UM PÚCARO DE SAUDADE
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UMA ETERNIDADE NOS ESPERA…
Rogério Martins Simões
Quando tu e eu saltávamos em andamento,
Numa corrida estreita, para a existência,
Havia um brilho, intenso, que cegava a escuridão externa.
Falávamos em língua redonda,
Impercetível,
Que nos deixava latejar à distância do universo das palavras.
Éramos nada!
Éramos tudo!
Frequentávamos os mesmos colégios ricos,
Onde a riqueza se media pelo contágio,
Em resultado das vidas passadas.
E fazíamos parte de um grupo sem forma…
Grandes aos sentidos,
Sabíamos que iríamos viajar em busca da luz:
Éramos uma luz ténue…
E procurávamos um brilho permanente.
Entrámos por uma porta estreita
Onde formas sem luz
Reproduziam uma língua quadrada,
Sem nexo, herança de uma Torre de Babel,
Que tivemos de aprender.
Estamos a ficar cansados!
Não importa…
Tomámos o caminho reto e certo
E partiremos na luz…
Falta pouco meu amor.
Uma eternidade nos espera…
Lisboa, 30 de Abril de 2009
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
À BETE MINHA TERNA E ETERNA COMPANHEIRA
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)