O MONTE
O MONTE, um poema de meu pai, José Augusto Simões
Quem conhece a minha poesia que desde 2004 tenho divulgado no meu blog, “POEMAS DE AMOR E DOR”, e mais recentemente no Facebook, sabe quanto o meu querido pai, e meu mestre, a influenciou.
O meu gosto pela poesia começou cedo, nos anos 50 do século passado, pois bem cedo nos serviu à mesa, como sobremesa, os poemas dos grandes poetas e os seus lindamente recitados.
Também já o escrevi, e volto a dizer: durante a década de 60 do século passado era o meu pai que corrigia os meus poemas; agora sou eu que revejo os seus.
Tal como o meu pai o fez durante muitos anos, também rasguei a minha poesia. Chegámos assim a 2004 quando “voltei a escrever e já não queria” e procurei incentivar o meu pai a fazer o mesmo.
Para concluir a apresentação deste poema (canção de roda), e de mais dois que tenho para passar ao computador, quero expressar, mais uma vez, a admiração, o amor e o carinho que os meus queridos pais hoje e sempre me merecem.
De seu filho
Rogério Martins Simões
O MONTE
José Augusto Simões
Subi ao cimo do monte
Para beber água fresquinha
Mas não encontrei a fonte
Fiquei com a sede que tinha
Quando descia p´ra estrada
Encontrei uma pastorinha
Com a sua cantarinha
Naquela ponte sentada
Assim que entrei na ponte
Ela me disse por graça
- Beba água da minha fonte
Eu a dou a quem passa
Encontrei assim a menina
Não sabia onde ela andava
Com aquela água fresquinha
Que a minha sede matava
Matei a sede que tinha
Com aquela água sagrada
Ao beber da cantarinha
Daquela menina sentada.
Lisboa, 25 de Abril de 2012
O poeta, José augusto Simões, nasceu na Póvoa, Pampilhosa da Serra, em 1922