Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Formação académica na área da contabilidade, inscrita como T.O.C. com o nº 3774. Trabalhou cerca de trinta anos, exclusivamente, como responsável da contabilidade de diversas empresas, sendo a última, a produtora de cafés, da marca “ Nicola”, da qual saiu por fusão desta empresa com um outro grupo empresarial.
Em função da disponibilidade obtida, inscreveu-se na Universidade para a Terceira Idade, UITI, na disciplina de “Criatividade Artística” ministrada pela Professora Carminho em Novembro de 2002, tendo assim, dado início à concretização de uma suposta vocação despontada em criança.
Trocando definitivamente a caneta pelo pincel, continuou a aprendizagem e o enriquecimento na técnica da pintura a óleo sobre tela, no atelier da Professora Carminho.
Participou em duas exposições colectivas de pintura. Desde o dia 17 de Maio de 2010, e até ao dia 31 de Maio de 2010, tem 23 quadros expostos numa mostra de pintura na Biblioteca Municipal do Pinhal Novo - Palmela - junto à estação ferroviária do Pinhal Novo.
(Nota: Quem conhece a minha poesia sabe quanto admiro a minha companheira Elisabete Sombreireiro Palma. A Elisabete, a quem se destina este espaço, não gosta de estar ao computador e esta será a razão para que seja eu a dar a conhecer os seus talentos.
Há 20 anos, quando a conheci, a Elisabete perdeu o seu filho mais novo, o Ricardo, num brutal acidente de mota nos acessos à Ponte 25 de Abril. Tinha então 18 anos.
Raramente falamos da morte do Ricardo. No dia 1 de Julho recorda-se a tragédia, sem palavras, mandando celebrar missa na Igreja de S. Domingos de Benfica.
- Rogério, nem um só momento esqueço a morte do meu filho. Disse-me um dia.
A Elisabete é uma mãe coragem.
Quem a conheceu mais cedo ainda teve o prazer de escutar o seu belo canto. Dizem que cantava e encantava com o fado de Coimbra e o canto alentejano. Numa intervenção cirúrgica à tiróide perdeu os agudos. Para mim continua a encantar mesmo que cante baixinho.
Quanto à sua pintura, que tenho incentivado, sou, de certo modo, o guardião de parte dos seus quadros. Elisabete Maria Sombreireiro Palma é merecedora de participar noutras exposições.
Finalmente, quero salientar a sua qualidade de escrita. Logo que possa irei colocar aqui as suas redacções, autênticas preciosidades, que nos transportam no tempo aos anos 50 do Século passado, enfim, recordações da escola do Magistério primário de Beja onde foi aluna da Professora Conceição filha do Professor Janeiro Acabado
Tentarei que escreva os contos que ela cria e conta para o seu neto e que continue a estória do nosso lindo e saudoso cão.
A Bete é mesmo assim: uma mulher muito especial – uma grande mulher.
Do seu companheiro:
Rogério Martins Simões
(Óleo sobre tela
Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
Por ocasião da III Feira da Saúde de Pinhal Novo, Palmela – Portugal – que decorreu entre 17 a 23 de Maio de 2010, teve lugar uma “mostra de pintura” de Elisabete Sombreireiro Palma. Foram expostos parte dos quadros, pintados pela Elisabete Sombreireiro Palma, que habitualmente adornam a nossa casa.
Hoje recebemos mais um amável convite para que os quadros permaneçam em exposição, no mesmo local, na Biblioteca Municipal de Pinhal Novo, junto à Estação Ferroviária com o mesmo nome.
Quem estiver interessado em os ver, até ao dia 31 de Maio de 2009, poderá seguir de comboio desde Lisboa e descer no Pinhal Novo. A Biblioteca Municipal fica mesmo ali.
Para que vejam a evolução artística da sua pintura deixo aqui a fotografia que tirei ao seu último trabalho a que chamámos de “Mar Revolto”.
Um agradecimento à Exma. Sra. Dr. Margarida Martins pelo seu amável convite.
Do seu marido e admirador,
Rogério Martins Simões
(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma) (MAR REVOLTO)
Depois de 6 anos a partilhar convosco a minha poesia, nada lucrando, recusando ofertas para editarem um livro de poesia, vejo-me na contingência de apagar este blog.
Na verdade alguém que cobardemente de esconde tem dado cabo dos códigos deste blog, e mais grave, destruindo poemas.
A canalhice poderá prejudicar definitivamente a minha saúde mas não destruirá a minha alma, ou alterará o meu caminho.
Até agora tenho-me limitado a apagar os códigos modificados e a recolocar os certos. Porém estou a ficar cansado e, acima de tudo, vejo que a minha Parkinson se vai agravando e começam a faltar-me forças para continuar a reparar o que miseravelmente destroem.
Hoje já recoloquei duas vezes tudo. Mas já sei que está tudo novamente alterado. Basta colocar um post para o blog ficar todo desconfigurado para glória de quem faz isto.
Inveja?
A INVEJA É A GLÓRIA DOS FRACOS.
Seguro da insegurança
Rogério Martins Simões
Torres vigiam a casa assombrada
onde perpetuam marginais
e abstractas letras
de uma desconhecida liberdade.
A canalha… aproxima-se
verberando abstracções concretas.
No alto da torre seguem os carros pretos
chapeados com protecções e blindagens.
Blindaram os corações
para recolher os protestos.
Não! Os protestos não chegam às torres…
Aparam os ouvidos,
com guardanapos ao tiracolo,
e vestem camuflados para vigiarem o solo.
Para manterem a forma exercitam-se
encolhendo os ombros
e olhando de soslaio.
A segurança mantém asseguradas
as palavras contrárias
e perseguem quem se oponha à segurança!
Se lhes virar as costas dirão que sou poeta…
Dispararam às cegas
atingiram um colibri!
Do mar saltam alforrecas e camarões!
A segurança contra-ataca
com a segurança dos narcóticos
Os moribundos mascam, agora, folhas de coca
Do deserto partiram legiões imprecisas de escorpiões.
Se eu morrer novo, Sem poder publicar livro nenhum, Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa Peço que, se se quiserem ralar por minha causa, Que não se ralem. Se assim aconteceu, assim está certo.
Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos, Eles lá terão a sua beleza, se forem belos. Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir, Porque as raízes podem estar debaixo da terra Mas as flores florescem ao ar livre e à vista. Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.
Se eu morrer muito novo, oiçam isto: Nunca fui senão uma criança que brincava. Fui gentio como o sol e a água, De uma religião universal que só os homens não têm. Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma, Nem procurei achar nada, Nem achei que houvesse mais explicação Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.
Não desejei senão estar ao sol ou à chuva – Ao sol quando havia sol E à chuva quando estava chovendo (E nunca a outra cousa), Sentir calor e frio e vento, E não ir mais longe.
Uma vez amei, julguei que me amariam, Mas não fui amado. Não fui amado pela única grande razão – Porque não tinha que ser.
Consolei-me voltando ao sol e à chuva, E sentando-me outra vez à porta de casa. Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados Como para os que o não são. Sentir é estar distraído.
7-11-1915
Quando vier a Primavera, Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é.
7-11-1915
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.
Sou fácil de definir. Vi como um danado. Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma. Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei. Mesmo ouvir nunca foi para mim senão urn acompanhamento de ver. Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras; Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento. Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança. Fechei os olhos e dormi. Além disso, fui o único poeta da Natureza.
Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado