Canto o imprevisto

(Foto Elisabete Palma)
CANTO O IMPREVISTO
(
Canto o imprevisto
o que se espera e não espera
canto ,o que conto,
e não conto
tenho andado em viagem
sem tempo.
Acordo cansado,
deito-me cedo
e cedo ao meu corpo fatigado,
sem razão aparente,
neste aparente cansaço.
Não sei por onde ando!
Ando por aí
em busca de qualquer coisa
que nem sei onde está.
Olho a televisão
nada vejo que me encontre.
Olho as molduras
leio rostos que conheço,
amo e não os esqueço.
Ando em silêncio,
morro em silêncio!
Daria tudo
por uma boa gargalhada,
sonora, repetitiva
até chorar de rir.
Quem me dera sorrir
para não chorar.
04-03-2005
Rogério Simões

