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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Afastamento


 

 
AFASTAMENTO
(romasi)

(mote)
Separaram nossos corpos, mulher,
Na idade em que preciso de ti!
 
Pareço namorar-te
Agora que bem te conheço
Tenho-te no pensamento
Longe de ti, não te esqueço
Cresceram os nossos filhos
Cresceram, levou-os o vento
Agora estamos tão sós
Velhos do nosso tempo
 
Apartaram nossas vidas
Em lares da terceira idade
Vivemos a longa distância
Indiferentes, por caridade...
 
Separaram nossos corpos, mulher
Espero todos os dias por ti!
 
Se ao menos viesse o dia
Da nossa partida final
Haveria mais alegria
No nosso amor imortal
Juntos na mesma terra
Tu e eu a recordar
Os tempos em que lá na serra
Começámos a namorar.
10/1974
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ALEXANDRE

 

(Meco 2008)

 

 

 

 

Alexandre
(Rogério Martins Simões)
 
Foi depois de mim que vieste
No livro dos homens
Registei o teu nome
E vieste
Mais leve que o destino
Norte, Sul, Este, Oeste
 
Teu tempo é tão leve…
Teu nome é meu hino
És e serás grande
Abençoado o sejas, menino,
Minha esperança
Meu tempo breve…
Enquanto tiver lembrança…
Alexandre.
 
01-07-2005
(Ao meu neto)
 

 

 

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Poemas de amor e dor 18 meses

 

NÃO! HOJE NÃO!
Rogério Martins Simões
 
Não. Hoje não!
Não existem freios no vento
Cristais no pensamento ...
Palavras a mais pelo chão
 
Não! Hoje não
Não tenho o corpo doente
Maresia no meu coração
Embalo uma alma docemente
No fogo desta paixão
 
Sim! Hoje só há rosas!
Bem Vermelhas e viçosas,
Belas na perfeição.
Eu as entrego como presente
Eu me dou neste amor ardente
Recebe-me em teu coração.
 
Lisboa, 19 de Outubro de 2005
(Registado não Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC --
Processo n. º 2079/09)
 

 

 

 

(óleo sobre tela Elisabete SOMBREIREIRO Palma - Reprodução)

 

O poema seguinte, de que gosto muito, é dedicado a todos os meus "companheiros" portadores da doença de Parkinson. Foi publicado pela primeira vez quando o meu blog "Poemas de amor e dor" foi Acedido 1 milhão de vezes, em 18 meses. (início do blog Março de 2004).

Este poema foi escrito quando pela 2 ª vez fiz "borrada".

Foi assim:

A minha doce Elisabete fazia anos, e eu até não estava muito mal, porém fui um desastre no restaurante, nesse jantar de anos: para Salpicou comida para uma gravata, como calças, e quando eu pretendia limpar, tombou a cadeira, eo casaco foi ao chão.

Pouco se notam as diferenças, mas parece que caem sobre nós todos os olhares, e virei carrossel, recordei-me do melaço com que enfarruscava o meu rosto, que recuperei na lembrança. E fui novamente criança, agora mais tonta e mais perdida.

Para todos os que lêem os meus poemas, fica o meu agradecimento. Muito carinho "O Livro dos Meus Permitam-me que lhe chame com poemas".



 

(Desligue o som do blog para ouvir este poema declamado por Luís Gaspar)
Oiça "Quisera andar de carrossel"

AQUI»Declamado por Luís Gaspar



 

Quisera ANDAR DE CARROSSEL

Rogério Martins Simões

 

Quisera andar de carrossel

Com um sorriso de criança que ri

Rosto rebuçado, melaços de mel

Laivos da festa que resta em ti ...

 

Num dedo prendo o balão,

Com outro seguro o corcel

Soco uma bola com a mão

As mãos, o rosto e uma testa

Besunto-me todo com mel.

 

Solta-se dos dedos o balão

Que voa a caminho do céu

-Mãe! Vai-me apanhar

Um sorriso igual ao seu ...

 

-Meu filho a mãe não sabe!

Ler, nunca aprendeu:

A mãe vai procurar

O balão que se perdeu ...

 

-Mãe que sabe escutar,

Meus choros em seu coração

Abençoada o seja minha mãe

Por tudo o que foi e me deu!

 

Rodopiam como lembranças da festa

Pára o movimento ondulante

Sujo-me de novo a cada instante ...

Sem rebuçados com sabor a mel

Mas ... Brinquei tanto no Carrossel ....

 

2005/10/20

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Catarina


 

 
CATARINA
 (Romasi)
 
 
Trazias no ventre herança
Que legaste cedo demais
Teu filho não foi criança
Catarina!
 
O chão do Alentejo
Produz mais, menina
Pois de o teu lutar
Saiu a semente
Regada com o sangue
Do teu ventre
Catarina!
1973
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Hoje

 

 

HOJE
Romasi
 
Hoje fiquei na estrada
Na rua,
Olhando as estrelas,
Habilitando-me
A uma viagem à lua.
 
Hoje fiquei sem nada!
Sem lar!
Sem família!
Aguardando
No espaço vazio
Da minha vida
Pela casa cheia...
 
Hoje não há sol,
Nem calor
E o meu coração
Que falha
Lança na dor
Este meu corpo frágil
Que desmaia.
 
Lisboa, 2/3/1973

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Meu Pai

 

 

 

 

 

 

ENVELHEÇO A ESPAÇOS…
Rogério Martins Simões
 
Envelheço a espaços
E não dou por isso…
Já não subo à figueira
Onde apanhei figos…
Vejo chegar os netos
E partirem os amigos
Seara ondulante
Numa dança com espigas
Pão azeite, coentros
E alhos para as migas…
 
Já não preciso de sol
Pois a espiga está madura.
Já não necessito de água
Pois a mágoa está segura.
Envelheço a espaços
E, afinal, dou conta disso.
 
Lisboa, 4/8/2005
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 

 

 

PAI.jpg

MEU PAI

 

José Augusto Simões, nasceu em 20 de Maio de 1922, no lugar da Póvoa - Pampilhosa da Serra.

Filho de Maria da Ascenção Ramos, (1882 - 1938) e de António Antunes Simões (1881 - 1934).

Descende das famílias Simões e Henriques da Pampilhosa da Serra; dos Antunes e Ramos da Póvoa e dos Almeidas de Moninho. Teve duas irmãs, Maria da Nazaré Simões, empregada nos Hospitais Civis de Lisboa - Hospital de Arroios e Laura da Conceição Simões.

Foi um aluno brilhante na escola da Pampilhosa da Serra onde ganhou diversos prémios escolares: o 1º prémio escolar de 60$00, na passagem da 2ª para a 3ª classe, tendo obtido a nota final de 18 valores e o 1º prémio escolar, também, os 60$00, na passagem da 3ª para a 4ª classe, tendo obtido como nota final 19 valores.

Ingressou na 1ª classe em 1930 que concluiu em 1931. Concluiu a 2º grupo em 1932; a 2ª classe em 1933; a 3ª classe em 1934 e terminou os seus estudos primários, a 4ª classe, em 1935 com a nota final “brilhante com distinção”.

Da 1ª à 3ªclasse foi ensinado pelo Professor Anselmo Ferreira e na 4ª classe pelo Professor Gil.

Apenas pôde concluir a 4ª Classe, porque as vicissitudes da vida o impediram de prosseguir os seus estudos.

O seu maior trauma da infância foi a morte prematura do seu pai e a doença e morte de sua mãe, que, aliado à falta de recursos, tão normal nessa época, o impediu de realizar o seu sonho: “concluir um curso superior”.

Ficou órfão de pai aos 12 anos e de mãe aos 15 anos de idade, tendo migrado para Lisboa onde trabalhou, desde muito cedo, como caixeiro de mercearia até à data em que foi incorporado no serviço militar.

Trabalhou, depois, como “caixeiro-viajante” tendo conhecido todo o país ao serviço da firma “Francisco Simões” que comercializava sacos, batatas e outros legumes.

Em 21 de Abril de 1948, fundou, com seu tio Jaime Rodrigues, natural do Pessegueiro, uma pequena empresa de sacos usados, a firma Jaime Rodrigues & Simões, Lda., que foi a base de sustentação de toda a família, bem como de muitos parentes, amigos e conhecidos.

A sua “sacaria”, na Calçada do Forte em Lisboa, foi sempre ponto de encontro e de reunião entre os conterrâneos e amigos.

Esteve na reorganização da Comissão de Melhoramentos da Póvoa onde foi 1º Secretário nos anos de 1949 a 1950.

Casou com Isabel Martins de Assunção, natural da Malhada, Colmeal, prima direita do actual Presidente do Tribunal Constitucional, Luís Manuel Nunes de Almeida.

Do seu casamento nasceram 5 filhos. As duas filhas faleceram precocemente e estão vivos os restantes filhos do sexo masculino.

Acolheu na sua pequena casa de Lisboa, na Rua do Mirante, parentes ou simplesmente conhecidos. Recordo-me de meus pais cederem a sua cama aos familiares e de terem dormido, em cima de sacos, no seu estabelecimento comercial.

É um homem com um “H” muito grande, dotado de uma memória prodigiosa colocando a honra e a honestidade no cimo do seu pedestal.

Foi brilhante na matemática e em outras ciências tais como a Geografia, as Ciências Naturais, a História e a Aritmética. A sua letra era muito bonita e por isso era o “miúdo” que escrevia e lia as cartas aos seus conterrâneos.

Mas a sua memória não é passiva.

José Augusto Simões sabe de cor as datas de nascimento e da morte de quase todos os seus familiares, amigos e conhecidos, bem como, as datas dos factos mais importantes da sua e da nossa vida  passada e actual. Sabe de cor os nomes de todos os ossos do corpo humano, rios e estradas de Portugal. Desculpem, meu pai é simplesmente brilhante.

Conseguiu passar para o papel, reconstituindo, a árvore genealógica de quase toda a sua ascendência: Simões, Ramos e Antunes (esta desde 1822).

Parte desta reconstituição familiar foi-lhe transmitida, oralmente, por sua mãe Maria Ramos (ti Mariquitas da Póvoa) e conservada na memória do meu pai até à data.

Foi sempre um grande comunicador. Lembro-me de o ouvir contar histórias de fantasiar e de encantar que tanto preencheu o imaginário da minha infância.

Escreveu poesia, pois li alguns dos seus poemas, que expressam bem as amarguras da vida, as coisas boas e simples e o seu amor pelo próximo.

Para que perdurem as lembranças da sua brilhante memória, que podem contribuir para escrever ou rescrever a vida difícil de um povo implantado na Beira Serra, vou trazer alguns artigos que escreveu e continuarei a incentivar para que escreva, pois neles se encontram alusões, menções a pessoas e factos, que fazem a história de uma aldeia a Póvoa da Pampilhosa da Serra e das suas gentes.

Homenagem do seu filho

Rogério Simões

2004

Poemas de amor e dor conteúdo da página

amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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