RECORTE NA PLANíCIE
(óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
RECORTE NA PLANÍCIE
Venho de um tempo de Inverno,
Quando a noite mais tempo toma.
Sou fruto de um vagar eterno
Quando o trabalho não retoma.
Do frio, a cortiça protege o sobreiro…
À lareira cerzia panos de linho
Chovia lá fora, era Fevereiro.
Sou filha do amor; lenha de azinho.
Foram longos os meses de espera
- Seara! Aprendi a bailar contigo
E foi a mais linda Primavera
E minha mãe cantava comigo:
“Semeei este amor de Inverno,
Papoila! Ventre da Primavera
Bago de trigo; Verão eterno,
Outono! Vida! Minha quimera.”
E o Verão foi ainda mais quente!
Mas o Outono é a minha estação…
A minha mãe carregou a semente
Verde foi o fruto do seu coração.
Ceifa-se no Verão
O que Outono é servido
Sinto dar a mão…
Que lindo vestido!
Se voltar a
Que me viu nascer
e beija
Estarei ao postigo!
Sua bênção, minha mãe.
Sei que estás comigo!
19-10-2006
(Poema dedicado a minha doce e linda companheira, Elisabete Sombreireiro Palma, que nasceu em