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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Fado! Só Fado!

 

 

FADO! SÓ FADO

Rogério Martins Simões

 

Lisboa

Não te incomodes

Comigo

Deixa secar as lágrimas

Anunciadas…

Em teu xaile preto

E mesmo que acordes.

Nos teus acordes,

Não tenho ais!

Mais,

Para trinar contigo.

 

Tirei a última lágrima

De saudade

Que escorria da varanda

Da minha viela

E reguei com ela

O vazo do manjerico

que o acaso

ou a esperança

me deixou à janela.

 

Porque é que sinto

Esta dor imensa

Que consome

E devora

O canteiro do meu corpo?

 

Não orvalha na cidade…

 Deambulo!

Sai do meu peito

Um lancinante grito

Enquanto meus passos

Despeitam a noite…

Sou viola…sem cordas.

Canto aflito...

Castigo sem pecado

Cais?!

Barco sem arrais!

Grito?

Fado! Só fado…

 

Lisboa

Não apagues o que resta

Do cheiro a manjerico…

 

 Meco, 02-09-2008 21:48

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Doutas palavras do coração

 

 

 

DOUTAS PALAVRAS DO CORAÇÃO

Rogério Martins Simões

 

Bom é partir! Melhor é chegar!

Pois na ventura

nunca se sabe quem parte,

ou quem chega,

se quem  viaja

não tiver alguém à espera.

 

E se acaso tropeçar,

se não restar tempo

para a tempo chegar,

conhecerá alguém

os caminhos por onde andei?

 

E se derem pela tua falta,

se não fizeres falta:

chamar-te-ão pelo nome

se nem nome tens?

 

Volto a viajar

na têmpera das palavras.

Gosto das palavras!

De apregoar ao vento,

a minha presença,

para que tenham à mão,

a água pura e pão caseiro

quando chegar.

 

Levarei o pó da estrada

ou as algas do mar!

 

Para que saibas,

para que me reconheças,

olha-me nos pés descalços,

nos trapos rotos,

e nas doutas palavras do coração.

 

Levarei comigo o sal

para temperar

os novos conceitos de felicidade.

 

E se estiveres só,

à minha espera,

e não te der nada,

ainda assim

mereci a tua presença?

 

Não me esperes!

Vem ao meu encontro,

pelos caminhos

por onde,

ainda,

terei de andar!

 

12/11/2007

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

DIÁSPORA

DIÁSPORA

Rogério Martins Simões

 

Gosto de viajar para casa.

Regressar é um desejo de quem parte

e não quer ir.

Vou!

Já fui tantas vezes na aventura

calcetando pedras,

dormitando em tábuas,

onde me perco sem contemplações,

encalhando nos confins das terras,

amealhando uns tostões.

 

Tivesse asas para acompanhar o pensamento

porque as asas só se levantam tendo penas.

Penas tenho!

Pena não tenho!

- Da fome e dos xailes pretos…

 

Deixei em casa corpos em metamorfose,

silêncios e silvas,

que crescem entre muros e dão amoras…

Comprei a última tesoura de podar

Tenho a barriga a dar horas

E um sonho para voltar...

 

A vinha ficou brava…

A casa fechada, e a horta,

são agora um pasto de chamas.

- Aldeia porque me chamas filho

se só tive madrasta!?

- Nação porque me pedes o voto

se já nem te sei ler!?

 

Gosto de regressar mas não posso ficar…

Falo agora esta meia língua estranha,

porque já esqueci a minha…

Volto a percorrer as estradas

que me afastam do que resta...

Levo uns trocos para a viagem

e quando me virem vai ser cá uma

festa….

Vou petiscar couratos

e beberei uns copos

com os rapazes do meu tempo.

Regressarei um dia para cuidar da

vinha…

Por agora durmo a sesta…

 

Voltarei para cumprir a promessa…

E beberei nos corpos deixados

um néctar guardado,

entre fragas e pinheiros…

 

Verberarei palavras de fel,

embrulhadas com cargas de explosivos,

abrindo estradas;

Caminhos que me deixaram partir.

 

Agora tenho de ir…

Regressarei à casa nova que construí

e em cada degrau

limparei as lágrimas definitivas

da minha saudade.

 

Vou partir mas quero regressar…

Oh Pátria amada,

onde se acolhem os sonhos do meu regresso:

- Porque me deixaste partir?

 

Oh Pátria amada deixa-me regressar

ainda que só te enxergue,

no que resta,

dos penhascos e das pedras pretas.

 

Quero todo o barro, granito ou lousa

Quero a água cristalina que emergia das

fragas.

Quero depositar uma coroa de rosas

nas campas rasas dos meus pais.

E uma coroa de espinhos nos despojos

dos que me obrigaram a seguir…

 

Sonhei voltar!

Não voltarei para partir…

Não voltarei a sonhar.

Vou ficar!

Tenho filhos e netos neste lugar

 

Retalha a saudade

no que resta do meu corpo!

Viajarei gavião….

 

Por agora recebo notícias do meu país

- Dizem que as motas todo-o-terreno

debutaram nas silvas da minha aldeia…

 

E se a língua portuguesa é a minha raiz

profunda,

afundo as minhas mágoas por não poder

regressar,

Por que, agora, regresso escreve-se

noutra língua

e já nem sei o caminho de retorno..

8/03/2007

 

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.P. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

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Nuvens na minha alma

 

 

NUVENS NA MINHA ALMA

Rogério Martins simões

 

Caminho por nuvens que atravessam a minha alma.

Quem as não dispersou?

Quem as encaminhou para mim?

Agarro as estrelas e domestico o universo.

Tenho a alma num verso

E a chuva no colarinho…

Caminhar já é bom… Caminho!

 

Tenho um mastro para vencer.

Ardem-me os olhos só de espreitar.

Para quê mais sofrer,

Se todos os encantos não se agitam assim.

Não! Não quero prantos:

Para que, nem só na dor,

se recordem de mim.

25-07-2010 15:10:34

 

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

 

 

 

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Fui ver o meu lindo amor

 

 

 

FUI VER O MEU LINDO AMOR

José Augusto Simões

 

Fui ver o meu lindo amor

Apanhar uvas na vinha

Não querendo eu rumor

Do rumor que eu não tinha.

 

O meu amor sem desprimor

Era o primeiro da linha

Trabalhava com vigor

Não a queria ali sozinha.

 

Não se pode sair da aldeia

O povo não tem ideia

Dos defeitos que ele tem…

 

O povo diz mal dos outros

Que os seus erros são poucos

Mesmo os tendo também.

Lisboa, 6/8/2011

 

(Quero dar a conhecer um poema do meu querido pai, (meu mestre de poesia) José Augusto Simões,

que nasceu a 20 de Maio de 1922, no lugar da Póvoa, Pampilhosa da Serra.)

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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