Natureza morta...
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Abstracto
Da semente de tua boca
Uma imagem subtil de encanto
Como as águas
Límpidas da fonte
No silêncio
Da tua dor
Imagem da eterna
Ternura de mãe
1969
Em poemas que te fiz
Em poemas que te fiz,
naqueles tempos de outrora
não via teu rosto…
somente sonhava…
Nesse tempo
em que eras sonho
o tempo esvoaçava
E eu fugia com ele….
Agora, encontrei-te
num novo poema!
e vi teu rosto!
Conheci-o!
E versei a tua imagem!
Imagina só como és bela!
Mais feliz quem belo ama.
E foi o poema que te encontrou
Quando tu juraste amor…
Não eras sonho ou imaginação!
E, num rasgo de poesia
Versei-te o coração.
7/01/1968
( Óleo sobre tela ELISABETE MARIA SOMBREIREIRO PALMA)
VEM! PORQUE ESPERAS
Rogério Martins Simões
Ode porque esperas?
Se a espera muito pesa
Pesa a incerteza
Desilusões, quimeras…
Porque esperas?!
Regressaram os cercos
Cercados de utopia
Volta! Se não vens
Desgarra o pensamento
Algemas no olhar?
Viaja livre no momento
Eis de novo a divagar:
Relvei estas palavras
Flori na tapada
Meu nome é poema
Filho do verso
E no reverso
Quem diria?
Pervertes tudo!
Nada…
É só poesia…
Lisboa, 3 de Outubro de 2005
EU
5/07/1949
Sou do signo do caranguejo,
tenho fases como a lua:
às vezes sou
como uma ave planando ao vento;
por vezes rujo forte como um leão.
Hoje não,
estou fatigado, cansado de pensar
e o meu pensamento arrasta-me,
para o edifício azul na montanha,
onde solto as minhas pesadas mãos
com que agarram o sol.
Sempre que me sinto assim,
fico parado no tempo
à espera da rotatividade da sorte,
da esperança, de tudo e do nada...
Nasci em Julho num dia de sol.
O tempo passa depressa,
assim não pensava quando era menino,
mas pensava,
e o meu pensamento arrastava-me
para o patamar do edifício azul.
- O meu filho está com a lua!
(Dizia minha mãe)
A lua tomava conta dos meus sonhos,
estava longe e o sol beijava-me.
- Por que razão
deixamos para trás o que está perto?
Por que razão desejamos o infinito
e só nos realizamos tendo tudo?
Contudo desprezamos
e não damos conta do que está certo.
Hoje juntei o cinco ao sete.
Um de cada vez!
Tenho cinquenta e sete.
5/07/2006
EU
Tu, só e triste no meio de tanto Sol de alegria,
entre tantos cantos e tantos perfumes de amor
que fazem festa em torno de ti todos os dias!
Essa voz interna, respondi eu, com outra voz.
Naquele formigueiro humano, que agita-se
entre todas as flores tu és sempre a mais bela,
entre todos os perfumes, o que tu espalhas
em volta, é sempre o mais suave e delicado.
Em volta de ti, as rosas abrem as suas corolas
cheias de volúpia; mas tu és a mais bela de todas
essas rosas, porque a verdura fresca da tua alma é
magia, um mundo de sonhos, esperanças e alegrias!
Quando estas rosas todas estiverem mortas, tu serás
ainda mais viva, e o rosado da tua alegria o mais pleno
e a mais fecunda das sementes deixadas em todos
os corações de felicidade e esperança no amanhã!
Balneário Camboiú
2004