Por quem choras marinheiro?
(REAL BORDALO)
Por quem Choras marinheiro
Rogério Martins Simões
Por onde andas
pachorrento cacilheiro
lento e velho quebra noz?
Molhava-me
quando as ondas,
picadas ao vento,
batiam e saltavam para cima de nós.
Pintado em aguarela,
navegando numa tela,
lentamente apodreces,
na velha praia,
onde outrora,
outras velas tiveram o mesmo condão.
Viajo de novo num novo barco!
Demora pouco!
E o rio não tem razão para sorrir…
Este barco parte as ondas,
desfaz a espuma,
que se esfumam na palma da minha mão…
Por quem choras marinheiro?
Lisboa, 3 de Julho de 2009
(Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)

