ÀS HORAS NA BATOTA POR AMORAS
(óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
ÀS HORAS NA BATOTA POR AMORAS
(Rogério Martins Simões)
Andámos tanto tempo agarrados às horas
Pendurados nos ponteiros e fazíamos batota
Quando amarrados às doze comíamos amoras
Das regras do tempo fazíamos letra morta
Por vezes os meios-dias eram vagabundos
Voltávamos a encontrar as seis e meia
Não deixávamos abalar os segundos
E quando logravas partir era lua cheia…
Sem ti nos ponteiros o relógio parava
Quando o ponteiros despiam as horas
Não havia horas, sempre te encontrava
Hoje vi-te à janela eras toda cidade
Percorriam o teu corpo
as vielas da madrugada
E trazias nos cabelos a noite
Espreitando a tua lua sorridente…
Justamente hoje!
Quando me apeteciam as amoras…
26-10-2005 23:19.
(Poema dedicado a Natália Correia)