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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

DOUTAS PALAVRAS DO CORAÇÃO

DOUTAS PALAVRAS DO CORAÇÃO

Rogério Martins Simões

 

Bom é partir!

Melhor é chegar!

Pois na ventura

nunca se sabe quem parte,

ou quem chega,

se quem  viaja

não tiver alguém à espera.

 

E se acaso tropeçar,

se não restar tempo

para a tempo chegar,

conhecerá alguém

os caminhos por onde andei?

 

E se derem pela tua falta,

se não fizeres falta:

chamar-te-ão pelo nome

se nem nome tens?

 

Volto a viajar

na têmpera das palavras.

Gosto das palavras!

De apregoar ao vento,

a minha presença,

para que tenham à mão,

a água pura e pão caseiro

quando chegar.

 

Levarei o pó da estrada

ou as algas do mar!

 

Para que saibas,

para que me reconheças,

olha-me nos pés descalços,

nos trapos rotos,

e nas doutas palavras do coração.

 

Levarei comigo o sal

para temperar

os novos conceitos de felicidade.

 

E se estiveres só,

à minha espera,

e não te der nada,

ainda assim

mereci a tua presença?

 

Não me esperes!

Vem ao meu encontro,

pelos caminhos

por onde,

ainda,

terei de andar!

 

12/11/2007

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

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NUVEM

 

 
 
FELIZ ANO DE 2013
 
Deixo aqui um poema meu inédito desejando a todos saúde e nada de nuvens...
 

NUVEM

Rogério Martins Simões

 

Havia uma nuvem que enfeitiçava,

Distendi as minhas asas e ceguei,

E quanto mais perto dela chegava,

Mais afastado, de mim, eu fiquei.

 

Cheguei a pensar que passava…

Mesmo passando o que passei…

Quando o vento com ela dançava,

Perdido, de mim, não mais me achei.

 

Pela calada da tarde desaparecia…

Era tarde e tão cedo que nem via

Que o silêncio, na noite, madrugava…

 

E quando a noite adormecia vestida,

Lamentando a minha triste vida,

No revés dos seus olhos chorava.

 

CAMPIMECO, Meco 10-09-2012 16:14:41

 

 
 
 
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ABANDONO

ABANDONO…

Rogério Martins Simões

 

Olhou as paredes, estavam nuas,

Sem compreender todos os porquês.

Fecharam as portas e eram duas…

Antes morresse de uma só vez.

 

Tinha os cabelos brancos das luas,

Trazia nas mãos o terço que fez,

Desfiando orações que eram suas,

Quanto numa lágrima se desfez.

 

Entrou, olhou, e sentiu-se perdida.

Era tão triste o seu final de vida:

Estranho era aquele novo lugar.

 

E quando já pareciam dormir,

Cercada, na luz pediu p´ra partir:

Sorriu! E não mais voltou acordar…

 

Campimeco, Meco 12-12-2012 23:58

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ZUMBIDO (Reeditado)

ZUMBIDO

Rogério Martins Simões

 

Lá fora,

No colar da escuridão,

Percute o vai e vem

Das ondas do mar.

 

Mandei calar o vento

E o mar amainou.

 

Pedi silêncio à coruja

E ela acordou.

 

Veio o mocho

E acabou por anuir.

Lá fora

a noite nem é de grilos...

e não consigo dormir!

 

Aqui, nos meus ouvidos,

Um zumbido ruidoso

Corrompe este pacto de silêncio.

 

Amanhã,

Ordenarei ao mar

E ao vento,

Ao mocho, à coruja

E ao sino do templo,

Que não deixem silenciar a noite.

 

A minha noite

Não é só de grilos...

Espasmos dolorosos pulsam

E não me deixam sossegar.

 

Lisboa, 07-02-2010 22:36:39

(Diálogos da alma e do poeta: diário de um doente de Parkinson)

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Volto a sacudir os olhos na escrita

VOLTO A SACUDIR OS OLHOS…

Rogério Martins Simões

 

Volto a sacudir os olhos na escrita.

Por agora tenho o caderno e a mente.

Tenho tudo para ser feliz

Por ora

 

Uma criança chora!

Chora, não sei.

Chora sempre!

Deram-lhe tudo para ser feliz…

Quem mente?

 

As ondas varrem a cidade

Que flutua

Num extenso areal adornado de adereços…

 

Volto ao caderno.

Não escrevo!

Ligo palavras, sílabas.

Que sílabas?

Tinha tudo para ser feliz,

Por um tempo inútil,

Onde tudo não passou

De uma forte gargalhada de dor.

Doem-me as palavras rasgadas,

Tramadas.

Dói-me esta dor que se expande num tempo

Que me tinham reservado para ser feliz.

 

Sigo no tempo

Ou pegarei no tempo a tempo?

Que sinto?

Alguém falou?

Alguém deu nas vistas?

As vistas curtas confundem as próprias vistas!

Não viste nada. Desandas!

 

Se ando por fora dos papéis voo nas vistas.

Se conseguisse andar daria nas vistas…

Estou sentado numa cadeia de ferros

Tenho o caderno afundado numa teia de ferro.

A ferro e fogo.

Já fui fogo.

Água e gelo

Gelo os meus pensamentos…

Que faço destas mãos?

 

Levaram as sementes do meu campo de trigo

Trinco sementes de girassol

Neste cantar de desabrigo…

Estou fechado no prédio móvel…

Que é meu corpo.

Que dilema:

Perdi as forças;

E estou num colete-de-forças…

 

Volto a olhar para dentro,

Olho o meu corpo,

Conheço a idade do meu corpo,

Não estou mal para a sua idade…

Que idade tenho?

 

Quero fugir de mim

E dão-me dose dupla…

Se conseguir sobreviver

Saberei viver?

Viverá quem já não goste da vida?

Que vida?

Fechada neste cadeado?

 

Movimenta-me a dose dupla,

Volto a andar:

Subo o patamar da mente;

E desço de andar na escrita…

 

Poucos Metros me afastam da meta

Onde já fui primeiro…

Voa, atleta

Poeta

De corpo inteiro!

 

Meco, 12 de Julho de 2009

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

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Moira encantada

(Óleo sobre tela: Real Bordalo)

 

Moira encantada

Rogério Martins Simões

 

Foram sete os pescadores que avistaram

Uma moira encantada e por ela morreram.

Sete os pescadores que se apaixonaram;

Sete as colinas que em Lisboa nasceram.

 

Daí se diga agora daqueles que a amaram

Que ao subir o castelo d´ amor renasceram

A paz interior para sempre encontraram,

Da moira encantada nunca mais souberam.

 

Mas, em Lisboa, toda a gente a conhece.

Logo pela manhã, quando o dia amanhece,

Subo às sete colinas onde sempre a revejo:

 

A moira encantada é o nosso lindo Tejo

Que no mar da prata, carregado de luar,

A Cidade de Lisboa a todos vem beijar.

 

ROMASI

Meco, 15-06-2012 21:08:42

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Tardia amargura...

 

 

TARDIA… AMARGURA

Rogério Martins Simões

 

Levaram a minha estrela…

Fiquei sem rumo.

Cegueira virtual

que me conduz ao abismo.

 

Tardia… amargura.

Pois, de tanto a amar,

Acabo por passar

Com a lua à cintura…

Preciso de luz!

Preciso de paz!

 

Conduziram a minha estrela…

ao hospício.

Amarraram-na

num colete-de-forças…

Medeio um conflito

entre loucos…

 

Rasteja barata pelas

Paredes…

Não forces o teu riso!

Se não a avisto…

Visto um disfarce

e liberto os prisioneiros…

Preciso de luz!

Preciso de paz!

 

Tiraram-me a estrela

De um antigo verbo amar...

Quanta ingratidão!

 

Deixei de vê-la

Acabo por cegar…

Ainda, assim,

Enxergo a amargura…

 

Preciso de luz!

Preciso de paz!

 

Lisboa, 3 de Maio de 2007,

Alterado em 2011

 

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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