretenha e não pense.

 

Ai quando o povo acordar!

Por mim não quero que pensem!

 

Tudo mudou!

Sem poesia

o mundo é menos sonhador,

é mais desumano!

Quando se escreve poesia

não se está só,

não estamos sós!

 

A poesia enche-nos a casa

de lágrimas

ou de sorrisos!

A Poesia reverte os sonhos desfeitos

em estrelas cadentes

para voltarmos, de novo, a sonhar.

Estaremos sós

quando as paredes

emparedarem

os pensamentos

e nem uma só lágrima se verta.

 

O que é a poesia?

O que é ser poeta?

 

A poesia é a magia

que espreita a ponta dos dedos

esborratados de tinta…

Ser poeta é quase morrer

e renascer

num canto ou num verso.

 

Paro! Tenho de parar!

Porque amanhã voltarei à rotina,

e sem rotina

não podemos viver.

 

Todos andamos num carreiro.

Para cá, para lá

sem saber ao que vamos.

Andamos,

corremos,

pensamos.

Como fazer para sobreviver

se não vemos!

Como podemos ver,

se nada há para ver.

E se vemos?

Poderemos parar para reflectir?

 

Deixam-te reflectir?

 

Que reflexão,

fazemos das nossas vidas?

 

Quantas televisões temos em casa?

 

Quantos tabuleiros se enchem de pratos

no desconforto da mesa vazia,

que esfria,

na espera?

 

Crescerá o bolor no pão que não sobra?

 

Que desconforto quando não há poesia!

ROMASI

SANTA PÁSCOA 

 

 

 

 

 

 

 

Voltei a escrever e já não queria

Rogério Martins Simões

 

Voltei a escrever e já não queria

Pensava ter esquecido este meu versejar

Ser poeta é criar e sofrer todo o dia

Passar ao papel o que a alma encontrar.

 

Este estado de alma que já não ousaria

Que nos faz sofrer, para me encontrar,

Deixa o meu corpo quando escrevo poesia,

Nos poemas que ela cria, para me libertar.

 

A ti que mais amo e sem querer

Se fico triste e te faço sofrer

Rosa eu te quero, rosas eu te dou.

 

E se tu me vires distraído ou disperso

Uma única coisa eu imploro e peço,

Espera! A minha alma não regressou.

 

Lisboa, 16 de Abril de 2004

 



MENTIA SE TE DISSESSE QUE MINTO

Rogério Martins Simões

 

Mentias se me dissesses… que pinto…

Não me esforço, peço ajuda, e tu vais

Ajeitas-me o nó da gravata… e o cinto.

Teus passos para mim são sempre mais…

 

Mentia era se eu dissesse que minto,

Que do meu corpo já não saem vendavais

Que os pés já me pesam e não os sinto

E que os meus passos para ti são demais.

 

E se te peso ao de leve e não quero

Tu bem sabes a razão do desespero

Não seja tamanha a razão do repeso

 

Pois se quis voar na ode de um poema

Irás encontrar em meus versos alfazema

Antes fosse manha a razão do meu peso.

 

10-08-2005 23:31


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Carta aberta ao Poeta José Baião

 

 

 

 

 

Zé Baião, um abraço

 

Estou aqui em “pulgas” para saber como decorreu o sarau poético. Contigo no comando estou certo que tudo correu bem.

E o meu poema foi bem aceite?

E será que alguma vez o irá ser - no tempo?

Fico feliz por saber que representas um grupo por onde a poesia se passeia no conforto das palavras.

Além de mais és poeta e criei contigo uma empatia de poeta para poeta. Por isso desculpa estar para aqui a escrever, num tempo de Outono esquisito em que o calor da noite não me deixa dormir, porque afinal a mão direita ainda escreve…

Que desconforto seria para mim se não conseguisse escrever. Os poetas são uns operários da caneta e trazem pensamentos errantes que debutam no papel. Que papel nos está reservado? Serei poeta?

Quanto a mim que nada sou, serei o que o destino quiser, porém, sou poeta:

Um poeta sonhador que tantas vezes lhe roubaram os sonhos.

Hoje estou nesta! Enquanto houver alguém a procurar a minha poesia não irei desistir de a escrever ou de a chorar.

Ainda hoje um colega nosso me dizia que tinha visitado o meu blog no Sapo e que estava impressionado ao ponto de se identificar com ela. Já não é a primeira vez que o dizem! Foi por isso que voltei a escrever parando de rasgar como era meu hábito fazer.

Ainda bem que estás virado para organizares e recitares poesia. Tivesse saúde tentaria fazê-lo como tu o bem fazes.

Hoje apetece-me reflectir em vez de escrever poesia e para não falar para as quatro paredes resolvi escrever-te, aditando palavras, com palavras que hoje tenho espalhado por aí.

Pergunto muitas vezes:

Que faço com estes versos?

Sentir-se-ia desconfortável o lixo com o peso dos versos?

Em Portugal quem liga à poesia?

E se eu os mandasse mesmo para o lixo não suavizariam o mau odor que por aí anda de saltos altos…

Vou terminar.

Pouco me importa que em Portugal a poesia não tenha expressão! Só me entristece que no dia de Camões e de Portugal pouco se fale de poesia

Zé! E se em vez de medalhas, no 10 de Junho, condecorassem com poemas dos Lusíadas ou com versos de Caeiro?   

Camões tem poesia para todos os gostos. Antes, nas escolas, ensinava-se os Lusíadas, agora nem um só canto. Quantos conhecem a sua lírica? As chamadas elites culturais?

No meu caso nada de elites - sou povo! Como é enorme o povo em – Pessoa!

Meu pai e mestre, como não tinha rendimentos para nos dar sobremesas à refeição, enchia-nos o prato com saborosos poemas – os seus e os dos grandes poetas. Mas isto é pelintrice e pouco importa. Importa é estar na berra, importa é mandar umas tretas para que o povo se entretenha e não pense.

Por mim não quero que pensem! O problema é que um dia o povo irá acordar e vai ser terrível!

Tudo mudou e sem poesia o mundo é menos sonhador e mais desumano

Repara amigo - quando se escreve poesia não está só! Não estamos sós!

A poesia enche-nos a casa de lágrima ou de sorrisos e reverte os sonhos desfeitos em estrelas cadentes para voltarmos de novo a sonhar. Estamos sozinhos quando as paredes emparedam os pensamentos e nem uma só lágrima se verte.

Há pouco visitámos um amigo que está num lar, um bom lar! Que lar substitui a família! Curioso! Chegámos a casa os dois fatigados e estivemos com sono durante umas horas. Agora acordei e estou nesta:

Carta para o Baião!

Carta a um poeta!

O que é a poesia?

O que é ser poeta?

A poesia é a magia que espreita a ponta dos dedos esborratados de tinta…

Ser poeta é quase morrer e renascer num canto ou num verso.

Paro, tenho de parar, porque amanhã voltarei à rotina e sem rotina não tenho possibilidade de viver.

Todos andamos num carreiro, para cá e para lá sem saber ao que vamos. Andamos, corremos, pensamos como fazer para sobreviver e não vemos! Como podemos ver se nada há para ver e se vemos teremos de parar para reflectir?

Deixam-te reflectir?

Que reflexão fazemos nas nossas vidas?

Quantas televisões temos em casa?

Quantos tabuleiros se enchem de pratos no desconforto da mesa vazia?

Porque esfria a comida na espera e cresce bolor no pão que não sobra?

Que desconforto quando não há poesia!

Saudades

Rogério Martins Simões

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OLHEM PARA MIM

 

 

 

 

Olhem Para Mim
Rogério Martins Simões
 
Olhem para mim,
Que o tempo tem razão
(hoje não!)
Há momentos
Em que o tempo pára
Como esta noite
Em que as estrelas do céu
Me falam de poesia.
 
E meus versos viram veleiro
Nada os impedem de viajar
Levam no mastro dianteiro
Este Tejo Marinheiro
Este Tejo feito mar
 
E o mar Oceano vira poema
Leva consigo o meu versejar
Este Tejo Mar de Prata
Carregado de Luar.
 
Amo a poesia,
Preciso dela para respirar
Tenho no peito Lisboa
Levo comigo Pessoa
E a saudade para voltar.
 
E já fui na caravela
Viajei por outras Nações
Agora que regressei
Avisto da minha janela
Estas terras de Camões.
 
Olhem para mim
E vejam como sou feliz!
 
14-11-2004 23:36:31

 

 

 


 

 

(Óleo sobre tela

Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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