Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
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Poeta: Rogério Martins Simões
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As três enigmáticas cadeiras da Alfândega de Lisboa.
Desde há uns anos que me interrogo sobre a simbologia de três antigas cadeiras que andaram pelos corredores do edifício da alfândega de Lisboa, o antigo Celeiro Real do Terreiro do Trigo.
Dada a minha natural sensibilidade arqueológica e o modo como participo na comunidade – na salvaguarda do erário público – fiz para mim a promessa de não as perder de vista; não as “deixar ir” em troca de mobiliário novo e de conseguir que elas se integrassem no Museu Aduaneiro.
Há uns meses consegui, finalmente, sensibilizar os meus dirigentes e graças à competência e zelo da nova responsável da Biblioteca Aduaneira as cadeiras estão finalmente em segurança, isto é, recolhidas no espaço da biblioteca.
Reparto com os leitores deste blog esta minha pequena felicidade mas continuo a interrogar-me sobre o significado que o carpinteiro pretendeu dar ao encosto das cadeiras, e de tanto as olhar construí, e reservo para mim, uma teoria sobre o significado do conjunto simbólico.
Se olharem para as fotografias podem constatar, sem grande imaginação, que o autor gravou na madeira uma grande cruz judaica e dentro da mesma se encontra o desenho de um cálice. Outros símbolos se encontram ali, porém, como não sou especialista em simbologia deixo para eles esse possível estudo.
Uma nota final: pelo entalhe parecem anteriores ao século XIX .
Dedico ao Poeta que mais admiro, a FERNANDO PESSOA, esta minha pequena felicidade
Fernando António Nogueira Pessoa era filho de um crítico musical, descendente de cristãos novos, que morreu em 1893.
É de Pessoa este poema:
“Multipliquei-me, para me sentir, Para me sentir, precisei sentir tudo, Transbordei, não fiz senão extravasar-me, Despi-me, entreguei-me, E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.”
Estou aqui em “pulgas” para saber como decorreu o sarau poético. Contigo no comando estou certo que tudo correu bem.
E o meu poema foi bem aceite?
E será que alguma vez o irá ser - no tempo?
Fico feliz por saber que representas um grupo por onde a poesia se passeia no conforto das palavras.
Além de mais és poeta e criei contigo uma empatia de poeta para poeta. Por isso desculpa estar para aqui a escrever, num tempo de Outono esquisito em que o calor da noite não me deixa dormir, porque afinal a mão direita ainda escreve…
Que desconforto seria para mim se não conseguisse escrever. Os poetas são uns operários da caneta e trazem pensamentos errantes que debutam no papel. Que papel nos está reservado? Serei poeta?
Quanto a mim que nada sou, serei o que o destino quiser, porém, sou poeta:
Um poeta sonhador que tantas vezes lhe roubaram os sonhos.
Hoje estou nesta! Enquanto houver alguém a procurar a minha poesia não irei desistir de a escrever ou de a chorar.
Ainda hoje um colega nosso me dizia que tinha visitado o meu blog no Sapo e que estava impressionado ao ponto de se identificar com ela. Já não é a primeira vez que o dizem! Foi por isso que voltei a escrever parando de rasgar como era meu hábito fazer.
Ainda bem que estás virado para organizares e recitares poesia. Tivesse saúde tentaria fazê-lo como tu o bem fazes.
Hoje apetece-me reflectir em vez de escrever poesia e para não falar para as quatro paredes resolvi escrever-te, aditando palavras, com palavras que hoje tenho espalhado por aí.
Pergunto muitas vezes:
Que faço com estes versos?
Sentir-se-ia desconfortável o lixo com o peso dos versos?
Em Portugal quem liga à poesia?
E se eu os mandasse mesmo para o lixo não suavizariam o mau odor que por aí anda de saltos altos…
Vou terminar.
Pouco me importa que em Portugal a poesia não tenha expressão! Só me entristece que no dia de Camões e de Portugal pouco se fale de poesia
Zé! E se em vez de medalhas, no 10 de Junho, condecorassem com poemas dos Lusíadas ou com versos de Caeiro?
Camões tem poesia para todos os gostos. Antes, nas escolas, ensinava-se os Lusíadas, agora nem um só canto. Quantos conhecem a sua lírica? As chamadas elites culturais?
No meu caso nada de elites - sou povo! Como é enorme o povo em – Pessoa!
Meu pai e mestre, como não tinha rendimentos para nos dar sobremesas à refeição, enchia-nos o prato com saborosos poemas – os seus e os dos grandes poetas. Mas isto é pelintrice e pouco importa. Importa é estar na berra, importa é mandar umas tretas para que o povo se entretenha e não pense.
Por mim não quero que pensem! O problema é que um dia o povo irá acordar e vai ser terrível!
Tudo mudou e sem poesia o mundo é menos sonhador e mais desumano
Repara amigo - quando se escreve poesia não está só! Não estamos sós!
A poesia enche-nos a casa de lágrima ou de sorrisos e reverte os sonhos desfeitos em estrelas cadentes para voltarmos de novo a sonhar. Estamos sozinhos quando as paredes emparedam os pensamentos e nem uma só lágrima se verte.
Há pouco visitámos um amigo que está num lar, um bom lar! Que lar substitui a família! Curioso! Chegámos a casa os dois fatigados e estivemos com sono durante umas horas. Agora acordei e estou nesta:
Carta para o Baião!
Carta a um poeta!
O que é a poesia?
O que é ser poeta?
A poesia é a magia que espreita a ponta dos dedos esborratados de tinta…
Ser poeta é quase morrer e renascer num canto ou num verso.
Paro, tenho de parar, porque amanhã voltarei à rotina e sem rotina não tenho possibilidade de viver.
Todos andamos num carreiro, para cá e para lá sem saber ao que vamos. Andamos, corremos, pensamos como fazer para sobreviver e não vemos! Como podemos ver se nada há para ver e se vemos teremos de parar para reflectir?
Deixam-te reflectir?
Que reflexão fazemos nas nossas vidas?
Quantas televisões temos em casa?
Quantos tabuleiros se enchem de pratos no desconforto da mesa vazia?
Porque esfria a comida na espera e cresce bolor no pão que não sobra?
Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado