óleos, poesia, Bete, Tiago e Rogério
(Óleo sobre tela - Elisabete Palma)
VESTÍGIOS…
Por vezes faço as pazes comigo,
Sem-abrigo, viajante diurno,
Durmo ao leme, embarco e sigo,
Ponho a minha alma de turno…
Meus medos são cerejas fingidoras
Que se me enrolam nos dedos.
Meus medos são janelas voadoras
Que esconjuram os medos
Não quero esticar a corda
Sigo em frente sem enredos
Cem segredos a minha alma recorda.
Hoje sou um rio sem segredos.
Cego viajo, sem tempo acorda.
Acorda! É dia e a noite remonta!
É estranho viajar de dia!
Prefiro as noites cegas
Sem guia…
Que não têm regras.
Hoje, sou um farelo amadurecido!
Sou um tempo de milho
Bem-parecido
Mas só a noite me encontra!
23-10-2006
Tio Rogério Tens um olhar sublime como o mar (obrigado Tiago, meu sobrinho, pelo poema que deixaste em forma de comentário. A Bete e eu agradecemos as tuas lindas palavras. Fico à espera de poemas teus e de fotos dos teus quadros.) E para que conheçam um pouco da sua arte - eis este belo quadro, que adquri em 2000, em que o Tiago foi co-autor) Rogério Simões
um gesto sereno como a brisa do vento
um abraçar como a luz do sol
as palavras como água de nascente.
Num gesto transformas muito
porque tens alguém junto a ti
que é como a areia molhada pelo mar
como o doce cheiro da terra no Outono
como um campo de flores quando a Primavera chega.