Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
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Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Um cálice de vinho celebra a vida E trapaça a morte pela embriaguez! Somos dois num só nessa taça erguida E se juntarmos Baco então somos três.
Bebendo mais um cálice somos tetra: eu, tu e o vinho, talvez mais o Baco; o terceiro aquece e o quarto não peca! Pra ti fica sempre o melhor naco...
Com um cálice de vinho não há morte porque aqui Belzebu perde a frescura - teu odor de mosto é o que me calha em sorte e junta meu néctar à tua candura.
Ofereces-me o leito, a espuma e a lua na dança que seguimos da concertina; a noite é felina, e tu estás nua, e é fina a canção que nos ilumina...
Mais vinho no cálice faz arder a alma; despe já as parras que estorvam a palma - Não pares, amor, chupa o mel da colmeia até que o sangue sorva a Lua cheia...
Com mais vinho no copo ficas ígnea e haverá mais tesão e frenesim; é mel lambido na boca benigna na forma de bolinho, creme ou pudim...
Ai, amor, que tens a boca sem manhas que exalas o aroma mais fresco do mundo e me dás as entranhas e as artimanhas o esplendor da trapaça é gozo rotundo!
Mais palavras para quê? Só um grande poeta como o é Armando Figueiredo serve a poesia em belos copos de Cristal. Obrigado por partilhar este bom de tinto que o bebi até á exaustão. Estou muito feliz pelo sucesso do grande poeta da língua portuguesa.
Em 2002 encontrei no meu computador estas simples e muito significativas palavras:
“Sentou-se em frente ao computador para escrever.
E escrever o quê?
Sobre quê?
Sabia tão-somente que sentia uma imperiosa vontade de escrever.
E se escrevesse sobre o que estava a ver no momento?
Claro que estava a olhar para o teclado, mas por breves segundos o olhar desviava-se um pouco, talvez para pensar em que tecla ia carregar a seguir, esse olhar vagueava por entre o cortinado que...”
Lisboa 3/9/2002
Elisabete Sombreireiro Palma
(Resposta
(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
SENTADA AO COMPUTADOR
(Rogério Martins Simões)
Sentada ao computador,
deambulando por outra paragem…
parei o tempo…
E se o tempo não fosse dor
e tudo não passasse de uma aragem.
Afinal o que estou a dizer?
Será que não sei escrever,
o que estava a ver
na outra margem?
Respiro fundo,
no fundo me torno…
Entorno a minha angústia
nos cortinados das janelas…
Olho novamente o teclado,
levanto a cabeça
e desvio o olhar.
E neste reflexo avisto as mazelas:
Com que me revejo!
Com que me adorno!
E vou por aí a vaguear…
03-09-2002 19:54:20
(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
RICARDO
18 longos anos a morrer de saudade!
“Sabes Rogério – Por muitos ou poucos anos que viva, nem um só momento esqueço a morte do meu filho”
Elisabete M. S. Palma.
No dia 1 de Julho de 1989 os filhos da minha companheira sofreram um terrível acidente de mota, nos acessos à ponte sobre o Tejo, e o Ricardo não sobreviveu.
Era sábado, estiveram os dois na praia da Caparica, e o irmão mais velho, o Pedro, quis mostrar ao Ricardo o Pôr-do-sol - na Lagoa azul - na serra de Sintra, e de repente a tragédia aconteceu.
O Ricardo era uma casa cheia: divertido, irradiava simpatia e fazia muitos amigos.
- Eu sei Ricardo que viajaste em cima da cor azul do arco-íris e sempre que eu vejo um pôr-do-sol tu lá estás, com um sorriso.
Quando te releio nos cenários animados Por teu Génio, com poesias e magias, Cheios de vida, realça por todos os lados O alvo nas pupilas dos meus olhos...!
Vejo o céu, mar, luar, vejo searas Douradas, o sol que o véu das neblinas Rompe, dourando as campinas; E iluminando o horizonte, vales e rios!
Percebo um rumor silencioso da charrua; São os colibris, que, ao carvalho sobranceiro, Modulam sons elevados cheios de ternura...
E eu, consternada, volto a face, e tremo, Vendo teu vulto que aparece, no extremo Onde faz a curva que o sonho enternece!
Tua Fêmea, a cada carícia! Intensa é a noite, olho lá para cima: as estrelas desenham teu nome na minha pele desnudando meus segredos.
Sou tua escritura da tua língua e neste instante você me soletra descendo pelo corpo deixando-me devassa, louca!
A tua mão desata minha pele que ruge...ao fundir dos corpos de pêlos que cedem ao apelo na fúria dos instintos...
Teus desejos tem me desafiado e que a noite jamais termine.... pronta a partir adentrando em ti... Apenas deixa-se...em mim!...
Setembro 2007
Poemas de amor e dor
conteúdo da página
publicado às 16:53
MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975
Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado