Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

SOB LÁGRIMAS A CHORAR

 

Meus pais e prima

 

 

 

Desde muito cedo tomei consciência do sacrifício por que passavam os meus pais para me criarem, para me educarem, para “fazerem de mim um Homem”.
Tal como a generalidade dos Beirões, bem cedo abandonaram as suas aldeias em busca de uma vida melhor. Meu pai nasceu na Póvoa - Pampilhosa da Serra. Minha mãe nasceu na Malhada - Góis, Colmeal. Foi assim que meus pais projectaram nos filhos aquilo que gostariam de ter conseguido e que naquele tempo não lhes fora permitido: ESTUDAR!
 
É interessante ver na árvore genealógica da minha família Simões - da Pampilhosa da Serra – como as famílias eram numerosas e, apesar de tudo isso, todos lá se criaram com muito “engenho e arte”, com imenso sacrifício. Essa força foi mais que suficiente para, emigrando, migrando, conseguirem triunfar na vida, honrando a terra que os viu nascer e partir.
A título de exemplo vejam o caso do artista TONI CARREIRA que nasceu no Concelho da Pampilhosa da Serra, nunca renegou as suas origens, e lá vai estar a animar a festa da Pampilhosa da Serra no próximo dia 15 de Agosto.
 
Tudo isto para vos dizer que não foi em vão o sacrifício dos nossos pais. A minha geração sabe e soube entender desde muito cedo o sacrifício, a dor por que passaram os nossos queridos pais para que tivéssemos uma vida melhor.
 
Não sou diferente dos demais. Nasci em 1949, e a minha sensibilidade, o meu poder de observação, deu para compreender o enorme sacrifício (sofrimento) dos meus pais para todos terem uma vida melhor. O poema que segue foi escrito mesmo como aqui está. Poema sofrido, certamente, mas ao tempo que o escrevi, 1968, esta era a minha forma de escrever poesia.
 
- Minha querida mãe, Isabel Martins de Assunção, que não sabe ler nem escrever – obrigado por tudo o que nos deu, obrigado pelas suas constantes orações para que, num milagre qualquer, Deus me cure da Parkinson. Tenho tanto orgulho por si minha querida mãe!
 
- Meu querido pai, José Augusto Simões, um dos melhores alunos que passou pela escola primária da Pampilhosa da Serra, que com 86 anos tem uma memória invejável e que me ensinou a escrever poesia - obrigado por nos ter feito HOMENS. Tenho tanto orgulho em si meu querido pai.
Deixo o poema tal como um dia em 1969 o dei a conhecer a meus pais.
Sejam todos felizes.
Rogério Martins Simões


 

 

SOB LÁGRIMAS A CHORAR
Rogério Martins Simões
 
Talvez porque o dia seja triste
e eu encontre nele o vosso olhar
Hoje resolvi escrever
para sempre vos recordar.
Tantos trabalhos, amarguras,
e vós só contais com desgostos:
- Talvez porque o dia seja triste
Eu vos venha aqui versar.
 
Pergunto a mim mesmo:
Que prazeres vós tivestes?
Sem uma alegria
Sempre a trabalhar!
E ainda mal desapareceu a luz do dia,
já vos estais a levantar.
- Talvez porque o dia seja triste
 e me encontre a meditar.
 
A torrente da vida arremessa,
lança as dificuldades, e nós,
vossos filhos, não olhamos as realidades:
Não vemos o vosso rosto cansado!
- Talvez porque o dia seja triste
 encontre nele o vosso olhar.
 
De sangue é o dinheiro
Com ele se faz um curso
Triste curso endinheirado
que a vós vos tira a vida.
Pelo sangue renovado!
Pelo curso, pela vida,
a vós, meus queridos pais,
obrigado!
- Talvez porque o dia seja triste
encontre nele o vosso olhar.
 
E vós minha mãe
que ainda hoje me confortaste
Porque é que ocultaste
esse vosso rosto preocupado?
E vós meu pai que ainda agora chegaste
 com o corpo suado
Porque não tem a alegria
de um suave bocado?
 
Eu, vosso filho, escrevi a poesia,
 de lágrimas, a chorar.
Mesmo assim pergunto ao céu
O porquê do meu versar:
- Talvez porque o dia seja triste
E eu encontre nele o vosso olhar!
 
Lisboa, 19 de Fevereiro de 1969
Rogério Martins Simões
 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

Copyright © 2017. Todos os direitos reservados. All rights reserved © DIREITOS DE AUTOR

Em destaque no SAPO Blogs
pub