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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

NUVEM

 

 
 
FELIZ ANO DE 2013
 
Deixo aqui um poema meu inédito desejando a todos saúde e nada de nuvens...
 

NUVEM

Rogério Martins Simões

 

Havia uma nuvem que enfeitiçava,

Distendi as minhas asas e ceguei,

E quanto mais perto dela chegava,

Mais afastado, de mim, eu fiquei.

 

Cheguei a pensar que passava…

Mesmo passando o que passei…

Quando o vento com ela dançava,

Perdido, de mim, não mais me achei.

 

Pela calada da tarde desaparecia…

Era tarde e tão cedo que nem via

Que o silêncio, na noite, madrugava…

 

E quando a noite adormecia vestida,

Lamentando a minha triste vida,

No revés dos seus olhos chorava.

 

CAMPIMECO, Meco 10-09-2012 16:14:41

 

 
 
 
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MENINA DOS OLHOS DE ÁGUA

FELIZ ANO DE 2012 PARA TODOS

 

 

MENINA DOS OLHOS DE ÁGUA

Pedro Barroso

 

Menina em teu peito sinto o Tejo
E vontades marinheiras de aproar
Menina em teus lábios sinto fontes
De água doce que corre sem parar


Menina em teus olhos vejo espelhos
E em teus cabelos nuvens de encantar
E em teu corpo inteiro sinto feno
Rijo e tenro que nem sei explicar


Se houver alguém que não goste
Não gaste, deixe ficar
Que eu só por mim quero te tanto
Que não vai haver menina para sobrar


Aprendi nos 'esteiros' com Soeiro
E aprendi na 'fanga' com Redol
Tenho no rio grande o mundo inteiro
E sinto o mundo inteiro no teu colo


Aprendi a amar a madrugada
Que desponta em mim quando sorris
És um rio cheio de água lavada
E dás rumo à fragata que escolhi


Se houver alguém que não goste
Não gaste, deixe ficar
Que eu só por mim quero te tanto
Que não vai haver menina para sobrar

 

(Quanto a mim um dos mais belos poemas da poesia portuguesa, e uma das mais lindas canções. Tudo junto = PEDRO BARROSO)

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FELIZ NATAL 2012

FELIZ NATAL

 

Quando era menino sonhava, todos os meninos sonham.

Sonhava que algum dia de tanto rezar ao Menino Jesus, e não ao pai natal que não conhecia de lado nenhum, me iriam colocar no meu sapatinho uma trotineta.

A vida era muito difícil e acabava por receber presentes com que não tinha sonhado, mas, mesmo assim ficava feliz.

No fundo, lá bem no fundo, todos, mais ano menos ano, acabamos por concretizar esses nossos antigos sonhos oferecendo aos filhos, ou aos netos, a tal pista de automóveis, com que sempre sonhámos; a tal boneca da montra dos sonhos que, nesses tempos difíceis, não passava de uma boneca de trapos.

A prenda que gosto de receber, não tem preço nem está à venda, é a amizade.

Feliz e Santo Natal para todos.

Lisboa, 23-12-2012 23:54:55

 

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Murmúrio...

MURMÚRIO...

Rogério Martins Simões

 

Todos os meus reversos

primam por doer:

Tenho a passada curta,

ando, custa a andar.

Sinto a garganta atrofiada;

como devagar.

Tenho a dor por mesada,

tremo sem querer.

 

Todos os meus versos

rimam com este sofrer:

Tenho fixidez no rosto

mesmo sem olhar.

Passo noites sem dormir

tenho sono ao acordar.

Tenho a letra miúda,

escrevo, e não vou ler.

 

Por isso a minha vida

não são os reversos.

Virada do avesso

tem outro luar, outro rio,

E a lua faz-me carretas

e com ela muito riu

 

Risos de esperança

com métrica de vida,

Apenas quero mudança

que não estou de partida:

Parkinson, deixa-me dançar

por cima destes versos...

 

Lisboa, 21-12-2012 13:03:48

 

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ROSA DE ALFAMA ou a Roseira não será esquecida

(Óleo sobre tela
REAL BORDALO)

ROSA DE ALFAMA

 

(A ROSEIRA NÃO SERÁ ESQUECIDA)

(Romasi)

Rogério Martins Simões

 

A Rosa,

Rosa das escuras ruas de Alfama,

Era rosa,

Filha de Roseira Brava

Que vendia sardinha de Barrica.

 

A Rosa

Não nasceu num berço de oiro

Nem nasceu menina rica.

Sua mãe a pariu

Quase morta

Numa manhã invernosa

A caminho da lota.

 

A Rosa

Filha de Roseira Brava

Que vendia sardinha de Barrica.

Não se quedou apregoando sardinha

Pelas ruas da Regueira

Ou vendendo seu corpo lesto

Pelos bares tristes da Ribeira.

 

A Rosa,

Rosa das escuras ruas de Alfama,

Filha de Roseira Brava

Que vendia sardinha de Barrica.

Parida quase morta

A caminho da lota;

Que não teve berço de oiro

Nem nasceu para ser rica

Lutou pela Liberdade!

Morreu vendendo a vida!

 

Agora dizem em Alfama…

Que a Rosa não será esquecida.

 

1969

(Homenagem à mulher trabalhadora de Alfama)

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

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ABANDONO

ABANDONO…

Rogério Martins Simões

 

Olhou as paredes, estavam nuas,

Sem compreender todos os porquês.

Fecharam as portas e eram duas…

Antes morresse de uma só vez.

 

Tinha os cabelos brancos das luas,

Trazia nas mãos o terço que fez,

Desfiando orações que eram suas,

Quanto numa lágrima se desfez.

 

Entrou, olhou, e sentiu-se perdida.

Era tão triste o seu final de vida:

Estranho era aquele novo lugar.

 

E quando já pareciam dormir,

Cercada, na luz pediu p´ra partir:

Sorriu! E não mais voltou acordar…

 

Campimeco, Meco 12-12-2012 23:58

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AFASTAMENTO...

(Foto de Rogério Martins Simões - Madeira 2012)

O poema que hoje levo ao vosso conhecimento foi escrito em 1974. Nem sequer pensava em o voltar a colocar aqui. Porém, como abomino os crimes praticados contra as crianças e os mais idosos – INDEFESOS – face às imagens e constatação de factos detetados numa reportagem da TVI aqui vai

 

 

AFASTAMENTO

Rogério Martins Simões

 

Separaram nossos corpos, mulher,

Na idade em que preciso de ti!

 

 

 

Cresceram os nossos filhos

Cresceram, levou-os o vento,

Agora estamos sós:

Os velhos do nosso tempo.

 

Apartaram nossas vidas

Em lares da terceira idade

Vivemos a longa distância

Indiferentes, por caridade…

 

Pareço namorar-te

Agora que bem te conheço

Tenho-te no pensamento,

Longe de ti, não te esqueço

 

 

Separaram nossos corpos, mulher,

Espero todos os dias por ti!

 

 

Se ao menos viesse o dia

Da nossa partida final,

Haveria mais alegria

No nosso amor imortal.

 

Juntos na mesma terra...

Tu e eu a recordar…

Os tempos em que lá na serra

Começámos a namorar.

 

Juntaram nossos corpos, mulher,

Às alfaces verdejantes…

 

 

10/1974



Desculpem-me, por aqui voltar a colocar um poema que escrevi quando tinha 25 anos. Confrange-me esta indiferença para com os mais idosos onde já me começo a “chegar”.

Decidi depois de escutar o que escutei sobre os doentes com doenças neurodegenerativas – neste caso Alzheimer. Também a minha Parkinson é uma doença neurodegenerativa.

Tal como ouvi a uma senhora mais idosa também eu prefiro morrer… E se o digo é por estar à vontade para o dizer: sempre assim pensei e por isso ressuscitei este meu humilde mas muito sentido poema.

 

ROMASI

 



 

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Tanto amor

 

(Foto de Rogério Simões)

 

TANTO AMOR

Rogério Martins Simões

 

Foi numa tarde, tempo esquecido,

Quando se olharam pela primeira vez.

Foi o começo de um amor merecido,

Deus os criou; Para o amor os fez.

 

Lançou sobre eles o doce cupido,

Eram um só corpo na desnudez,

A noite chegava sem alarido,

Não era Pedro, nem ela a Inês...

 

Eram o par mais bonito de então.

Ele escrevia os versos, ela o razão…

Ela era a musa. Ele um açor…

 

Foi numa noite de um tempo vindo,

Que se repetiu por um tempo lindo:

Nem Pedro e Inês viveram este amor.

 

Meco, 09-12-2012 01:14:58

 

 

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Tarda que odia vai curto...

TARDA QUE O DIA VAI CURTO

(Rogério Martins Simões)

 

Tarda!

Porque o dia vai curto,

Como a simples alegria

De te amar eternamente

E, sem querer,

Encurto

A excelsa ousadia

Deste momento breve e curto.

 

Sorri!

Para o tempo recuar,

Como o pudesse algum dia,

O nosso passado mudar,

Pois bem cedo eu podia

Crescer e me entregar.

 

Pois!

Nos caminhos infelizes

Longa é a vida que se adia,

Breves os caminhos felizes;

Tão curtos, como a simples alegria

E leves, como as nossas raízes.

 

Tarda!

Espera ao menos que o tempo tarde

Como esta suave fantasia,

E que Deus aos dois nos guarde,

Qual pedaço de magia,

Numa chama que não se apague.

 

E se a sigma não findar,

Como este momento de poesia,

Virás, novamente, para cantar,

Os poemas que te fiz e faria,

Para eternamente te amar.

10-01-2004

 

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

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Quando as margens do mar se encontram - Caminho dos pés descalços

DOUTAS PALAVRAS DO CORAÇÃO

Rogério Martins Simões

 

Bom é partir! Melhor é chegar!

Pois na ventura

nunca se sabe quem parte,

ou quem chega,

se quem  viaja

não tiver alguém à espera.

 

E se acaso tropeçar,

se não restar tempo

para a tempo chegar,

conhecerá alguém

os caminhos por onde andei?

 

E se derem pela tua falta,

se não fizeres falta:

chamar-te-ão pelo nome

se nem nome tens?

 

Volto a viajar

na têmpera das palavras.

Gosto das palavras!

De apregoar ao vento,

a minha presença,

para que tenham à mão,

a água pura e pão caseiro

quando chegar.

 

Levarei o pó da estrada

ou as algas do mar!

 

Para que saibas,

para que me reconheças,

olha-me nos pés descalços,

nos trapos rotos,

e nas doutas palavras do coração.

 

Levarei comigo o sal

para temperar

os novos conceitos de felicidade.

 

E se estiveres só,

à minha espera,

e não te der nada,

ainda assim

mereci a tua presença?

 

Não me esperes!

Vem ao meu encontro,

pelos caminhos

por onde,

ainda,

terei de andar!

 

12/11/2007

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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