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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Fala-me de amor

FALA-ME DE AMOR

(Rogério Martins Simões)

 

Fala-me de amor - disseste,

quando nos recantos dos jardins

as barreiras nos impediam de pisar a relva.

 

Rompiam as memórias

e um ligeiro vento

arrastava as folhas secas do velho plátano.

Era tão tarde…

e ainda agora despontavam as histórias...

 

Olhei sem desvario.

Antes, quando me debruçava no teu peito,

eras rio,

eras só rebuçado!

E trazíamos nos pés alpercatas,

com asas,

que reluziam por cima dos muros

e o chão era mais leve que o algodão…

 

Sabes?

A cidade fede devaneios

e as árvores crescem nos telhados das casas.

Não te vou falar de amor, não!

Reservo para mim as sensações dos velhos tempos.

Agora, restam umas quantas folhas que vêm ter comigo:

Somos dois silêncios!

Dois estranhos castanheiros perdidos na cidade…

01-02-2006.

 

Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,

(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)

 

 

 

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Dizer para quê?

 

 

DIZER PARA QUÊ?

Romasi

Rogério Martins Simões

 

Dizer para quê?

Falar para quê?

Sentir para quê?

Viver para quê?

Faço perguntas:

Sem falar!

Sem sentir!

Sem viver!

 

Solto o meu ouvido

E o meu olhar de lince

À procura de resposta:

Sem falar!

Sem sentir!

Ou viver!

E por mais que pergunte

Sem dizer

Não consigo ver…

Falar!

Sentir!

Ou viver!

 

1979

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Ando léguas parado

ANDO LÉGUAS PARADO

Rogério Martins Simões

 

Sinto-me fraquejar.

Já nem sei se sinto.

Existo numa existência reduzida,

Fraquejada, sofrida.

Ando léguas,

Parado

Num morro de silêncios soletrados

Sou um corrimão sem utilidade

Onde tropeço e tombo

 

Cortinas adensam o meu corpo.

Biombos e labirintos terei de percorrer.

Percorro, quase sempre, as mesmas palavras

Acrescentadas aqui e além com traços

Descontínuos

Como a água onde lavamos

As lágrimas tristes do nosso olhar.

 

Meco, Praia das Bicas, 20/09/2014 11:31:24

 

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LANCE DE AMARGURA

LANCE DE AMARGURA

Rogério Martins Simões

 

Abro a porta que me dá acesso

Ao primeiro degrau da escada

Procuro o degrau

Quero avançar

Nem que tenha de subir a escada a pulso

 

Estendo a mão e não chego

Chego a perder a noção

De que estou parado

Num lance de escadas

Com o passo apeado

Desequilibrado

Com a corda na mão

 

Solto nas escadas

Todas as legítimas ambições

Todos os projetos por concluir

 

Boa noite silêncio

Boa noite tremura

Sobra-me tanto tempo e tanta amargura

 

Meco, Praia das Bicas, 19/09/2014 23:25:41

 

 

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A RAMPA

A RAMPA

Rogério Martins Simões

 

Tento descer aquela rampa:

Inclinada, escorregadia e longa,

Para que o meu corpo não se esconda,

Debaixo de qualquer manta…

Exercito as mãos

Amparo-me nas palavras

Revisitadas, tremidas, ingratas.

Se tropeçar nas franjas do vento

Pedirei às palavras que não me deixem cicatrizes

Talvez me ajudem a descer

E o vento me seja leve…

Meco, 04/09/2014 17:12:11

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Perdidamente doce

PERDIDAMENTE DOCE

Rogério Martins Simões

 

Uma abelha beija um malmequer,

Retira o pólen e a flor sorri.

Nada saberei do mel…

Que vais deixando por aí:

Dos teus seios, cor de cereja madura,

Adoçando a minha boca

Contigo louca, insegura,

Esvoaçando sobre meu peito despido,

Despida

E tão perdidamente doce.

Meco, 03/09/2014 18:30:42

(Este poema será publicado no próximo livro)

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MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

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