Versos de amor
Versos de amor
Rogério Martins Simões
Logo! Logo muito cedo,
Irrompe a luz, sem medo,
E descobre meu olhar.
Entra, sem bater à porta,
Quando o sol conforta:
Lembranças a despontar.
Em cima da velha mesa
Eu tinha a roupa presa
Com o prato da merenda:
Manteiga e pão escuro;
Que o branco era duro,
E só pela encomenda...
Solto os meus pés à légua
Que, na escola, a régua
Não aceita a demora...
Quisera, então, aprender,
A ler, para escrever,
Os meus poemas de agora.
Revejo, neste caminho,
Meus pais, com tanto carinho,
Neste nosso trilho em flor.
Volta o sol, que me beija,
Nesta manhã, que cereja,
Em meus versos de amor.
Lisboa, 30-10-2010 22:33:19
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