Poesia com sabor a liberdade
A POESIA COM SABOR A LIBERDADE
Tornou-se um hábito calcorrear, aos fins-de-semana, as estradas que me levam de Lisboa a Meco.
Para quem não sabe, o Meco possui belas praias, um microclima muito particular e situa-se na Arrábida, perto de Sesimbra.
Quem conhece sabe como é difícil o trânsito à Sexta-feira. Por isso arranjam-se truques - A minha esposa vai mais cedo e recolhe-me no terminal dos barcos no Seixal, depois, é um pulo para o destino.
Quis o destino que conseguisse com o esforço do nosso trabalho adquirir uma residencial “ auto caravana” num parque de campismo. Foi assim que o Meco passou a fazer parte de mim, tal como a praia das Bicas, as bicas, a argila, o António do Meco que me fornece o peixe fresco, a pastelaria onde leio o primeiro jornal diário e o desportivo, a mercearia que vende o melhor pão do mundo, a papelaria onde compro jornais e as revistas e alguns particulares, que quase me adoptaram, onde me abasteço de legumes e outros produtos caseiros.
- Sr Rogério aqui está o seu pequeno-almoço: dois pães com manteiga e o sumo e o café quando quiser.
- Amigo António o que é que se passa com o nosso Sporting?
- Amigo Rogério aquilo é uma desgraça, mas já estamos habituados a sofrer!
- Sr Rogério, tenho meia dúzia de ovos frescos guardados para si.
- Sr. Rogério, quantos pães quer para amanhã?
Conversa puxa conversa lá se vão as manhãs e o descanso acaba tão rápido como começou. Ainda assim sobra-me tempo para ler a revista “XIS” do jornal diário “O Público” onde não dispenso a coluna da ilustre escritora e jornalista “Laurinda Alves” e a crónica de “Faiza Hayat”.
Tudo isto para dizer que esta semana tive de ligar para a mercearia do pão a dizer que não ia, pois não podia faltar ao convite do meu amigo e colega de trabalho, jurista, cantor, compositor e poeta José Baião Santos (irmão do outro Baião ilustre conhecido) que, como bem sabem, foi também extensivo a todos vós.
Acabo de chegar. Foi pena que tão poucos estivessem presentes. O José Baião e outro amigo tocaram e cantaram belos poemas por si musicados. Falou-se de poesia, leram-se poemas de mais de 30 poetas consagrados entre os quais Jorge de Sena e Fernando Pessoa.
Foi a primeira vez que participei num encontro ao vivo e participativo sobre poesia onde houve tempo para tudo até para eu ler dois poemas meus. Por fim emocionado, já tremendo do pulsar das palavras e da doença o José Baião ainda leu mais 3 poemas meus e gostaram.
Afinal quis Deus ou o destino que alguns poetas e amantes da poesia me expressassem ali, pessoalmente, o reconhecimento à poesia que escrevo e não edito.
Em 18 meses este blog foi acedido cerca de 1 milhão de vezes, daí estar aqui para vos agradecer as inúmeras presenças neste livro de poesia. Todos vós sois parte da razão para não ter destruído a minha poesia Falta-me a saúde para continuar com aquele vigor que tinha quando escrevia e rasgava os poemas ao sabor dos amores e desamores. Irei continuar se a saúde o permitir e desde já vos prometo um lindo poema intitulado “Quisera andar de carrossel” para agradecer 1 milhão de acessos.
Viva a poesia com sabor a liberdade.