ERAS O LUAR
Rogério Martins Simões
Cruzei-me contigo eras o luar,
Trazias no teu rosto as luas cheias,
Hoje não te vi, e fui procurar
Com velas acesas e candeias.
Subi e desci p´ro fundo do mar,
Vi as estrelas a beijar sereias.
Procurei no horizonte o olhar…
Que deitado estava nas areias.
Não tivessem razão os meus receios…
Senti ciúmes ao ver-te despida,
Ali esperando o sol estendida…
Prendi os olhos da lua com colchetes;
Segurei o teu sol com alfinetes;
E afoguei-me no mar dos teus seios…
Meco, 29-08-2011 22:15:49
(Versão final 20/10/2014)
Poemas de amor e dor
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publicado às 23:18
FLORBELA ESPANCA
(PAPOILAS DA ALMA)
Rogério Martins Simões
Enquanto na planície o sol dançava,
Todos os seus desejos recresciam.
Pálida neve! O seu rosto nevava…
Seus olhos tristes às dores sorriam.
Da janela da noite suspirava.
Amores seus, proibidos, consumiam:
A seara infecunda que secava…
E as papoilas de génio que nasciam.
E quando a bruma o seu corpo levou,
Todo o Alentejo cantando a chorou:
Nos seus tão belos poemas de amor.
Mas se os amores lhe foram adversos,
Nem a morte apagou seus lindos versos
Soror Saudade, dor, Charneca em flor.
Meco, Praia das Bicas, 24-10-2011 21:54:38
(revisto em 2013/11/29)
(A Florbela Espanca)
Poemas de amor e dor
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publicado às 22:51
GIRA QUE GIRA A MINHA TRISTEZA
Rogério Martins Simões
Certa como incerta é minha certeza:
É estar morto e sentir o coração;
E é andar, para aqui, a tombar no chão;
Gira que gira por baixo da mesa.
Que o meu derrube não será leveza,
Tão pesado, parado, em contra mão.
E o vento que de mim se fez pião,
Gira que gira na minha tristeza.
Decerto, dirão aqueles que me leram,
Que outros, por tanto, ou muito mais sofreram:
Saindo muito mais cedo da corrida…
Sendo eu poeta, e bordão, vos secundo,
Que o tempo é p´ra ser vivido ao segundo.
Lutando para ganhar tempo à vida.
Meco, Praia das Bicas, 09/10/2014 18:53:10
(ao meu irmão, José Manuel Martins Simões)
Poemas de amor e dor
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publicado às 19:40
Para escutar o vídeo desligue por favor o fundo musical do blog, obrigado
LIBERDADE
Rogério Martins Simões
Quando as manhãs, as tardes,
e as noites escondiam,
desesperados esperámos,
não chegavas,
e de ti nada sabíamos...
Foram tão longas as noites
do tamanho dos dias,
que nos esquecemos do sol
na esperança que vinhas.
Foi por ti que chamámos,
e de luto, lutando, morreríamos.
Foi por ti que gritaram,
aos que antes da morte
a morte pediram...
E depois de tanto tempo,
em que o tempo silenciado
e o desânimo quase vencia,
tu vieste de novo,
com mais idade,
aos olhos do dia.
Nossos olhos abertos
quase cegos ficaram,
quando as portas cerradas
e os cimentos caíram...
Era tarde e tardaste
quando finalmente chegaste
na mais linda primavera
que me recordo que vira...
É por ti que de felicidade
te chamo sem ira...
LIBERDADE!
Lisboa, 02-03-2010 17:48:32
Dedicado a José Carlos Ary dos Santos
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
Poemas de amor e dor
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publicado às 21:37
LIBERDADE
Rogério Martins Simões
Quando as manhãs, as tardes,
e as noites escondiam,
desesperados esperámos,
não chegavas,
e de ti nada sabíamos...
Foram tão longas as noites
do tamanho dos dias,
que nos esquecemos do sol
na esperança que vinhas.
Foi por ti que chamámos,
e de luto, lutando, morreríamos.
Foi por ti que gritaram,
aos que antes da morte
a morte pediram...
E depois de tanto tempo,
em que o tempo silenciado
e o desânimo quase vencia,
tu vieste de novo,
com mais idade,
aos olhos do dia.
Nossos olhos abertos
quase cegos ficaram,
quando as portas cerradas
e os cimentos caíram...
Era tarde e tardaste
quando finalmente chegaste
na mais linda primavera
que me recordo que vira...
É por ti que de felicidade
te chamo sem ira...
LIBERDADE!
Lisboa, 02-03-2010 17:48:32
Dedicado a José Carlos Ary dos Santos
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
Poemas de amor e dor
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