Encalhei meu barco
Dupla tela
Óleo sobre tela
Elisabete Maria Sombreireiro Palma
Encalhei meu barco
Rogério Martins Simões
Remeto a tristeza
Para o fado
Pois quero chorar
Esta chuva de lágrimas.
Não! Não choro meu choro.
Nem canto meu canto.
Eu canto com as aves…
Na raiva pela minha lealdade!
Nas colinas
Magoado
Canto torrentes de fama:
- Eu sou a mágoa,
Não serei a lama.
Desabafo na pedra da muralha
Para que não se esfume o amor
Eu sou a virilidade
Eu sou o mosto
Encalhei este meu barco na dor.
1988