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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Palavras mortas

 

(Óleo sobre tela

 

CEZANNE)

 

 

 

PALAVRAS MORTAS
Rogério Martins Simões
 
Ginete enigmático.
Corcel das alturas despenhadas.
Labirinto das palavras deformadas.
Deixa este mato, que me acama,
Sem cama, a cheirar a madressilva.
 
Chegou a hora de todas as estações:
Esfarelo migalhas nos joanetes;
Desaperto o colarinho das convicções;
E deixo passar a rua pelos dedos dos pés.
 
Todas as letras são palavras mortas!
 
Que espaço me separa da loucura
Onde permaneço e não saio.
Caio! Nem uma mão me conforta.
Nem a solidão outrora remota.
Hoje todos os dias são iguais!
Passo por tigelas… por estações,
Sem obedecer ou parar aos sinais.
Mudo de carruagem sem dar por nada
E o caldo arrefece sem comensais…
 
Lisboa, 23 de Fevereiro de 2009
 

 

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Ardias na espera...

 

 

ARDIAS NA ESPERA…
Rogério Martins Simões
 
Cavalos noturnos sem arreios!
Aves noctívagas
Fogo posto.
Sei que cedi ao ardor dos seus seios.
E nem um só grito resvalou
Imposto.
 
Fogo!
Ardia na espera!
 
Sorri, chamei por ela, não sei.
Sei que cedi aos seus sinais.
Abrasava na chama que ateei
E não me queimei nos ais…
 
De degrau em degrau escondemos a lua.
O lume apagou! Acendemos uma vela.
A chama abrasou e incendiou a rua…
Ardendo no fogo atiçado por ela.
 
Fogo?!
Ardias na espera…
 
Lisboa, 24 de Maio de 2008 21:36:00
 
 
 
 
 
 

 

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A MUSA - ELISABETE MARIA SOMBREIREIRO PALMA

 


(E junto a este seu  lindo poema de amor estava este seu belo quadro)

 


 

 

(A MUSA)

 

19/03/2009

 

(Óleo sobre tela

Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

 

 

VIVA A POESIA! 

 

 

 

 

 

 

A ESTRELA MAIS BELA QUE ENCONTREI!
(Rogério Martins Simões)
 
Sabes encontrar-me pela manhã,
No riacho cristalino do desapego,
Onde, renunciando, dores refego,
Para que a esperança não seja vã.
 
Livre da dor e tortura é este afã.
Cuido este corpo onde me apego.
Tarde libertar-me deste carrego,
Que extingue o carma de amanhã.
 
E se estiver na hora quero propor:
Irei de mãos dadas pelo caminho,
Perdido eu de amores, devagarinho,
 
Levarei comigo o meu lindo amor,
A estrela mais bela que encontrei.
Não quero perder quem tanto amei!
 
Lisboa, 27-03-2008 22:04:08

 

 

 

 

 

EM SONHO ME DEPENDUREI NO LUAR

 

 

Rogério Martins Simões
 
 
Em sonho me dependurei no luar.
O luar quis acordar os nossos cios.
Ali estavas, desnudada no meu olhar,
Encandeando meus olhos luzidios.
 
Os sonhos soçobram ao acordar…
O luar distende o sonho em atavios.
Ai!, sereia espraiada no meu mar,
Esperando as águas dos meus rios…
 
Luar!, tapa-me os olhos e os dias:
Antes cego, que acordar e não ter,
Do que ver, e não ter o que vias….
 
Prendo, no sono, o sonho para te ver,
Fico cego se em mim não te sentir,
Fios de seda - não te deixem partir!
 
Lisboa, 05-01-2009 20:49:30
 
 
 
 
Faz pouco mais de um ano que o nosso cão nos deixou e as palavras que então escrevi continuam a fazer eco. O cão era mesmo uma grande companhia!
Neste óleo, com que a Bete me presenteou, está representado o nosso querido Tarik.
Se repararem, durante muito tempo, deixei de escrever poesia. A sua partida deixou-me mais só e a saudade permanece.
Como sabem a doença de Parkinson leva os doentes a isolarem-se e foi o que me aconteceu: fico só, por aqui tentando agarrar as palavras, e sem o nosso lindo cão sinto um enorme desconforto apesar de muito bem acompanhado pela Bete.
Hoje estive a reler o que então escrevi neste blog.
 
 
Vem isto a propósito de uma notícia que nos chega do Brasil e que nos vem de novo alimentar a esperança de podermos vir a ter uma vida normal: um novo tratamento desenvolvido pelo médico e cientista brasileiro Miguel Nicolelis poderá revolucionar a vida de pacientes com doença de Parkinson.
 
Desistir nunca foi meu hábito! Ganhei um novo alento apesar de já me ter sentido frustrado por outras notícias parecidas que nada de novo nos trouxeram.
Para quem quiser saber algo mais sobre este tratamento poderá visitar o meu blog de Parkinson no Sapo ou o blog no “Sol”. Os links estão mesmo ao lado.
Volto a sonhar! Porém sinto uma enorme saudade do nosso pequeno/grande “Podengo Anão”.
Rogério
 

 

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Choro de Dor!

 

 

 

CHORO DE DOR!
Rogério Martins Simões
 
Tenho um remo sem timoneiro.
Grudo a vida nas minhas preces.
Para que serve o meu veleiro?
Se, sem beber, ando aos esses.
 
Entorno a sopa no cancioneiro…
Colo versos e não os mereces.
Molho a pena no meu tinteiro:
Sonetos que na tristeza teces!
 
Treme a perna! Treme a mão!
Treme a mesa! Treme o chão!
Prendo versos no meu olhar.
 
Paro de tremer para a escutar:
- Coração, não tem mal de amor!
Vai borboleta! Choro de dor!
 
Lisboa, 17-03-2009 23:17:27
 
 

 

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Doces eram as manhãs

 

 

 

 

DOCES ERAM AS MANHÃS
(Rogério Martins Simões)
 
Doces eram as manhãs.
Quando corria descalço,
No encalço de tanto sonho.
Espremia azedas,
Deixava espreitar o acre
Pelos lábios,
Que me sabiam a mel.
 
Raras são hoje as manhãs,
Que não revisito
Os prados verdes,
Onde me avisto ou me ponho,
No sono, ou em sonho,
Por caminhos de cabras.
 
Olho em frente!
Reconheço as veredas
Paro na nascente,
Da vertente,
Tenho de me refrescar.
 
Andei tanto!
Já não posso andar.
Trago nuvens nos olhos abertos,
Encobertos,
Sem pranto.
Só sei recordar!
 
Paro de arriscar!
Estou riscado e confinado
Ao depois…
Fico-me pela cidade!
Subo as colinas,
Num carro, sem bois,
E trepo no elevador da idade.
 
Que me importa!
Se logo irei recordar,
Um tempo em que o tempo parava,
Quando na carqueja o meu corpo riscava
Por caminhos de cabra a esvoaçar:
 
Quando desconhecia o amargo da saudade
E só entendia os trilhos da liberdade…
 
11-03-2009 21:43
 

 

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De repente os dias são noites

 

 

 

 

 

De repente os dias são noites
Rogério Martins Simões
 
De repente os dias são noites.
As noites são meses.
Os meses são anos.
Cabelos brancos.
Desenganos!
 
De repente
tudo se esquece,
tudo esmorece,
tudo morre e renasce.
 
De repente,
Se repentinamente não me contivesse,
Entrava no poema em parapente.
Rente!
Rente à sorte se a tivesse!
 
Por agora não!
Vou à frente do vento,
Que me leva
Por caminho certo
Que só ele conhece.
 
Já passaram por tantas luas.
Cruzei mares e caravelas.
Subi escadas.
Desci escorregas e ruas
Onde o vento mora
E não me diz para onde me leva.
 
De repente fiquei cansado!
Pesado!
 
Talvez não me deixe para trás…
 
Lisboa, 22 de Janeiro de 2009
 

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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