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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Vem! Porque esperas?

 

 

 

 

(Lisboa, vista do Castelo de S. Jorge

Foto de Rogério Martins Simões)

 

 

 

VEM! PORQUE ESPERAS?

Rogério Martins Simões

Ode, porque esperas?

Se a espera muito pesa.

Pesa a incerteza,

Desilusões, quimeras…

Porque esperas?!

Regressaram os cercos

Cercados de utopia.

Volta!

Se não vens

Desgarra o pensamento

Algemas no olhar?

Viaja livre no momento

Eis de novo a divagar:

Relvei estas palavras

Flori na tapada

Meu nome é poema

Filho do verso

E no reverso

Quem diria?

Pervertes tudo!

Nada…

É só poesia…

Lisboa, 3 de Outubro de 2005

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Secam-me as palavras

 

 

(Óleo sobre tela

Elisabete Sombreireiro Palma)

 

Secam-me as palavras

Rogério Martins Simões

Secam-me as palavras,

Afogo as lágrimas num grito,

E nestas levadas,

Elevo em ti o meu espírito.

Ai se a minha voz voltasse…

E o teu canto cantasse…

Canta!

Se vontade tiveres para cantar.

Chora!

Se vontade tiveres para chorar.

Eu, cá por mim, vou tendo,

Estes ensaios de tristeza e alegria,

E neste crescendo

Faço tua a minha poesia.

Agora que minha voz se escreve…

És, de novo, a alegria que tarda calma,

Terna felicidade num momento breve;

Luz efémera, mas eterna alma.

Volta!

Tenho força para escrever,

Para ti, se tiveres vontade em me ler…

Canta!

Se tiveres vontade de cantar,

Para mim, o que escrevi para te dar.

19/10/1999

Concluído em 31/05/00

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Padre José Correia da Cunha - A homenagem dos seus amigos

 

 

Padre. JOSÉ CORREIA DA CUNHA

Antigo Prior da

Igreja de S. Vicente de Fora

 

Nasceu em 1927 e faleceu em 1977

24 SET.1917 – 24 SET.2010

Homenagem de gratidão

Promovida pelo João Paulo Dias

E apoiada pelos seus amigos;

(E meninos que ele tanto ajudou

A serem homens)

Rogério Martins Simões


Passam no próximo dia 24 de Setembro 93 anos do seu nascimento, que como todos sabemos era o dia 24 de Setembro 1917 e não a 26 de Setembro, como consta nos documentos oficiais de identificação.

Com a presença do prestigiado organista francês Robert Descombes, que nos anos 60 e 70, a pedido de Padre Correia da Cunha, deu vários concertos, no majestoso órgão da Igreja de São Vicente de Fora, um grupo de amigos realiza no próximo dia 24 de Setembro, uma HOMENAGEM DE GRATIDÃO expressando um vivo reconhecimento a este grande, homem, mestre, capelão e padre… que tanto contribuiu para a formação cristã e humana de várias gerações.


PROGRAMA


16.00 Horas – Romagem ao mausoléu dos seus restos mortais, no Cemitério do Alto de São João (Rua 57ª – 36831)

19.00 Horas – Concentração nas escadarias do Mosteiro de São Vicente de Fora.

20.00 Horas – Jantar no Restaurante Mercearia Vencedora
Avenida Infante Dom Henrique Doca do Jardim do Tabaco, Pav. A/B –
(Parque estacionamento)

WWW. Merceariavencedora.com


Agradecemos a vossa confirmação para o email: joaopaulo.costadias@gmail.com

Já não está connosco, mas naquela data, queremos aproveitar para agradecer a Deus ter-nos concedido este grande zeloso capelão e prior que no desempenho dessas suas nobres missões deixou uma obra tão sólida que ainda hoje perdura, tão vasta que provoca a tantos anos de distância, os nossos quentes aplausos de PARABÉNS!

(1) - Robert Descombes é titular e conservador do órgão d'Orgelet, um dos mais antigos instrumentos de Franche Comte, e um dos poucos instrumentos do século XVII, existente em França. Como tal, é uma das grandes jóias da sua cidade. Pela sua enorme reputação, que vai para além das fronteiras, já recebeu visitas regulares de organistas de todo o mundo. Os organistas são pessoas de grandes e eternas paixões. Este grande organista titular e grande apaixonado pelo maravilhoso órgão de São Vicente de Fora, nutria uma profunda amizade por Padre Correia da Cunha.

(João Paulo Dias)

 (Fotografia da Igreja de S. Vicente de Fora

Rogério Simões)

 

 

VESTIRAM-ME UMA TÚNICA BRANCA E CINGIRAM-ME COM UM CORDÃO VERMELHO

Rogério Martins Simões

Desde menino, quando apenas conhecia os anjos, já escutava, na telefonia, a bela voz da Amália. A Minha mãe lavava a roupa no tanque, num saguão de uma casa na freguesia de S. Vicente de Fora, e cantava desconhecidas cantigas da Beira Serra.

Fui crescendo e um dia, no início dos anos 60 do século passado, descobri por acaso os caminhos que me conduziram, durante muitos anos, à Igreja de S. Vicente de Fora.

Tinha então onze anos! Meus pais, com raízes Cristãs, não frequentavam a igreja nem obrigavam os filhos a irem à missa.

A luta pela vida era tremenda! Levantavam-se pelas 4 horas da manhã, apanhavam o eléctrico que os levava à Praça da Ribeira onde se abasteciam de legumes com que governavam a vida no mercado de Santa Clara. Era um tempo em que aqueles mercados pululavam de gente; em que os espaços reservados aos pequenos comerciantes (lugares e pedras) eram disputados e bem pagos nos leilões do Município de Lisboa.

- Antes carregar duas sacas de batata cruzadas à cabeça que andar com um molho de mato e a passar fome! - Dizia minha mãe.

Recordo que trabalhavam duramente toda a semana e o único dia que lhes restava para descansarem era o Domingo. (Talvez aqui esteja a explicação para não serem assíduos frequentadores da igreja).

- Rogério! Estamos os dois para aqui fechados em casa! - Dizia o meu pai, ainda na semana passada, e continuava:

- Se não fosse o Santana Lopes a mandar fechar o mercado de Santa Clara a tua mãe e eu, mesmo com os meus 86 anos, ainda estaríamos vendendo frutas e hortaliças, convivendo e vivendo, no Mercado de Santa Clara.

Têm razão os meus pais. Os mais velhos só servem para votar, e aí, sim - até os vão buscar aos lares ou às suas casas! Quanto ao mercado de Santa Clara era, e foi, parte integrante das suas e das nossas vidas. Fecharam o mercado! Está às moscas! É um espaço morto.

Volto aos meus onze anos.

Frequentava, então, o Liceu Nacional de Gil Vicente quando pela primeira vez entrei nos claustros do Mosteiro de S. Vicente de Fora.

Nesse tempo as portas estavam abertas e, tirando o Panteão Real da Casa de Bragança que tinha segurança, tudo aparentava um completo abandono e desleixo.

Foi assim que conheci o Mosteiro de S. Vicente de Fora.

Comecei a caminhar para lá - até que um dia, quando frequentava a escola comercial, Deus colocou no meu caminho o caminho para a Igreja Católica. Por coincidência, ou não, era o dia em que o Padre Cunha tomava posse como Pároco de S. Vicente de Fora.

A história conta-se assim:

Andava eu pelos claustros do Mosteiro quando, em cima da hora das cerimónias de posse do novo pároco, faltou à chamada um menino do coro! Mas… o Padre Cunha fazia questão em ter doze rapazes! Doze eram os Apóstolos e ele só tinha 11.

Tudo tinha sido verdadeiramente programado, ensaiado ao mais pequeno detalhe: os mais pequenos à frente! Tudo em carreirinha, em duas filas! – Túnicas novas feitas por medida! Sobrava uma! Era grande - como ela tivesse sido feita de propósito para mim!

Já não recordo o nome do meu antigo Professor de Religião e Moral do liceu de Gil Vicente que ia concelebrar na missa, (Padre Lobo?) porém, foi ele que aconselhou o Padre Cunha: o Rogério, seu antigo aluno, podia substituir o 12.º menino do coro.

Pois bem! Não é que fui pescado quando por ali andava perdido…

 

Vestiram-me uma túnica branca.

Cingiram-me com um cordão vermelho.

Em poucos minutos ali estava eu, menino do coro repescado, a caminho do Altar, lado a lado com o meu bom e saudoso António Melo e Faro, ocupando um lugar na última de duas filas.

-Faz o que eu faço. - Dizia o Melo. E fiz!

Foi assim que Deus chamou por mim! Foi a minha primeira ida voluntária à missa tendo sido o único menino do coro a não comungar nesse dia…

Bem! A história já vai longa e ainda a procissão vai no adro… Vou terminar por hoje.

A partir desse dia tornei-me um efectivo membro daquela comunidade!

A partir desse dia comecei a frequentar a catequese. Fui bem cedo catequista e até dirigente diocesano da JOC.

A partir desse dia passei a apreciar ainda mais a bela voz da Amália no gravador de fita do bom Padre Cunha!

A partir desse dia comecei a escutar e a gostar de música de órgão tocada no grande e extraordinário órgão de S. Vicente de Fora!

A partir daí, e nos tempos livres, passei a ser cicerone do Panteão da Casa de Bragança e, com as "gorjetas", adquiri os meus primeiros livros dispensado pedir dinheiro a meus pais para os meus gastos:

A partir daí tomei o gosto pela história, nomeadamente, pela vida e obra dos Monarcas que ali repousam: desde D. João IV até ao rei D. Manuel II.

A partir desse dia comecei a aperfeiçoar a minha formação moral e tudo graças a um Homem extraordinário – polémico, certamente, para muitos –

Obrigado Padre José Correia da Cunha.

Rogério Martins Simões

(O Padre José Correia da Cunha foi Pároco da Igreja de S. Vicente de Fora, paróquia de muitos dos que nasceram no Concelho da Pampilhosa da Serra)

 

 

 



















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Zarpa... que incomoda...

 

 

Foto da World Press Photo Contest

 

 

ZARPA… QUE INCOMODA!

(Rogério Martins Simões)

 

O que pensas quando estás só?

Que notícias trazem de ti as horas?

Por que suspendes os minutos

e desprezas os segundos?

 

Secundaram a tua imagem

numa versão de cárcere.

Que sabem de ti os amigos?

Que dúvidas escorrem

nos confins da tua mente?

- Mentias se falasses!

Por isso nada dizes

e o silêncio incomoda.

 

Morrias se ouvisses um grito!

Chorarias

se escutasses uma criança!

Que criança tem o teu coração?

Ainda, assim, escutas

o teu próprio silêncio.

Resta-te um velho cão…

 

 

Continuas só

escutando nada!?

Lá fora uma multidão,

danada,

apedreja um ladrão…

À luz de uma velha cidade

florescem cimentos

e as gentes passam por edifícios

construídos nos penhascos dos lucros…

Parecem feras enjauladas

que se soltam

e percorrem, na rotina,

o caminho contrário.

 

Contrariamente à sorte

não se fala na mesma língua…

O regresso é o inverso e o verso

de uma partida desesperada…

 

A todo o tempo se remexe

em papéis,

em contas,

e se contam os tostões

para pagar as dívidas!

 

Que dívida tens para com a sorte

em teres nascido?

 

Zarpa que incomoda!

Resta-te um velho cão…

 

 

 

 

 

Andam aos tiros nas ruas.

Apontam as espingardas

às casas vazias.

Vivem agora nos fundos…

a fugir às bombas.

Não oiço nada cá em baixo!

Não oiço nada cá em cima!

 

O hospital tresanda

a fétida melena

de sangue cozido pelo sol.

O sol não nasceu para todos!

Estendem-se redes,

pelos telhados,

para aprisionar a luz.

 

Falta-me a lucidez!

 

Zarpa que incomoda!

Resta-me um velho cão…

 

 

O cão sacode a pulga.

E a pulga regressa ao homem

de onde nunca deveria ter saído.

 

Na barraca, de tabique,

há sempre correntes de ar

e cheiros pestilentos

das canseiras.

 

No bidão

improvisa-se um lavatório.

Emprenha-se um buraco…

que faz de latrina…

 

Ao lado, prego com prego,

cheira a catinga.

E uma velha mulher

canta

uma desconhecida

canção de embalar.

 

Todas as manhãs

são escurecidas

com excrementos escorridos….

Cheira a merda!

 

Zarpa que incomoda…

Resta-me um velho cão…

 

Hoje não penso

nas quatro paredes

que me cercam.

Corri meus olhos numa cotovia

Que voava apressada...

 

Bateram à porta.

Foi engano!

Lá fora, nas cartilagens da agonia,

há tanta luta!

 

Movimento as minhas mãos

E conforto o velho cão

Que não se mexe.

Sucumbia a uma lambidela...

 

Zarpa que incomoda…

 

Que sorte

ter um cão por amigo…

 

Lisboa, 31/08/2006

 (Registado no Ministério da Cultura

Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.

Processo n.º 2079/09)

 

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O filho da calçada...

 

 

 

O FILHO DA CALÇADA

(Rogério Martins Simões)

 

Eu vi

o filho da calçada

sorrindo de anjo

com os cabelos sujos

da cor do barro.

 

E o barro

era a cor

do anjo do céu…

O sujo é o amor

da gente que passa

coberta de véu...

 

E havia estradas,

no rosto,

das lágrimas deitadas.

E havia candura

no lado oposto

do cabelo

cortado à pedrada…

E as pedras

eram tábuas!

E os cabelos

a almofada...

O cão a companhia

do filho da calçada.

 

Eu vi!

O filho da calçada

sorrindo de anjo

com os cabelos sujos

da cor do barro...

 

Lisboa, 29/1/1975

(Registado no Ministério da Cultura

Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.

Processo n.º 2079/09)

 

 

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Eu sou um anjo...

 

 

 

 

EU SOU UM ANJO…

(Mariana Relvas Cunha)

 

Eu sou um anjo

Com asas de cristal

Eu voo contra o vento,

Piso o céu e a terra

Durmo nas nuvens,

Leio no espaço

Brinco com os pássaros

Limpo o céu

Ajudo as pessoas

Curando doentes,

Encontrando perdidos

Dando comida a esfomeados…

Mas, de repente, oiço um galo a cantar

Um despertador a tocar

E acordo

Eu sozinha,

Na minha cama

Sem asas de cristal,

Que me levaram a conhecer todo aquele mundo.

(Mariana)


 

(Óleo sobre tela)

 

(Elisabete Sombreireiro Palma)

 

(outra mãe "coragem")

 

Para todos os que não tiveram o privilégio de conhecer a Mariana “A MENINA DA LUA” com muito amor.

Irene e Manuela

“Ponto M” Meco

 

Este belo poema foi escrito aos onze anos de idade por uma menina que, como ela então escreveu, tinha asas de cristal. A Mariana Relvas Cunha,” a menina da Lua” como os seus amigos carinhosamente a chamavam, nasceu em 09-09-1995, tendo falecido num trágico acidente no dia 05-05-2008.

Com a devida autorização das suas duas grandes amigas, do “PONTO M”, reproduzo este magnifico poema, precisamente, no dia em que a Mariana completava 15 anos de idade.

A Mariana, que não conheci, permanece viva na memória e no amor dos seus familiares e amigos.

 

Os grandes poetas são eternos!

 

Honra e glória aos poetas

 

À MARIANA

UM ANJO COM ASAS DE CRISTAL

 

Praia das Bicas, (Campimeco), Meco, 09/09/2010

Rogério Martins Simões

 

 

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Poeta do amor e liberdade

 

DALILA MOURA BAIÃO

 

POETISA

(IMAGEM do Facebook)

 

 

 

 

HONRA E GLÓRIA AOS POETAS

 

Quem segue este blog desde o ano de 2004 sabe, - nunca o escondi - que a poesia que escrevi e escrevo, desde 2002, foi, é, e será sempre influenciada pelo conhecimento, pelo sofrimento, pelos avanços e os recuos, na esperança, de cura da minha doença de Parkinson.

Este estado física agita-se, tal como uma maré revolta, um Adamastor que me desfaz a nau e me leva o coração.

Por mais que lute para me libertar, esquecendo, raramente o consigo fazer. Esta constante agitação consciente, que mexe e remexe na minha mente, tem na poesia que escrevo um grito (catarse) em que pareço morrer, e ao mesmo tempo, me liberta e trás vivo.

 

Há dias escrevi no "mural" da minha página do FACEBOOK o meu actual estado de alma. Esta agitação, este tremer constante, esta dor na perna esquerda, este medo de "vegetar" num futuro próximo, faz de mim um ser que procura a solidão; que se esconde quando se sente pior. De facto, sinto que pioro, "a olhos vistos", e começo a ter vergonha de enfrentar os olhares...

 

Hoje, ao visitar a minha página no FACEBOOK, fiquei surpreso e ao mesmo tempo feliz com o belo poema, que a poetisa portuguesa, Dalila Moura Baião, escreveu e me dedicou. POETA DO AMOR E LIBERDADE foi o título que a amiga e poetisa Dalila Moura deu a este seu poema.

 

Dalila Moura Baião: O meu coração arde de emoção por tão belo poema. Do fundo, bem fundo da minha alma, do local por onde perpassa o encantamento e se esconjuram as dores, transcendem palavras de agradecimento e escapa-se um grito:

 

HONRA E GLÓRIA AOS POETAS

VIVA A POESIA

OBRIGADO POETISA DALILA

  




 

 

 

Foto de Rogério Martins Simões

( Pôr-do-sol na Praia das Bicas - Meco)

 

 

 

 

 

 

“POETA DO AMOR E LIBERDADE”

(Ao meu amigo Rogério Simões, com carinho)

O teu poema:
É o grito rasgado que guardas no peito
É o eco lançado no abraço perfeito
Com que enlaças a vida no mar do desejo
De seres marinheiro da palavra viva
Que soltas no olhar…

O teu poema:
É ternura cansada que banhas em esperança
Na dor extenuada que aguarda a mudança
No rio do silêncio que clama, na foz
Do desassossego, que ergues na voz
Aguardando confiança…
Em cais de firmeza.

O teu poema:
É o fio de lua nas tuas mãos de criança
O brilho dourado da estrela que dança
O rumor timbrado da harpa escondida
Que na melodia suave te envolve de vida

Porque o teu poema, mesmo sem ser escrito
Está no teu olhar, na tua vontade
Na tua ternura, que pinta a beleza
Duma alma nobre, onde há liberdade
De ser poesia em cada momento
Lutando e crescendo contra o desalento.

E porque és poeta, do amor e da paz
Onde a liberdade passeia acordada,
Mesmo sem “escreveres”palavras na tela
Num papel visível, num ecrã mostrado,
Está no teu olhar o poema vivo
Nessa poesia, que guardas magoado.
Serás sempre Poeta: Tu foste fadado!

Dalila Moura Baião

05/09/10

 

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Poesia não me deixes

 

 

 

POESIA! NÃO ME DEIXES…

Rogério Martins Simões

 

AH! Poesia se não existisses?

AH! Meu amor se não me mimasses…

Quanta agonia viajante acolhe,

neste tempo vazio,

os que se escondem;

os que escondem as mãos…

 

E vós meus poemas

tantas vezes murmurantes,

Lancinantes,

quem vos lerá?

Que grito maior que o grito

se esconde em cada verso?

Que reverso,

com ou sem verso,

têm as minhas lágrimas?

 

AH! Se não existisses,

catarse,

feita de versos que se apagam de um sopro…

AH! Poesia se não existisses?

 

Lisboa 2009

Findo, Meco, 02-09-2010 17:29:56

 

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Charneca em flor

 

 

 

 

 

 

CHARNECA EM FLOR

Florbela Espanca

 

Enche o meu peito, num encanto mago,
O frémito das coisas dolorosas...
Sob as urzes queimadas nascem rosas...
Nos meus olhos as lágrimas apago...

Anseio! Asas abertas! O que trago
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!

E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu burel,
E já não sou, Amor, Soror Saudade...

Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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