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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

CARROSSEL - QUISERA ANDAR DE CARROSSEL

 

QUISERA ANDAR DE CARROSSEL
Rogério Martins Simões
 
Quisera andar de carrossel
Com um sorriso de criança que ri
Rosto rebuçado, melaços de mel
Laivos da festa que resta em ti…
 
Num dedo prendo o balão,
Com outro seguro o corcel
Soco a bola com a mão
As mãos, o rosto e a testa
Besunto-me todo com mel.
 
Solta-se dos dedos o balão
Que voa a caminho do céu
-Mãe! Vai-me apanhar
Um sorriso igual ao seu…
 
-Meu filho a mãe não sabe!
Ler, nunca aprendeu:
A mãe vai procurar
O balão que se perdeu…
 
-Mãe que sabe escutar,
Meus choros em seu coração
Abençoada o seja minha mãe
Por tudo o que foi e me deu!
 
Rodopiam as lembranças da festa
Pára o movimento ondulante
Sujo-me de novo a cada instante…
Sem rebuçados com sabor a mel
Mas… Brinquei tanto no carrossel….
 
2005-10-20
 
Este poema está aqui gravado e declamado por Luís Gaspar
 
 
 

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Rio de peixe, mar de carne

 

 

RIO DE PEIXE, MAR DE CARNE…
ROMASI
 
 
Foste ao mar
Aventureiro
Rio de peixe
 
Tragaste o duro pão
Aventureiro
Mar de carne…
 
O mar estava calmo
Aventureiro
Rio de peixe
 
Varreste a onda em vão
Aventureiro
Mar de Carne…
 
Lançaste a rede na bonança
Aventureiro
Rio de peixe
 
Foste pescado…
Aventureiro
Mar de carne…
 
Escutaste o canto da sereia
Aventureiro
Rio de peixe
 
Porque o mar estava irado
Aventureiro
Mar de carne…
 
És bravo, és herói
Aventureiro
Rio de peixe
Mar de carne.
 
Lisboa 1973

 

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Sitiaremos a cidade...

 

 

(foto da World Press Photo Contest 2004)

 

 

 

SITIAREMOS A CIDADE…
Rogério Martins Simões
 
Estou farto de ser sorvido
por parangonas,
por promessas incumpridas,
libadas pelos criadores
de regras asfixiantes
que nos conduzem ao abismo…
nas amplas… liberdades…
 
Se disserem: o povo tem fome!
Os governos das cidades…
irão gizar o que nunca sentiram?
 
Estaremos no centro do universo:
Das abstracções?
Dos raciocínios?
Das interjeições?
Das preocupações?
 
Deixará o sofrimento
marcas
a quem nunca sofreu?
 
Que lhes importam as palavras,
os compêndios e os códigos,
se os donos das cidades
dominam a fonética.
És apenas mais um voto,
um número
de uma fita métrica…
 
Que sentido tem a dor,
a solidariedade, a paz,
a justiça e o amor?
 
Sabes:
Os pensamentos dispersos,
aglomerados,
submergem a universalidade
dos pactos nocivos,
as ideias impostas,
e os convénios idolatrados
dos mestres das apostas…
 
Pensas? Que mais queres?
Pensas? Tens de agir!
Sitiaremos a cidade…
 
Lisboa, 30-05-2008 19:21:51
 

 

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Ando para aqui sem sentido

 

(Óleo sobre tela CEZANNE)

 

 

 

 
ANDO PARA AQUI SEM SENTIDO
Rogério Martins Simões
 
Ando por aqui sem sentido
- meio despido, meio vestido…
Ando por aí sem estar cansado
de marginais interrogações.
Analisemos as questões:
vistas as coisas não avisto nada!
Nada, sempre nada…
só o nada se renova!
Renovar é o caminho seguro
para desaparecer…
Existir é morrer.
A lamúria não basta para deprecar
o meu estado de alma
que nem sei por onde anda.
 
Viajo na carapaça de um caracol,
lentamente,
e o tipo que aguente.
Esmago a passo de lesma
o peso que torna
e me transforma
num pedaço de tudo...
 
Tantas interrogações sem ressentido!
Ando invertido e o inverso
é o reverso do meu estado de alma.
 
Aluguei um espaço na lua
era ainda criança.
Deixei de o ver
já era adulto
e, no indulto,
a lua cheia ficou minguante.
Seco a cada instante
os pergaminhos da sorte
sem me lembrar do reverso.
– Como eram os cordeirinhos?
 
Não largo o caracol,
pernas para que as quero,
quanto mais devagar melhor!
Estarei a apreciar o meu espaço lunar?
 
Olha! É quarto crescente!
Que Deus te guie e aguente.
Repara! Ontem não estavas nisto,
enterrado até ao pescoço,
ala moço
que se faz tarde!
É tarde! Não existo…
 
Lisboa, 8 Junho de 2006

 

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Ciúme mata!

 

 

 

O ciúme mata…

(Rogério Martins Simões)

 

Abri a janela de meu quarto

Quatro paredes, um deserto…

Tenho a sensação de estar farto!

E o chão ali por perto...

 

Afunda-se a noite na alma

Na dor, por amor, tanto sofreu

Esta noite não está calma,

Está tão escura como o breu

 

Clamo por minha loucura

Quatro paredes um deserto…

Não tenho medo da altura

E o chão ainda mais perto...

 

Olho de novo para o rio

Hoje não há luar de prata

É verão e tenho frio

E o meu ciúme mata.

 

Pairam as nuvens que o ciúme deu

A lua não tem mais lugar certo

Amor o que te aconteceu?

Tristemente perdido perto…

 

1989

 

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O quadro da Guerra

 

 

O QUADRO DA GUERRA

(Romasi)

 

Pintor

Pega na tua tela e pinta.

Mostra a beleza da paisagem,

mostra os horrores da guerra.

Não tens tinta,

Mas pinta!

Serve-te do sangue que corre

nos corpos que jazem por terra…

 

Não queres pintar!?

Só sabes desenhar,

pintar,

As belezas da serra!

 

Vá lá!

Porque não queres tu agora

se à tua frente

há montes sem terra!

Se à tua frente há desgraça!

 

Ah! Já pintas!

Então pinta

O quadro da guerra.

 

Lisboa, Escola Secundária Patrício Prazeres,

15/9/1968

(Homenagem aos mártires de Guernica)

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

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