FORA DE TI SOU UM NOVELO...
(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
FORA DE TI SOU UM NOVELO
Rogério Martins Simões
Erguem-se as montanhas.
Perfilam as imagens.
Vêm através de mim,
ensina-me o caminho das margens…
Meu amor volta depressa
Tenho as minhas mãos tão pesadas
Que nem as mando poisar
Meu amor regressa
Tenho as mãos tão cansadas
E não as posso libertar.
Fora de mim sou um novelo,
que se desprende,
entre os dedos alinhados.
Fora de ti sou um elo,
que se prende,
entre os dedos desalinhados
Tenho as mãos tão pesadas
não as consigo desapertar.
Tenho as mãos tão cansadas
Que não as consigo soltar….
Salta para o meu cavalo de chuva
que se ergue à porfia.
Vem de um pulo só.
Leva-me contigo depressa
Meu amor regressa
Tenho as minhas mãos tão pesadas
Que nem as mando poisar
Meu amor volta depressa
Tenho as mãos tão cansadas
Que nem as posso libertar.
03-05-2006 15:30
(À minha companheira BETE que pinta
e com a tinta do seu amor suaviza a minha Parkinson)
BETE Amor da minha vida, minha companheira, esposa e pintora. Não existem palavras suficientes e bonitas, (pois linda és tu!), para te expressar o que sinto neste instante, pela tua dignidade, pelo amor demonstrado ao longo destes anos de enorme sofrimento que ainda agora começa… Este é o teu mês - balança que equilibra o que resta de mim. Até ao dia do teu aniversário, 19 de Outubro, voltarei a colocar aqui alguns poemas que te escrevi. Começo por este poema, “fora de ti sou um novelo”, que te dediquei quando estiveste internada e me sentia perdidamente à deriva… Sempre Rogério Bete Bete Janela aberta Sol penetrante, o teu, Na hora certa: Tão radiante e meu! 19/10/1999