RAMA
RAMA
Rogério Martins Simões
Um ramo!
E na ramagem um sonho
Deixado pelo ninho,
atrás dele,
voando por além…
Um passarinho
recorda a sua rama…
Outrora era novo
Agora, quando invoca o nascer
As suas penas o julgam perdido
Na ira dos ventos vai morrer…
Triste passarinho
Triste emigrante sem destino.
Veio de uma terra distante
Em busca de outro caminho
Na vida há sempre aves
E uma ave não morre deitada….
Sem nada!
recordando o sonho que levou
Soltou a vida
Deixando nas recordações
As terras que semeou.
É noite!
Amanhã o sol voltará de novo
Mas ele já voou…
Lisboa, 14 de Fevereiro de 1969
(não resisti à tentação de vos dar a ler um poema de 1969 que recuperei dum velho caderno. O meu pedido de desculpas pelo atrevimento, mas está tal e qual como o escrevi quando tinha 19 anos, muitas preocupações e muitos sonhos...)