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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

À conquista de Lisboa

 

 

 

À CONQUISTA DE LISBOA

Rogério Martins Simões

 

Em tempos,

Quando o tempo lentamente passava,

desertava da minha rua,

hasteava a minha bandeira

de fantasia e de sonhos…

Em sonhos ia e voltava.

 

Trazia nos pés botas cardadas,

com que desandava, e desbravava,

outros campos de batalha…

outras ruas

sem me perguntarem quem era…

 

Eram os calções esfarrapados;

Os joelhos esfolados,

e a camiseta de cruzado…

com tintura de iodo pintada.

E tinha um corcel feito de nada:

Um cavalo pau de vassoura,

Com que minha mãe me dava…

E tinha também

 uma cruzeta tresmalhada,

Que fiz dela uma espada.

E uma tampa de panela,

desirmanada,

O meu escudo protetor.

 

E os miúdos da minha rua

Armaram-me cavaleiro de Lisboa

Ai como o tempo voa!

Da minha rua

que passo agora em revista

Parti um dia à conquista

De mouros e tesouros…

Comprados na capelista

Onde tanta fantasia morava…

Praia das Bicas, Meco, 10-04-2011 22:57:15

 

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A árvore que chilreia

Foto de Rogério Martins Simões

 

 

 

 

A árvore que chilreia!

Rogério Martins Simões

 

A árvore mal-amada

Impede-te de pisar a relva?

Os caminhos para os paraísos…

serão guarnecidos

em cimento armado?

E os piratas de pernas de pau

terão pernas em betão?

Atiro uma flecha:

Cavaleiro andante

ou índio em extinção?

Não acerto uma!

- Dom Quixote

que se junte à causa!

 

A terra fede,

aos ímpetos dos lucros!

E os abates árvores

cortam os poleiros às aves

para não chilreiam ao sol.

 

A árvore que chilreia

tem os dias contados:

Constroem-se barrigas de ar,

em condomínios fechados,

para acautelar a extinta

extinção das árvores…

Os deuses mediterrâneos

que se cuidem…

Dom Quixote

que se junte à causa!

E nós também!

02-07-2007 22:33:14

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

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Incerteza

 

 

Fotografia de Rogério Martins Simões

 

 

INCERTEZA

Rogério Martins Simões

 

Como te poderei encontrar,

Se não sei se existes na minha sorte.

Como te poderei chamar,

Se me retiras o norte?

Desejo-te tanto

E de tanto não te ter,

Já nem sei quem és:

Se a razão para te desejar,

Ou para sempre te perder…

Meco, Praia das Bicas, 25-05-2011 19:48

Revisto 2/7/2020

(Direitos de Autor)

 

 

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O melro: o inimigo público...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O MELRO -  O INIMIGO PÚBLICO.

Rogério Martins Simões

 

Seguindo a mesma rotina e conhecendo as regras do ministério um velho carteiro, que já quase nem podia com as pernas, entrou no ministério, cumprimentou o segurança - seu velho conhecido, e dirigiu-se à secretaria do Ministério.

Se bem que tivesse confiança para o fazer, poisou a pesada correspondência fazendo-se anunciar. Depois de ter sido autorizado a entrar, levantou com esforço aqueles sacos, entregou-os, e recolheu com cuidado as assinaturas de quem recebeu o correio registado. Finalmente, abandonou as instalações do Ministério e, como sempre, sentiu ter cumprido o seu dever.


Para as secretárias do ministério tudo não passava de uma rotina diária. Habituadas a recolherem e a classificarem aquelas cartas; a numerarem e a tratarem por assunto, depois de descarregadas no computador central, colocavam-nas nas pastas onde estava inscrito o nome dos respetivos subdiretores-gerais do ministério.

Quando o responsável pela tutela da área chegava dava instruções à secretária que, a partir desse momento, não estava para ninguém à exceção de sua excelência…


Nesse dia este alto funcionário do ministério deitara-se tarde preocupado com os cortes que teria de fazer no ministério e que não o deixava dormir. Cheio de insónias, ainda travou um diálogo de surdos com um casal de aves que por ali andavam a assobiar. Se tivesse uma espingarda tratava-vos da saúde - pensou. Acabou por adormecer no confortável sofá do salão aquecido.

O sol já há muito raiava quando deu conta que tinha adormecido. Olhou o relógio, estava atrasado, e atirou a culpa para as aves que não o tinham deixado dormir…


 À porta da sua casa o motorista do Ministério, fardado a rigor, aguardava em vão o senhor doutor. – Que terá acontecido, pensava. Se bem pensou, melhor resolveu: atreveu-se, subiu de elevador, e bateu muito lentamente na porta da residência do chefe…

O diretor agradeceu a preocupação do seu subordinado e lá foram os dois para o ministério. Chegados ao ministério o segurança que distinguia e conhecia o carro, o condutor e o diretor, levantou a cancela e registou a hora de entrada. Finalmente, o diretor, depois de cumprimentar a Secretária, e esta lhe dizer que já lhe iria servir o café e as torradas, foi direto para o seu gabinete.

Bebia o café quando às suas mãos foi dar uma carta-denúncia de um agricultor, que também tinha alguns interesses na caça e na sua indústria… e começou a ler o seguinte:


Exmo. senhor diretor-geral

Fulano de tal, morador na rua de tal, vem mui respeitosamente junto de vossa excelência denunciar o seguinte:

Sou proprietário de árvores de fruto e todos os anos sou invadido por bandos de aves pretas, de bico amarelo: concretamente por melros. Pois, senhor diretor, os melros, para além de andarem para aqui a fazer barulho e de me obrigam a levantar cedo, vêm roubar cerejas e outras frutas pondo em risco a rentabilidade da produção. Também um vizinho, que produz morangos se queixa do mesmo.

Esperando que o ministério resolva o assunto, espero que autorize a abertura da caça ao melro a bem da paz e da produtividade.

Respetivos cumprimentos

A bem da Nação

Assinado.

 

O diretor nem pensou mais no que fazer e, parecendo ter a resposta na ponta da caneta vermelha, exercendo o dever para o qual foi designado, elaborou o seguinte despacho:


“ Visto,

Considerando que os melros estão a colocar em risco a exportação de produtos agrícolas, nomeadamente da fruta;

Considerando que os melros se têm escapado ao abate, só por viveram junto do homem e por lhes cantaram todas as manhãs;

Considerando que os coelhos, as lebres e as perdizes, em estado selvagem já se encontram quase extintos, restando, apenas, aqueles que são criadas em capoeiras, que são objeto de largadas, e onde todos se divertem a atirar a matar;

Considerando que os tordos e as rolas bravas já nem arribam ao nosso país, determino o seguinte:

Que, a partir deste ano, sejam proibidos os cantos dos melros e que se dê caça até à completa erradicação destas pragas. Para tal, passa a ser autorizada a caça aos melros em todas as zonas, nomeadamente, em quintais, creches, cidades, hospitais, com exceção dos ministérios, e dos terrenos contíguos aos ministérios, a fim de proteger os outros melros que por ali andam...

Finalmente que se arranquem as folhas dos livros onde os melros falam.

O diretor

 

NOTA FINAL: A partir dessa noite não mais o diretor teve insónias.

 

(Texto ficcionado)

(retratos da alma e do poeta – O MELRO)


 

 

SALVEMOS O MELRO 2011

Rogério Martins Simões


Muitos não o sabem, porém, em 2004, travei uma dura luta, utilizando o meu blog, POEMAS DE AMOR E DOR, para salvar o Melro e conseguimos ganhar.

Qual não foi o meu espanto no dia de hoje, 19 de Maio de 2011, ao ler no “Correio da Manhã” MELRO VOLTA A ESTAR NA MIRA DOS CAÇADORES”

A caça ao melro vai ser permitida a partir do mês de Novembro, após mais de duas décadas de proibição no país, uma medida que encontra a oposição dos ambientalistas.

Domingos Leitão, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, afirmou ao CM que “não existe razão para o Governo ter publicado uma lei que permite a caça ao melro, pois não tem interesse económico”.

Segundo este responsável, “o melro é uma espécie associada ao meio urbano, ligada às pessoas, e a sua caça é um disparate, que até divide caçadores”

FONTE jornal diário “CORREIO DA MANHÔ

 

Como acabaram de ler o atual governo decretou a extinção dos melros em Portugal a partir do mês de novembro de 2011.

Devemos responsabilizar desde já os autores deste diploma para os acidentes de caça que irão acontecer. Em 2004 conseguimos impedir a caça ao melro, desta vez e de acordo com a notícia a Lei terá já sido promulgada.

Recordo que já poucas aves restam junto das nossas aldeias e o melro vive junto do homem, perto das suas casas e nas suas hortas, onde até é proibido caçar. Com a aplicação desta lei nada vai restar e não mais os ouviremos chilrear, nas manhãs as aves que nos encantam.

Volto a protestar: salvemos o Melro!

 

COMO PARTICIPAR? ASSINANDO A PETIÇÃO!
E APOIANDO ESTA LUTA QUE É DE TODOS

http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N10013

 

https://www.facebook.com/pages/Diga-N%C3%83O-%C3%A0-ca%C3%A7a-ao-Melro/166664440060726

 

 

 

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SALVEMOS O MELRO 2011

 

 

SALVEMOS O MELRO 2011

Rogério Martins Simões


Muitos não o sabem, porém, em 2004, travei uma dura luta, utilizando o meu blog, POEMAS DE AMOR E DOR, para salvar o Melro e conseguimos ganhar.

Qual não foi o meu espanto no dia de hoje, 19 de Maio de 2011, ao ler no “Correio da Manhã” MELRO VOLTA A ESTAR NA MIRA DOS CAÇADORES”

A caça ao melro vai ser permitida a partir do mês de Novembro, após mais de duas décadas de proibição no país, uma medida que encontra a oposição dos ambientalistas.

Domingos Leitão, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, afirmou ao CM que “não existe razão para o Governo ter publicado uma lei que permite a caça ao melro, pois não tem interesse económico”.

Segundo este responsável, “o melro é uma espécie associada ao meio urbano, ligada às pessoas, e a sua caça é um disparate, que até divide caçadores”

FONTE jornal diário “CORREIO DA MANHÔ

 

Como acabaram de ler o atual governo decretou a extinção dos melros em Portugal a partir do mês de novembro de 2011.

Devemos responsabilizar desde já os autores deste diploma para os acidentes de caça que irão acontecer. Em 2004 conseguimos impedir a caça ao melro, desta vez e de acordo com a notícia a Lei terá já sido promulgada.

Recordo que já poucas aves restam junto das nossas aldeias e o melro vive junto do homem, perto das suas casas e nas suas hortas, onde até é proibido caçar. Com a aplicação desta lei nada vai restar e não mais os ouviremos chilrear, nas manhãs as aves que nos encantam.

Volto a protestar: salvemos o Melro!

 

COMO PARTICIPAR? ASSINANDO A PETIÇÃO!
E APOIANDO ESTA LUTA QUE É DE TODOS

http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N10013


 


 

 

 

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Terra queimada

 

 

(FOTO DE PADRE PEDRO)

 

 

 

TERRA QUEIMADA

Rogério Martins Simões

 

Pegara na caneta e pusera de parte o olhar. Diria, quem o visse, que era um antigo hábito pela forma decisiva como escrevia.

Ao começo hesitou nas palavras que nem tinha pensado em escrever; na verdade não pensava em coisa nenhuma, apesar de começar a preencher, no papel, umas quantas linhas de um caderno vazio.

Aquele verão não tinha nada de parecido com o que, por regra, a terra deixava antever nesse local: umas quantas nuvens reprovavam a paisagem. Dir-se-ia, que o vento as pendurava do mar. Tudo se está a alterar – pensava.

Recentemente tinha visto um documentário que o impressionou. Certamente não se recordava de tudo, mas aquelas imagens com cidades irreconhecíveis ficaram-lhe gravadas nos sensores da memória. Não era apenas um acontecimento, mas, uma sequência descontrolada de factos anormais que faziam com que ele escrevesse.

Na mesma hora e em locais diferentes, onde a chuva deveria fazer a sua aparição, a terra queimava expulsando e queimando os homens e os animais.

Na terra queimada, há muito, tinha desaparecido o último vestígio verde e com ele, ou parte dele, todos tiveram de fugir.

Algum dia ele teria de voltar a escrever…

Meco, Praia das Bicas 18/7/2010

 

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Tu e eu sem mim...

 

 

(autor da fotografia

Rogério Martins Simões

SINTRA PORTUGAL)

 

 

TU E EU; SEM MIM

Rogério Martins Simões

 

Quando tu e eu,

(sem mim)

Passeávamos pelas ruas

Viradas às avessas…

As pedras ressuscitavam

Com medo dos carros que as atrofiavam.

Desempanámos meu carro

e as pedras gritaram

num tropel de quatro rodas…

Virei a esquina e a estrada morreu...

Parámos,

Procurámos refúgio, um no outro,

Enquanto o carro permanecia inerte

À espera de sangue novo…

Deitámo-nos

Lançámos fora a lei do trânsito

E logo ali

Acatámos uma lei proibida...

1969

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

 

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Continuo minha mãe a crescer

Rogério Martins simões

 

 

 

CONTINUO MINHA MÃE A CRESCER

Rogério Martins Simões

 

Continuo minha mãe a crescer,

Cresço e já não posso desistir.

Continuo, minha mãe, a erguer

Os caminhos por onde quero ir.

 

Não chore que eu irei escrever,

Quanto me ensinou a sentir:

Neste corpo que o viu nascer;

Nestes olhos que os viu abrir.

 

Tudo deu! Mais não me pode dar.

O menino cresceu, e de tanto amar,

Escreve versos com doçura.

 

Meus versos são o leite materno,

Gerados no ventre do amar eterno.

Mãe! Seu coração é de seda pura.

 

12-05-2011 19:27:26

 

 

 

 

 

 
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Primavera

 

(FOTOGRAFIA DE Rogério Martins Simões)

 

 

PRIMAVERA

Rogério Martins Simões

 

Há pouco,

quando a noite deixou de chover;

quando o gelo se deixou derreter…

fiz-me à estrada.

Estou a andar! Preciso de andar.

 

Releio e vejo

Florbela Espanca,

Lívida da febre,

em seus versos tristes,

(delírio),

 a escrever a “má visão”.

Revejo-a ali,

naquele branco lírio,

entre os pinheiros crescidos,

do horizonte,

e à distância a que me encontro,

defronte,

neste espaço do caderno.

 

Esvoaçam lágrimas

volto a andar por veredas

sem antever que rente

revejo o trilho doente

 da sua aparição…

 

Esta noite choveu,

ando,

estamos a andar…

 

Olho o monte das folhas secas…

Onde despontam os matos

E os cogumelos de tantas cores.

 

O sol está raiando

Tenho luz à tua espera…

Vai! É primavera!

 

À minha frente abre-se uma estrada,

entre pinheiros,

que tenho de percorrer.

Não posso parar;

Gostamos de escrever.

Vai! É primavera.

 

Um melro assobia,

outro responde

-É primavera!

 

Um besouro chegou,

sei lá de onde?

Chegou!

É Primavera

 

Os botões das roseiras

dão-se a conhecer

às folhas novas

que os viram nascer:

-É primavera

 

Duas borboletas ensaiam um baile.

Vieram ter comigo.

Querem ir contigo…

Na primavera.

 

O sol está queimando

Temos luz à nossa espera,

Vai…

Que eu estou chegando…

É primavera!


Campimeco, Praia das Bicas, Meco, 1/4/2011

(Registado no Ministério da Cultura

Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.

Processo n.º 2079/09)

 

 

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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