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BAILE
Rogério Martins Simões
Foi numa tarde que tardava,
Quando nem esperança havia,
O meu olhar ao teu se colava,
E logo naquele primeiro dia.
Veio a noite que me retalhava,
A vida que de mim tanto fugia.
E enquanto contigo dançava
A noite ciumenta desaparecia.
Trazias farripas nos teus cabelos,
Com que me prendias nos desvelos:
Olhos de carmim mulher amada.
E se o sol já vai alto e tardámos
É porque bem cedo nos amámos
Nos versos da madrugada.
Meco, Campimeco, 11-02-2013 20:11:06
De acordo com a Lei os direitos de autor estão protegidos, independentemente do seu registo. (A registar no Ministério da Cultura - Inspeção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. – Processo n.º 2079/09)
DOUTAS PALAVRAS DO CORAÇÃO
Rogério Martins Simões
Bom é partir!
Melhor é chegar!
Pois na ventura
nunca se sabe quem parte,
ou quem chega,
se quem viaja
não tiver alguém à espera.
E se acaso tropeçar,
se não restar tempo
para a tempo chegar,
conhecerá alguém
os caminhos por onde andei?
E se derem pela tua falta,
se não fizeres falta:
chamar-te-ão pelo nome
se nem nome tens?
Volto a viajar
na têmpera das palavras.
Gosto das palavras!
De apregoar ao vento,
a minha presença,
para que tenham à mão,
a água pura e pão caseiro
quando chegar.
Levarei o pó da estrada
ou as algas do mar!
Para que saibas,
para que me reconheças,
olha-me nos pés descalços,
nos trapos rotos,
e nas doutas palavras do coração.
Levarei comigo o sal
para temperar
os novos conceitos de felicidade.
E se estiveres só,
à minha espera,
e não te der nada,
ainda assim
mereci a tua presença?
Não me esperes!
Vem ao meu encontro,
pelos caminhos
por onde,
ainda,
terei de andar!
12/11/2007
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Rogério Martins Simões
Foram sete os pescadores que avistaram
Uma moira encantada e por ela morreram.
Sete os pescadores que se apaixonaram;
Sete as colinas que em Lisboa nasceram.
Daí se diga agora daqueles que a amaram
Que ao subir o castelo d´ amor renasceram
A paz interior para sempre encontraram,
Da moira encantada nunca mais souberam.
Mas, em Lisboa, toda a gente a conhece.
Logo pela manhã, quando o dia amanhece,
Subo às sete colinas onde sempre a revejo:
A moira encantada é o nosso lindo Tejo
Que no mar da prata, carregado de luar,
A Cidade de Lisboa a todos vem beijar.
ROMASI
Meco, 15-06-2012 21:08:42