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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Teu corpo ausente...

 

TEU CORPO AUSENTE

(Romasi)

 

Jogo meus braços

Entrelaçados de nuvens.

Beijo o ar

E o travesseiro de lã.

Quebro o silêncio da cama

Num ranger de molas.

Abro náuseas de prazer

E percorro

Em volúpia arrepiante

Teu corpo ausente.

 

20 de Janeiro de 1974

 

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Não chores por mim, não chores, sabiá...

 

Não chores por mim, não chores, sabiá…

Rogério Martins Simões

 

Debaixo do sabiá está um homem a descansar

Dorme, dorme, cortador que sabiá não é pinho…

-Dorme, trabalhador que sabiá te vai abrigar!

-Sabiá onde estás? Oh meu lindo passarinho?

 

-Toma cuidado oh sabiá não o deixes acordar

Num galho de um sabiá, o sabiá faz o ninho

Vai-te embora oh caçador que sabiá quer pular,

Do cimo do sabiá, para a mata de rosmaninho

 

Uniram-se os sabiá e o homem ficou ao sol…

Debaixo do sabiá está agora um guarda-sol

Volta sabiá! Canta sabiá que alegria já não há

 

Eu vi um sabiá com uma semente no bico

Deitou-a a meus pés, eu com ela não fico

Volta a dar sombra sabiá! Vem cantar sabiá!

Lisboa, 13 de Março de 2007

 

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Dia mundial da poesia

 

DIA MUNDIAL DA POESIA

 

Comemora-se hoje o dia mundial da poesia.

A minha homenagem a todos os poetas conhecidos ou desconhecidos. O meu agradecimento a todos os poetas que doam a sua poesia.

O meu agradecimento a vós todos que, como eu, gostais de poesia.

Como humilde poeta, mas poeta, não posso deixar passar este dia sem que vos diga, que respiro poesia, que amo a poesia, que a poesia faz bem à alma e regenera o corpo.

A poesia é para mim a expressão da alma - a alma de poeta - e se por vezes pareço morrer num verso, ressuscito novamente num canto, - no canto mágico dos poetas.

Hoje é o nosso dia: o dia da poesia e dos poetas.

A poesia é linda!

A poesia é eterna!

Rogério Simões

21-03-2007

 

 

SINTONIA

 

Contigo, aprendi a saber o que é unidade

A ouvir o que não chega ser dito,

A sentir o que tu pensas,

Sabendo que pensas o que sinto…

Aprendi a saber de mim, através do que sei de ti…

 

Aprendi a conhecer o silêncio

A conhecer o seu dicionário mudo

Apenas pelo olhar,

Não preciso de palavras, para saber de ti

E sei que também não precisas

Porque sabemos o que sentimos…

 

Aprendi a suportar o mistério que nos une

A força que nos comanda

A energia que sentimos…

 

Aprendi contigo o valor de sermos “dois” e “um”

Estarmos juntos, estando separados,

Numa integridade única de quem sabe o que quer…

 

Aprendi contigo e com essa empatia

Que temos ainda muito que aprender

Que rir, cantar, chorar e amar

É apenas o segredo de sermos

Duas almas num só corpo…

                   MARIA CELIA SILVA

 

 

Dúvida

Romasi

 

Vejo-te ir,

Não vou conseguir chegar,

Se partir…

Vais regressar,

Mas tu já saíste,

E eu fiquei!

Deriva de mim a dúvida

E o conselho a seguir:

Rir de acordo,

Ou acordar a rir,

e ir

Ir por aí

Por onde o meu passo me leva

Atrás de tudo e de nada,

Porque tudo afinal se queda

 

Estou novamente perdido!

Vi-te partir,

Vais regressar,

Afinal prometeste voltar…

1985


 


 

 

 

 

 

“ O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve

Na dor lida sentem bem

Não as duas que ele teve

Mas só a que eles não tem.”

Fernando Pessoa

 

 


 

 

POESIA! QUERO NAMORAR CONTIGO…

(Rogério Martins Simões)

 

Nos tempos de diamante em bruto,

quando o horizonte era a eternidade,

escrevia poemas no universo estrelar.

Nesses tempos de que me lembro bastante,

por não recordar os poemas,

costumava versar as estrelas cadentes e,

pendurado na ponta de um cometa,

atravessei galáxias

onde registei os meus versos.

Certo dia reparei, porque o disseram,

que as estrelas cadentes eram, afinal,

restos de poeiras cósmicas

– Mas eu não acreditei!

Sempre que avistava uma estrela cadente

 escrevia um poema.

Era como os devolvessem embrulhados em luz…

- Rogério que fizestes aos poemas?

-Os poemas maiores são todos aqueles

que se soltam das palavras

e tão libertos esvoaçam sem vento,

sem tempo…

Talvez eu veja na poesia

a forma mais sublime

de passar a barreira

 da comédia das nossas vidas.

Prefiro as cerejas penduradas nas orelhas.

Beijar a lua

e acordar numa gota de orvalho

manhã cedo de Outono.

Poesia! És tão linda!

Gosto tanto de namorar contigo.

18-09-2006 22:49 

 

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E tu tão perto

(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

E tu tão perto…

Rogério Martins Simões

 

Meu amor hoje tão só, e tu tão perto…

Perto de mim estão estas mágoas

Este meu fado breve, certo e incerto,

E tu tão perto, e tu tão perto…

 

Meu amor estás tão só, e por certo,

Comigo perto, mareando nestas águas.

Minhas mágoas deixaram-me deserto

E tu tão perto, e tu tão perto…

 

Perto está o meu peito encoberto

Esta dor, sem jeito de se ver

Ver, sem ver, é olhar liberto

E tu tão perto, e tu tão perto…

 

Olha! Repara em mim entreaberto

Aberto e pleno de saber

Que o nosso amor é mais desperto

Contigo perto, comigo perto.

08-05-2005

(Mais um poema dedicado à Bete)

 

 

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A semente

(desenho em computador da poetisa Célia)

A SEMENTE

 

 

 

... E um dia acordas e descobres que tudo mudou...

....que afinal os teus olhos  andavam fechados  e que não viveste, apenas passaste pela vida...

Mas agora, de olhos bem abertos, descobres que o melhor vem de dentro de ti, que podes amar sem motivo e podes sonhar sem uma razão...

....só tens de aproveitar  cada momento da tua vida e manter os olhos bem abertos, porque a vida só existe realmente, para quem sabe vive-la, na sua plena essência...

Ao longo da tua vida colherás os frutos da semente que tu plantas em cada dia....

.... se não tiveres os frutos, não desistas, ainda ficam as flores...

... se não conseguires as flores.. que importa? Ainda tens as folhas....

.... mas se nem mesmo tiveres as folhas... abre a tua mão: ainda te resta a semente...

 

 

                                                     - MARIA CÉLIA SILVA

 

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Basta de tanto sofrer...

 

 

 

 

 

BASTA DE TANTO SOFRER
(13 de Maio)
Rogério Martins Simões
 
Basta de tanto sofrer!
Chega de tanta agonia!
Já não consigo escrever,
Tremendo não ousaria.
 
Mas desta forma tremer,
Esta mão temendo fria.
Quisera alguém viver,
Sem prazer ou alegria?
 
Pergunto a ti meu amor,
A razão da minha dor:
Porquê tanto tormento?
 
E se retardo o sofrimento,
De ti tanta força recebo,
Volto à coragem e escrevo.
 
13-05-2004 2:07:59
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Sim, está tudo certo...

(Lisboa 2007)

(Até o cão já lhe tiraram...  )

 

 

“Sim, está tudo certo.

Está tudo perfeitamente certo

O pior é que está tudo errado”

……

(Extracto de um poema de Fernando Pessoa, de 5/3/1935)

 

Sim, está tudo certo

Rogério Martins Simões

 

São proibidas as margens curtas…

As regras definidas

Os computadores...

proibiram os versos!

Afinam as regras de mercado!

 

O teclado transformou o papel

Num papel ilustrado.

Esta vida é um burel,

Que me deixa prostrado.

Ainda, assim, continuo vivo

Nas palavras

Combinadas de azul:

De um azul sem rimar

Tingido de púrpura

Atingido de fel…

 

O plástico do teclado

Tem as letras apagadas,

Os números debotados

Os cifrões transfigurados.

E as letras... são, agora, percentagens.

Os pontos sociedades anónimas,

De rostos limitados.

 

Limitam o meu tempo.

 

Enfrento o computador…

O monitor não faz parte da poesia!

A poesia prefere as flores,

Entranhas,

Por onde perpassa a luz.

Hoje não há poesia!

 

Poderia tentar

um poema de amor.

Amor não!

A dor é maior que as dores.

Só o canto me apaixona!

Só o canto me desencanta!

Amores e desamores

O meu não partiu!

 

Paro de bater no teclado!

Não sai nada…

Nada se viu!

Ando às cegas!

Que importa ver?

A fórmula diz tudo…

As regras são impostas

Que importa saber

Se o jogo já começou…

 

Peito aberto!

 

E na ferida do meu peito

Deixo encoberto,

Na amargura e na dor,

Palavras que se soltam

De um computador…

 

“Sim está tudo certo

Está tudo perfeitamente certo

O pior é que está tudo errado”

 

Lisboa, 24 de Janeiro de 2007

 

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Poemas de Amor e Dor 3 anos de poesia

 

Março de 2004 +++++++++++++++Março de 2007

3 ANOS DE P.A.D.

Foi em 6 de Março de 2004 que criei este blog e iniciei a divulgação da minha poesia: “Poemas de Amor e Dor”.

Quando criei este blog para divulgar a minha poesia, (aquela que não rasguei, e mais uns quantos poemas) jamais imaginaria que passados três anos este blog tivesse existência.

Ao longo destes 3 anos criei empatia, (ou não) e foi graças a muitos de vós que voltei a escrever poesia quando de todo pensava não mais escrever. A simples razão de eu vos ter encontrado é a verdadeira razão de ter voltado. Com a poesia amansei as minhas dores que embora irreversíveis navegam entre a esperança e a fé…

Escrever poesia é um acto de muito amor - podem crer. É como tivesse uma segunda vida, vida secreta e discreta dirão aqueles que me conhecem e, feitas as contas, nunca deram conta que era poeta – um humilde poeta. No entanto estava ali, quando num simples e genuíno gesto dava passagem a uma senhora ou um lugar sentado aos mais idosos.

Tal como interagi convosco ao longo destes 3 anos, também alguns poetas influenciaram a minha poesia. Está e estará sempre no topo Fernando Pessoa. Mas outros houve, desde meu pai ao grande poeta libanês de nome - Khalil Gibran.

Gibran Khalil Gibran (6 de dezembro de 1883, Bicharre, Líbano - 10 de abril de 1931, Nova Iorque) foi um ensaísta, filósofo, prosador, poeta, conferencista e pintor de origem libanesa. Khalil Gibran produziu uma obra literária marcada pelo misticismo oriental, que alcançou popularidade em todo o mundo. A obra literária de Gibran, acentuadamente romântica e influenciada pela Bíblia, Nietzsche e William Blake, trata de temas como o amor, a amizade, a morte e a natureza, entre outros. Escrita em inglês e árabe, expressa as inclinações religiosas e mística do autor. Sua obra mais conhecida foi Asas Partidas, que fala da primeira história de amor dele.

Seu nome completo é Gibran Khalil Gibran, assim assinando em árabe. Em inglês, preferiu a forma reduzida e ligeiramente modificada de Khalil Gibran.

Texto retirado da Wikipédia, a enciclopédia livre.

É deste grande poeta o poema que quero aqui deixar no mês em que POEMAS DE AMOR E DOR comemora 3 anos de existência.

UM POEMA DO POETA KHALIL GIBRAN

(DO LIVRO “O PROFETA”)

 

O Dom

 

Então um homem rico disse:

- Fala-nos do dom.

 

E ele respondeu:

 

- Dais muito pouco,

Quando dais daquilo que vos pertence.

 

Quando vos dais a vós mesmos

é que dais realmente.

 

Que é aquilo que vos pertence,

senão coisas que conservais ciosamente,

com medo de vir a precisar delas amanhã?

 

E amanhã,

que trará o amanhã

ao cão demasiado prudente

que enterra os ossos na areia movediça

enquanto segue os peregrinos

a caminho da cidade santa?

 

E que é o medo da miséria,

senão a própria miséria?

 

Quando o vosso poço está cheio,

não é o medo â sede

que torna a vossa sede insaciável?

 

Alguns dão pouco

do muito que têm, e fazem isso

em troca do reconhecimento,

e o seu desejo oculto

corrompe os seus dons.

 

Outros têm pouco

e dão tudo.

 

Estes são os que acreditam na vida,

na bondade da vida;

e o seu cofre nunca está vazio.

 

Há quem dê com alegria,

e esta alegria é a sua recompensa.

 

Há quem dê cheio de dores,

e essas dores são o seu baptismo.

 

Há ainda quem dê, inconsciente,

da sua virtude,

sem nisso sentir dor nem alegria.

 

Dão como os mirtos do vale

que a espaços atiram para o céu

o seu perfume.

 

É bom dar quando nos pedem;

e é bom dar sem que nos peçam,

como bons entendedores.

 

E para o homem generoso,

procurar aquele que vai receber

é maior alegria do que dar.

 

E haverá alguma coisa

que possais conservar?

Tudo quanto possuís

será dado um dia.

 

Portanto, dai agora,

para que o tempo de dar seja vosso

e não dos vossos herdeiros.

 

Muitas vezes dizeis:

- Gostava de dar

mas só aos que merecem.

 

As árvores dos vossos pomares

não falam assim,

nem os rebanhos das vossas devesas.

 

Dão para poderem viver,

porque guardar é perecer.

 

Por certo

aquele que é digno de receber

os seus dias e as suas noites,

é digno de receber de vós

tudo o resto.

 

E aquele que mereceu

beber do oceano da vida

merece encher a sua taça

do vosso regato.

 

E que maior merecimento

do que aquele que reside

não na caridade,

mas na coragem e na confiança

de receber?

 

E quem sois vós

para que os homens

devam rasgar o peito diante de vós,

vencendo o orgulho,

para poderdes ver o seu mérito

a descoberto

e a sua altivez manifesta?

 

Procurai primeiro

merecerdes ser doadores

e instrumentos de doação.

Porque, em verdade,

é a vida que dá à vida,

e quando julgais ser doadores,

sois apenas testemunhas.

 

E vós que recebeis

- e todos sois recebedores–

não atireis para cima de vós

o peso da gratidão,

sob pena de impordes um jugo

a vós mesmos e àquele que dá.

Mas elevai-vos

juntamente com o doador,

usando os dons como asas.

 

Porque ligar demasiada importância

à vossa divida

é duvidar da sua generosidade,

que tem por mãe a Terra magnânima

e Deus como Pai.

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MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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