Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
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Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
Seguindo a mesma rotina e conhecendo as regras do ministério um velho carteiro, que já quase nem podia com as pernas, entrou no ministério, cumprimentou o segurança - seu velho conhecido, e dirigiu-se à secretaria do Ministério.
Se bem que tivesse confiança para o fazer, poisou a pesada correspondência fazendo-se anunciar. Depois de ter sido autorizado a entrar, levantou com esforço aqueles sacos, entregou-os, e recolheu com cuidado as assinaturas de quem recebeu o correio registado. Finalmente, abandonou as instalações do Ministério e, como sempre, sentiu ter cumprido o seu dever.
Para as secretárias do ministério tudo não passava de uma rotina diária. Habituadas a recolherem e a classificarem aquelas cartas; a numerarem e a tratarem por assunto, depois de descarregadas no computador central, colocavam-nas nas pastas onde estava inscrito o nome dos respetivos subdiretores-gerais do ministério.
Quando o responsável pela tutela da área chegava dava instruções à secretária que, a partir desse momento, não estava para ninguém à exceção de sua excelência…
Nesse dia este alto funcionário do ministério deitara-se tarde preocupado com os cortes que teria de fazer no ministério e que não o deixava dormir. Cheio de insónias, ainda travou um diálogo de surdos com um casal de aves que por ali andavam a assobiar. Se tivesse uma espingarda tratava-vos da saúde - pensou. Acabou por adormecer no confortável sofá do salão aquecido.
O sol já há muito raiava quando deu conta que tinha adormecido. Olhou o relógio, estava atrasado, e atirou a culpa para as aves que não o tinham deixado dormir…
À porta da sua casa o motorista do Ministério, fardado a rigor, aguardava em vão o senhor doutor. – Que terá acontecido, pensava. Se bem pensou, melhor resolveu: atreveu-se, subiu de elevador, e bateu muito lentamente na porta da residência do chefe…
O diretor agradeceu a preocupação do seu subordinado e lá foram os dois para o ministério. Chegados ao ministério o segurança que distinguia e conhecia o carro, o condutor e o diretor, levantou a cancela e registou a hora de entrada. Finalmente, o diretor, depois de cumprimentar a Secretária, e esta lhe dizer que já lhe iria servir o café e as torradas, foi direto para o seu gabinete.
Bebia o café quando às suas mãos foi dar uma carta-denúncia de um agricultor, que também tinha alguns interesses na caça e na sua indústria… e começou a ler o seguinte:
Exmo. senhor diretor-geral
Fulano de tal, morador na rua de tal, vem mui respeitosamente junto de vossa excelência denunciar o seguinte:
Sou proprietário de árvores de fruto e todos os anos sou invadido por bandos de aves pretas, de bico amarelo: concretamente por melros. Pois, senhor diretor, os melros, para além de andarem para aqui a fazer barulho e de me obrigam a levantar cedo, vêm roubar cerejas e outras frutas pondo em risco a rentabilidade da produção. Também um vizinho, que produz morangos se queixa do mesmo.
Esperando que o ministério resolva o assunto, espero que autorize a abertura da caça ao melro a bem da paz e da produtividade.
Respetivos cumprimentos
A bem da Nação
Assinado.
O diretor nem pensou mais no que fazer e, parecendo ter a resposta na ponta da caneta vermelha, exercendo o dever para o qual foi designado, elaborou o seguinte despacho:
“ Visto,
Considerando que os melros estão a colocar em risco a exportação de produtos agrícolas, nomeadamente da fruta;
Considerando que os melros se têm escapado ao abate, só por viveram junto do homem e por lhes cantaram todas as manhãs;
Considerando que os coelhos, as lebres e as perdizes, em estado selvagem já se encontram quase extintos, restando, apenas, aqueles que são criadas em capoeiras, que são objeto de largadas, e onde todos se divertem a atirar a matar;
Considerando que os tordos e as rolas bravas já nem arribam ao nosso país, determino o seguinte:
Que, a partir deste ano, sejam proibidos os cantos dos melros e que se dê caça até à completa erradicação destas pragas. Para tal, passa a ser autorizada a caça aos melros em todas as zonas, nomeadamente, em quintais, creches, cidades, hospitais, com exceção dos ministérios, e dos terrenos contíguos aos ministérios, a fim de proteger os outros melros que por ali andam...
Finalmente que se arranquem as folhas dos livros onde os melros falam.
O diretor
NOTA FINAL: A partir dessa noite não mais o diretor teve insónias.
(Texto ficcionado)
(retratos da alma e do poeta – O MELRO)
SALVEMOS O MELRO 2011
Rogério Martins Simões
Muitos não o sabem, porém, em 2004, travei uma dura luta, utilizando o meu blog, POEMAS DE AMOR E DOR, para salvar o Melro e conseguimos ganhar.
Qual não foi o meu espanto no dia de hoje, 19 de Maio de 2011, ao ler no “Correio da Manhã” MELRO VOLTA A ESTAR NA MIRA DOS CAÇADORES”
A caça ao melro vai ser permitida a partir do mês de Novembro, após mais de duas décadas de proibição no país, uma medida que encontra a oposição dos ambientalistas.
Domingos Leitão, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, afirmou ao CM que “não existe razão para o Governo ter publicado uma lei que permite a caça ao melro, pois não tem interesse económico”.
Segundo este responsável, “o melro é uma espécie associada ao meio urbano, ligada às pessoas, e a sua caça é um disparate, que até divide caçadores”
FONTE jornal diário “CORREIO DA MANHÔ
Como acabaram de ler o atual governo decretou a extinção dos melros em Portugal a partir do mês de novembro de 2011.
Devemos responsabilizar desde já os autores deste diploma para os acidentes de caça que irão acontecer. Em 2004 conseguimos impedir a caça ao melro, desta vez e de acordo com a notícia a Lei terá já sido promulgada.
Recordo que já poucas aves restam junto das nossas aldeias e o melro vive junto do homem, perto das suas casas e nas suas hortas, onde até é proibido caçar. Com a aplicação desta lei nada vai restar e não mais os ouviremos chilrear, nas manhãs as aves que nos encantam.
Volto a protestar: salvemos o Melro!
COMO PARTICIPAR? ASSINANDO A PETIÇÃO! E APOIANDO ESTA LUTA QUE É DE TODOS
Muitos não o sabem, porém, em 2004, travei uma dura luta, utilizando o meu blog, POEMAS DE AMOR E DOR, para salvar o Melro e conseguimos ganhar.
Qual não foi o meu espanto no dia de hoje, 19 de Maio de 2011, ao ler no “Correio da Manhã” MELRO VOLTA A ESTAR NA MIRA DOS CAÇADORES”
A caça ao melro vai ser permitida a partir do mês de Novembro, após mais de duas décadas de proibição no país, uma medida que encontra a oposição dos ambientalistas.
Domingos Leitão, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, afirmou ao CM que “não existe razão para o Governo ter publicado uma lei que permite a caça ao melro, pois não tem interesse económico”.
Segundo este responsável, “o melro é uma espécie associada ao meio urbano, ligada às pessoas, e a sua caça é um disparate, que até divide caçadores”
FONTE jornal diário “CORREIO DA MANHÔ
Como acabaram de ler o atual governo decretou a extinção dos melros em Portugal a partir do mês de novembro de 2011.
Devemos responsabilizar desde já os autores deste diploma para os acidentes de caça que irão acontecer. Em 2004 conseguimos impedir a caça ao melro, desta vez e de acordo com a notícia a Lei terá já sido promulgada.
Recordo que já poucas aves restam junto das nossas aldeias e o melro vive junto do homem, perto das suas casas e nas suas hortas, onde até é proibido caçar. Com a aplicação desta lei nada vai restar e não mais os ouviremos chilrear, nas manhãs as aves que nos encantam.
Volto a protestar: salvemos o Melro!
COMO PARTICIPAR? ASSINANDO A PETIÇÃO! E APOIANDO ESTA LUTA QUE É DE TODOS
Pegara na caneta e pusera de parte o olhar. Diria, quem o visse, que era um antigo hábito pela forma decisiva como escrevia.
Ao começo hesitou nas palavras que nem tinha pensado em escrever; na verdade não pensava em coisa nenhuma, apesar de começar a preencher, no papel, umas quantas linhas de um caderno vazio.
Aquele verão não tinha nada de parecido com o que, por regra, a terra deixava antever nesse local: umas quantas nuvens reprovavam a paisagem. Dir-se-ia, que o vento as pendurava do mar. Tudo se está a alterar – pensava.
Recentemente tinha visto um documentário que o impressionou. Certamente não se recordava de tudo, mas aquelas imagens com cidades irreconhecíveis ficaram-lhe gravadas nos sensores da memória. Não era apenas um acontecimento, mas, uma sequência descontrolada de factos anormais que faziam com que ele escrevesse.
Na mesma hora e em locais diferentes, onde a chuva deveria fazer a sua aparição, a terra queimava expulsando e queimando os homens e os animais.
Na terra queimada, há muito, tinha desaparecido o último vestígio verde e com ele, ou parte dele, todos tiveram de fugir.
Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado