Partida largada seguida
(21/10/2004)
POEMAS DE AMOR E DOR
Mais algumas palavras de agradecimento
No dia 26/3/20004 escrevia, assim no meu blog: amanhã dia 27/3/2004 pelas 17 horas vai ser editado um caderno com 12 poemas que retirei da gaveta.
Será o caderno n.º 41 da Colecção “Índex Poesis” uma iniciativa da Ermelinda Toscano, a quem agradeço.
Não poderia deixar de agradecer a “quem” me aconselhou a visitar o Blog de divulgação de cultura que eu já incluo nos favoritos.
Uma palavra de reconhecimento e gratidão para a autora da feliz ideia de divulgar a poesia e os novos poetas, com o título “Uma dúzia de páginas de poesia”, no Café com Letras, sito na Rua Cândido dos Reis, n.º 88, Cacilhas – 2800-297 – Almada, durante a sessão de << poesia vadia >>.
Citando Ermelinda Toscano “para que a poesia nunca mais fique aprisionada nas gavetas da memória, ou esquecida numa folha de papel que ninguém lê”.
Para recordar a o dia em que publico, pela primeira vez 12 poemas, dou a conhecer um dos meus primeiros trabalhos que não rasguei.
Obrigado, e que vivam os poetas e a poesia.
ROMASI
Hoje, 23/12/006, passados que são quase dois anos, volto a agradecer publicamente aos amigos e poetas da Cidade de Almada, por não me terem esquecido, tanto lhes devo. Foi editada uma colectânea de poemas, um por cada poeta, onde estou representado, num livro intitulado “Índex Poesis”.
Este livro teve apoios entre outros, da Assembleia Distrital de Lisboa; da Câmara Municipal de Almada – Casa Municipal da Juventude; do Museu da República do Rio de Janeiro e das Juntas de Freguesia. (ISBN 972-99390-8-X e Depósito Legal 249244/06)
Edição do “FAROL – Associação de Cidadania de Cacilhas e SCALA – Sociedade Cultural de Artes e letras de Almada.
Hoje, quero mais uma vez abraçar aquela que não deixou que continuasse a rasgar a minha poesia: chama-se Maria Ermelinda Toscano.
Só mais umas curtas palavras para com os amigos de Almada. Todos sabem, como gosto de poesia. Não comparecer pode ser um gesto mal entendido. Não o vejam assim, pois, a poesia comove tanto a minha alma que, quando a tento declamar em público um poema de que gosto, tudo treme e é nestas ocasiões que se vêm a saber que afinal tenho Parkinson.
E porque é Natal quero fazer mais agradecimentos.
Outros dois amigos, da primeira hora, que estiveram no pequeno grupo de apoio expressos à poesia que escrevo são:
EFIGÉNIA COUTINHO
DANIEL CRISTAL (
Ambos são poetas, ambos aceitaram a minha poesia na sua página “SALA DOS POETAS” desde 2004
A Efigénia é Brasileira e o Daniel Cristal é Português.
A Efigénia é uma rainha, reconhecida por todos
O Daniel Cristal é um talento comparável aos melhores poetas portugueses. Como humilde poeta que o sou; porque gosto muito da boa poesia – considero Daniel Cristal um dos maiores sonetistas que conheço.
O nosso Portugal precisa de conhecer a poesia do grande português
Este é então o meu segundo agradecimento e reconhecimento.
3º Agradecimento vai para o poeta Ferol Fernando de Oliveira, que me recebeu no seu site “o Dono da Loja - Editor de Poesia”
Este poeta português tinha um sonho: que cada poeta escrevesse um poema para que todos os poetas, de todas as nações, dessem as mãos e unidos pela palavra construir um mundo melhor.
O sonho do Dono da loja está vivo e a sua obra continua com
4º Ficam aqui mais alguns agradecimentos para a minha mulher e companheira a Bete que é a primeira pessoa que lê os meus poemas, e logicamente a primeira opinião. Á Bete devo tudo e só uma grande mulher consegue “aturar” os estados de alma de um poeta.
Depois, sem qualquer ordem especial, estão todos os que me aturaram quando lhes lia os poemas que escrevia, nomeadamente: os meus actuais colegas de trabalho; os antigos colegas de uma empresa do sector do turismo onde trabalhei como director financeiro; os antigos colegas das Caixas de Previdência; das escolas por onde andei; da arqueologia e de S. Vicente de Fora..
Finalmente para os que me apoiaram nos seus blogs; colocaram links; comentaram e fizeram críticas construtivas.
Vou terminar pedindo desculpa àqueles que não deixei o nome, mas são tantos!
E para vós que me visitais eu vos agradeço pelo apoio demonstrado ao longo de quase 3 anos. Foi por vós que depois de ter desistido em finais de 2005 voltei em meados de 2006.
A minha poesia não está à venda.
A minha poesia serve-se como quem dá um copo de água.
Serve-se com alguma alegria, mas na maior parte das vezes com muita mágoa.
Mas isto pouco importa. È Natal tempo de renovação dos nossos sonhos de menino.
É Natal e hipocritamente melhora-se o rancho àqueles para os quais a vida foi madrasta. É Natal e entulham-se nos caixotes de lixo toneladas de papel com que se embrulham os sonhos ou aquilo que o comércio nos conseguiu impingir.
No dia 27 tudo acaba na lixeira e todos nós participamos no abate desenfreado de árvores. Todos contribuímos para este sufoco da terra mãe.
Vou tentar acabar esta mensagem com alguma esperança e fé algumas das quais escrevi para a doce amiga CRIS a pensar na sua sobrinha.
Sou um poeta que já se revoltou contra a natureza!
Esta força que eu descobri errando e tendo Ele dado sinais que me permitiram de novo a Vê-lo, nos mais insignificantes acenos, tem dado a coragem para enfrentar esta segunda leva de provação – a minha Parkinson.
Então, conduzido pela fé e temperança, sem estar resignado, estou lutando para que esta barreira de “algodão”, que levita no meu corpo, não passe de uma simples aragem.
É por isso que tenho tentado fazer algo por mim nomeadamente conhecendo e sabendo deste mal. Depois há a minha fé, deposito NELE toda a minha força, e com essa força redobrada encaro as coisas como uma não fatalidade.
Por isso tenho ido à luta tentando ultrapassar os sintomas da minha doença e acreditando que amanhã haverá um milagre qualquer que me traga de volta mais alegria para viver.
Há uns anos pensava eu estar na razão, como que a razão estivesse sempre do meu lado, resolvi escrever um livro inteiro de poesia, dura e, crua de revolta, visando alguns valores em que eu acredito e me suportam.
O meu filho, quando tinha 18 meses, deixou de andar. A cabecita tombava como se fosse um boneco, fizeram-lhe uma punção e o diagnóstico era cruel: encefalite. Por um qualquer milagre não morreu nem ficou incapacitado, mas adveio uma epilepsia – o grande mal – e eu fiquei revoltado.
De falha em falha ruiu o meu casamento, foi sempre um fracasso, e eu fiquei revoltado.
De revolta escrevi tanto poema…
Depois, quando a minha alma disse quanto eu estava errado, rasguei o livro contra a casa Dele (a minha), queimei os rascunhos, pedi-Lhe perdão e prometi não mais invocar o Seu nome em vão.
Na verdade, toda essa poesia tinha sida escrita num grito de revolta, por me ter trocado as voltas, e tudo o que tinha planificado para a minha vida tinha e estava a desmoronar-se.
Afinal, depois de ter professado a minha fé, que tanto me elevou, não conseguia entender a razão por tudo me ter saído errado.
Abandonei o atletismo, dediquei-me aos filhos, errei, voltei a errar, levantei-me, voltei a cair, aprendi com os meus erros e defeitos que a culpa está em nós e não num Deus qualquer.
Quando se escreve com laivos de revolta tudo pode parecer bonito mas às vezes passado algum tempo, é tempo de arrependimento.
Pois bem, ainda bem que rasguei a poesia! Eu estava errado – afinal Ele tinha testado a minha fé e eu fracassei.
Hoje sei quanto estava errado e até o meu filho não tem convulsões e reconheço que em 1971 o meu filho se salvou pela fé que nessa altura, depositava Nele.
Há uns anos fui operado no I.P.O e fiquei feliz por tudo não ter passado de um grande susto. Recomecei a olhar… e vi o sol às cores, e aprendi a dar outro valor às coisas por mais insignificantes pareçam.
Eu sei que às vezes me vou abaixo... mas quando pareço estar a bater no fundo há uma força qualquer que se renova e desdobra e me dá alento.
Durante mais de 25 anos andei, aos Sábados, pelos caminhos da arqueologia – a minha grande paixão. Certo dia, ao escavar uma sepultura medieval, deparei com aquilo que restava do que tinha sido uma sola de um sapato que supostamente pertenceu a um defunto.
Reparei naquela sola: estava metida no meio duma forte e grossa raiz.
Vi! Que através dos furos, feitos na sola pelo sapateiro, passavam raízes daquela enorme árvore. Afinal a raiz grossa ramificou-se para ultrapassou o obstáculo e voltou a reunir-se mais à frente formando novamente uma raiz compacta em busca do alimento que permitiu a frondosa árvore viver.
Se até a raiz ultrapassou o obstáculo qual a razão de desistirmos?
Agora vou mesmo terminar:
Afinal eu pedi coragem e Deus deu-me coragem para ultrapassar.
Para todos os que deixaram comentário ou não os meus agradecimentos!