Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA
Poeta: Rogério Martins Simões
Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004
Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda
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(A nova casa na Póvoa, Pampilhosa da Serra, que pertence a 4 herdeiros sendo nós, herdeiros de meu pai, donos de 1/4 desta casa depois de se pagarem as tornas. Os outros 3/4 pertencem a primos)
PARKINSON e a LIBERDADE (E porque hoje é dia de Parkinson
Rogério Martins Simões
Atravesso uma agonia maior, maior que a mais inquebrantável e triste incerteza: A Parkinson que me quer derrubar é a mesma que ainda não me venceu.
Lucidez não me falta para medir esta desmensurável criatura que, só de nome, se apoderou de mim. A pessoa em si não tem culpa, até se poderia chamar ROMASI.
Foi nesta mistura de letras aglutinadas que me revi, quebrando o rigor do meu nome, e me escondi, furtando-me aos inquisidores das palavras discordantes e aos amantes das noites tensas…
E foi assim que agarrado aos meus poemas corria para as ruas contrárias onde havia sempre uma cave, ou uma escapatória, que me levava ao encontro dos cantos proibidos da Liberdade.
Por vezes nem tempo havia para escapar ao banho certo, com que marcavam os “panfletários”para, logo a seguir, os acorrentarem às palavras.
Hoje, esta aberrante e tão lapa doença não me larga. Porém alarga a perceção de mim quando nem a meu pedido se não presta a desertar.
Sabes? “Quando os ideais desgastaram as nossas vidas
sofremos mais ao não vermos nada”...
Romasi era eu! E eu era tão feliz sem Parkinson.
Meco, 10/04/2017 23:10
Hoje porque é dia de Parkinson, desejo a todos os meus companheiros que mantenham a coragem de lutar pela vida, pela cura. Estejamos todos atentos à força dos interesses económicos em jogo.
“A cirurgia de estimulação cerebral profunda, realizada desde 2002 em Portugal, é como alargar um fato que está apertado. Segundo o neurocirurgião do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) Manuel Rito, este procedimento pode fazer com que os sintomas dos doentes de Parkinson voltem cinco ou dez anos atrás no tempo, reduzindo também a medicação da qual estão dependentes.”
Temos todo o direito de saber a razão para não noticiarem as recentes e não dispendiosas possíveis curas da doença de Parkinson que nos chegaram do Brasil e que foram publicadas em revistas da especialidade.
Continuo a pensar que a promoção deste quase abandono das terras do interior – da Beira Serra – foi, e é um grave erro político.
Quem conhece a Pampilhosa da Serra sabe que a maior parte da população é constituída por idosos. Quem lá vive, e conheceu o "antigamente", repara, apesar de algumas melhorias levadas a termo pelas Comissões de Melhoramentos e pela Câmara Municipal, que a juventude tende a "fugir", como sempre…
O desenvolvimento de um turismo "de ar puro", de "pura água cristalina", irá ter no futuro um enorme incremento e a Beira Serra tem todas as condições para ser um dos locais preferidos.
Mas um desenvolvimento não se pode fazer sem ter em conta a preservação dos sinais, dos locais, dos vestígios culturais de um povo. Perdoem-me: fico muito triste ao ver casas medievais arrasadas sem intervenção arqueológica. Salvaguardando a existência de carta arqueológica do concelho, que desconheço; considerando as notícias e os documentos históricos que nos dão conta daqueles locais terem sido povoados por povos primitivos, uma questão paira na minha cabeça: onde para o espólio arqueológico do Concelho? Talvez o defeito seja meu – tenho participado desde 1961 em trabalhos arqueológicos nomesadamente medievais e olho os sítios de uma maneira diferente.
Talvez me preocupe demasiado… com estes assuntos. Porém, tomem a devida nota: daqui a alguns séculos haverá pelas serras grupos de arqueólogos a procurarem o que indevidamente destruíram, deixaram destruir e irão destruir.
Não se culpe o povo! O povo que não dá valor a cacos velhos partidos.
- Ainda que fosse algum tesouro!?
O maior tesouro da Pampilhosa está no seu povo e nos sinais da sua presença – na sua riqueza cultural que se vai definitivamente arrasando.
Deixando estas considerações o Concelho da Pampilhosa da Serra carece de mais infraestruturas, de estradas sem curvas a ligar às grandes redes viárias. O Concelho na Pampilhosa da Serra, a Beira Serra, apesar de ser o pulmão de Portugal, e fonte quase inesgotável da água que abastece Lisboa e não só, não foi, nem é compensado, bem pelo contrário: é simplesmente votado ao abandono. Mais uma vez lhes digo: virá o dia em que a água terá mais valor que o então extinto petróleo e o ar será disputado pelos povos.
O Lar da Santa Casa da Misericórdia da Pampilhosa da Serra e a fixação de idosos às suas velhas aldeias é um exemplo a seguir e a fomentar. Existe acompanhamento e assistência no domicílio a idosos que, assim, continuam ligados às suas aldeias. Seguindo esta ideia, sabendo e conhecendo que muitas aldeias já estão abandonadas definitivamente, penso que poderiam ser apoiadas, essas aldeias e esses lugares, criando condições de vida para lá morarem os idosos que quisessem em vez de os colocarem em "silos". Falo concretamente em habitações - casas individuais ou coletivas com todas as condições. Falo em disporem de equipamentos de lazer, falo em investimento e em criação de postos de trabalho.
Dou mais uma vez o exemplo da aldeia onde meu pai nasceu, a PÓVOA. Os idosos que por lá vivem são bem mais felizes que os colocados em lares da terceira idade: Mulheres e homens jogam às cartas na casa do povo, semeiam e cultivam pequenas hortas próximas de casa e, agora que finalmente o Governo "acordou" para a injusta perseguição aos produtos tradicionais, talvez possam voltar a criar alguns animais para consumo caseiro, como sempre o povo criou.
Talvez volte a "petiscar" uma canja de galinha ou uns torresmos sem serem de "aviário".
Esta é a mensagem que vos quero deixar, num tempo de festas de verão, num tempo de aldeias e casas cheias. Pena que seja curto e novamente o povo trilhe os caminhos da diáspora.
Mas os tempos são de "mudança"! Siga a festa!
Lisboa, 5 de Agosto de 2008
Rogério Martins Simões
(Este texto foi escrito em 2008 e publicado na Pampilhosa da Serra)
Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado