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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Amigo

 

(Foto de 1966. Passeio no Tejo a bordo de um cacilheiro.

Grupo de amigos e catequistas em S. Vicente de Fora: Saudoso António Melo e Faro, o Mário Jorge, amiga que não recordo o nome, o Manuel Taleto e do lado direito eu, Rogério Simões)

 


AMIGO!

 

Amigo! Eu me entrego

Amigo! Eu me largo

Sem nada na volta!

Sem nada me ergo.

Sem nada me dou!

 

Amigo! Eu acedo

Num abraço

Num gesto

Num laço.

E sofro na tua dor

E vivo o teu cansaço

 

Amigo! Eu me cedo

Eu me rendo…

Eu me consagro

Eu me dou…

Num abraço

Num gesto

Num laço

Amigo! Eu vou!

 

Lisboa, 1969

Rogério Martins Simões


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Deslizo

 

(Foto da National Geographic)

 

Deslizo

(Rogério Martins Simões)

 

Deslizo…

No tempo que passa.

Voo

No pensamento

Que ampara.

Fujo

Da vida que fica.

Morro

Nos bocados

Que vendo…

Fico

Com nesta ânsia

De amar

Para sempre

Neste abraço sincero

Para ti.

1975



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IMORTAL FORMUSURA



Imortal formosura

Rogério Martins  Simões

 

Há em ti estranha

beleza

Há em ti tanta

candura

Laivos ténues de

tristeza

que se difundem na

doçura

 

E não me digas que és feia

se és tão pura

Teus olhos, lindos,

ralham

cegados de ternura

caem em mim e não

baralham

a tua imortal formosura.

1968

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Dúvida



Dúvida

Rogério Martins Simões

 

Vejo-te ir,

Não vou conseguir chegar,

Se partir…

Vais regressar,

Mas tu já saíste,

E eu fiquei!

Deriva de mim a dúvida

E o conselho a seguir:

Rir de acordo,

Ou acordar a rir,

e ir

Ir por aí

Por onde o meu passo me leva

Atrás de tudo e de nada,

Porque no final tudo se queda...

 

Estou novamente perdido!

Vi-te partir!

Vais regressar!

Afinal prometeste voltar…

1985

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Pior que a dúvida

 

(Óleo sobre cartão Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

PIOR QUE A DÚVIDA

Rogério Martins Simões

 

Pior que a dúvida

É o silêncio

quando o silêncio pesa

Pesam as palavras

Não há certezas

A única certeza é a morte

E na dúvida

Ressoam os pensamentos.

As inquietações

O azar ou a sorte

É como se não existissem

soluções

 

Jogamos todos os dias a roleta…

E, estranhamente,

Quando estamos na valeta

O tempo passa lentamente

- Tão devagar que o tempo medra…

É como que se conservasse uma pedra

no sapato

 

Lancei fora tantas vezes a pedra…

E no ricochete

Vaporizei pó

e de novo se fez pedra

  

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Dizer para quê?

 

(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

DIZER PARA QUÊ?

Rogério Martins Simões

 

Dizer para quê?

Falar para quê?

Sentir para quê?

Viver para quê?

Faço perguntas:

Sem falar!

Sem sentir!

Sem viver!

 

Solto o meu ouvido

E o meu olhar de lince

À procura de resposta:

Sem falar!

Sem sentir!

Ou viver!

E por mais que pergunte

Sem dizer

Não consigo ver…

Falar!

Sentir!

Ou viver!

 

1979

 

 

 

 

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DIÁSPORA

 

DIÁSPORA

Rogério Martins Simões

 

Gosto de viajar para casa!

Regressar é um desejo de quem parte

e não quer ir.

Vou!

 

Já fui tantas vezes na aventura

calcetando pedras,

dormitando em tábuas,

onde me perco sem contemplações,

encalhando nos confins das terras,

amealhando uns tostões.

 

Tivesse asas para acompanhar o

pensamento

porque as asas só se levantam tendo

penas.

Penas tenho!

Pena não tenho!

Da fome e dos xailes pretos…

 

Deixei em casa corpos em metamorfose,

silêncios e silvas,

que crescem entre muros e dão

amoras…

Comprei a última tesoura de podar

Tenho a barriga a dar horas

E um sonho para voltar...

 

A vinha ficou brava…

A horta e a casa fechada

são agora um pasto de chamas.

- Aldeia porque me chamas filho

se só tive madrasta!?

- Nação porque me pedes o voto

se não te sei ler!?

 

Gosto de regressar mas não posso

ficar…

Falo agora esta meia língua estranha,

porque já esqueci a minha…

 

Volto a percorrer as estradas

que me afastam do que resta...

Levo uns trocos para a viagem

e quando me virem vai ser cá uma

festa…

Vou petiscar couratos

e beberei uns copos

com os rapazes do meu tempo.

Regressarei um dia para cuidar da

vinha…

Por agora durmo a sesta…

 

Voltarei para cumprir a promessa.

E beberei nos corpos deixados,

um néctar guardado,

entre fragas e pinheiros…

Verberarei palavras de fel,

embrulhadas com cargas de explosivos

abrindo estradas,

caminhos que me deixaram partir

Agora tenho de ir…

 

Regressarei à casa nova que construí,

e em cada degrau,

limparei as lágrimas definitivas

da minha saudade.

Vou partir mas tenho de regressar…

 

Oh Pátria amada,

onde se acolhem os sonhos do meu

regresso,

porque me deixaste partir?

 

Oh Pátria amada deixa-me regressar

ainda que só te enxergue,

no que resta,

penhascos e pedras pretas.

 

Quero todo o barro, granito ou lousa

Quero a água cristalina que emergia das

fragas.

Quero depositar uma coroa de rosas

nas campas rasas dos meus pais.

E um coroa de espinhos nos despojos

dos que me obrigaram a seguir…

 

Sonhei voltar.

Não voltarei para partir…

Não voltarei a sonhar.

Vou ficar

Tenho filhos e netos neste lugar

 

Retalha a saudade no que resta do meu

corpo!

Viajarei gavião….

 

Por agora recebo notícias do meu país

- Dizem que as motas todo-o-terreno

debutaram nas silvas da minha aldeia…

 

E se a língua portuguesa é a minha raiz

profunda,

afundo as minhas mágoas por não poder

regressar,

Porque, agora, regresso, escreve-se

noutra língua

e já nem sei o caminho de retorno…

8/03/2007



 

 

 

 

 

 

 

(Este poema é dedicado ao grande poeta português Armando Figueiredo - Daniel Cristal e a todos os emigrantes na diáspora.)

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Desafio ao poeta

 

 

(óleo sobre tela

Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

 

 

 

 

DESAFIO AO POETA

Rogério Martins Simões

 

Iniciámos juntos a caminhada,

Proclamámos versos ao sol-pôr

Percorria um violino a estrada

E soltava uma canção de amor

 

Acendi nos anos todas as velas…

Não consigo disfarçar a ventura

Enfeitava teus cabelos na loucura

Se te visse voltarias às estrelas…

 

Esvoaçaram pérolas de violetas

Manhãs de sol, chuva e Primavera

Cresceram nos canteiros borboletas

Se te ler nos olhos serás quimera…

 

Olhei a manhã ver se não te via

Seguias os teus passos paralelos

Trago meiguice nos meus desvelos

Recordo em ti versos e alquimia

 

Não te sei sentir indiferente

Ocupa-me agora com o olhar

Cego não te irei olhar de frente

Resta o violino para recordar

 

Dança! Agora, vamos dançar

Melodia inacabada… clave de sol

Não te podia ver! Se te ver irei corar

Esvoaçam versos em girassol….

 

Lisboa, 03-04-2007 22:52:51

 

 

 

DESAFIO AO POETA
DECLAMADO PELA POETISA BRASILEIRA
ANNE MÜLLER
 
Para escutar este poema no YOUTUBE por favor desligue o fundo musical do blog



 

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E tu tão perto

(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

E tu tão perto…

Rogério Martins Simões

 

Meu amor hoje tão só, e tu tão perto…

Perto de mim estão estas mágoas

Este meu fado breve, certo e incerto,

E tu tão perto, e tu tão perto…

 

Meu amor estás tão só, e por certo,

Comigo perto, mareando nestas águas.

Minhas mágoas deixaram-me deserto

E tu tão perto, e tu tão perto…

 

Perto está o meu peito encoberto

Esta dor, sem jeito de se ver

Ver, sem ver, é olhar liberto

E tu tão perto, e tu tão perto…

 

Olha! Repara em mim entreaberto

Aberto e pleno de saber

Que o nosso amor é mais desperto

Contigo perto, comigo perto.

08-05-2005

(Mais um poema dedicado à Bete)

 

 

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Real Bordalo

 

 

 

REAL BORDALO
Rogério Martins Simões
 
Apanho o eléctrico amarelo à pendura,
Agacho-me para o condutor não ver,
O que as tintas, e pincéis de seda pura,
Imortalizaram numa tela sem perceber.
 
Miúdo traquina pendurado na pintura…
Brincando às escondidas sem saber,
Que um pincel o apanhou com ternura.
Viaja de graça num quadro sem o ter…
 
E salta para o chão em andamento.
Abala, embalo, travo e não me estalo…
E o Mestre pinta na tela o movimento.
 
E ficam as cores arco-íris nas telas.
Os putos, os eléctricos e as vielas.
Lisboa é toda sua! - Real Bordalo.
 
Lisboa, 30 de Janeiro de 2007

 

 

  



 

 

 



 

 

 

Artur Real Chaves Bordalo da Silva


 

Real Bordalo é um "pintor de Lisboa", cidade onde nasceu em 1925. O seu talento para o desenho e pintura manifestaram-se muito cedo, tendo, com apenas 16 anos, sido admitido como pintor profissional, na Cerâmica Constância Faiança Bastitini.

Após uma experiência de sucesso na cenografia, onde trabalhou com Leitão de Barros, frequentou as aulas da Sociedade Nacional de Belas Artes, tendo como mestres em aguarela Alberto de Sousa e Alfredo Morais.

Ao longo da sua carreira, Real Bordalo realizou inúmeras exposições colectivas e individuais, não só no País mas também no estrangeiro. Viu também reconhecido o seu talento através da atribuição de vários prémios e galardões e a sua obra encontra-se representada em museus nacionais (entre os quais o Museu José Malhoa e os Museus Municipais de Lisboa e Amarante) e ainda diversas colecções particulares em

Portugal, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Espanha.

Os seus laboriosos 81 anos de vida, que festeja no ano em curso, proporcionam-nos uma obra amadurecida e pujante, cuja imagem de marca são as aguarelas com nostálgicos nevoeiros e neblinas, e que ilustram bem o seu mérito artístico como pintor.

(Texto extraído da exposição Percursos)

 


 

Parkinson: Últimas notícias

Abril

Investigadores descobrem mais sobre a origem do mal de Parkinson
Abril - São Paulo,SP,Brazil
Uma falha no modo como as células limpam as suas partes danificadas pode ser a origem dos sintomas da doença de Parkinson, segundo cientistas da ...
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Células tiradas de testículo funcionam como células-tronco
Estadão - São Paulo,SP,Brazil
... e cientistas acreditam que poderão oferecer tratamentos para doenças como o mal de Parkinson, diabete e lesões da coluna vertebral. ...
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Pilates debaixo d’água é uma das novidades para o verão
Jornal da Manhã - Uberaba - Uberaba,MG,Brazil
"O Water Pilates pode ser usado em reabilitação e tratamento de várias patologias, como fibromialgia, artrose, artrite, esclerose múltipla, mal de Parkinson ...
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Expresso

Doença de Alzheimer 'nasce na barriga'
Expresso - Porto,Portugal
... estão na origem de doenças como Alzheimer, Parkinson, diabetes e até cancro - até aqui atribuídas a um funcionamento deficiente de certas células. ...
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Expresso

Três cientistas galardoados por descoberta de vírus
Expresso - Porto,Portugal
... a influência dos vírus em doenças como o Parkinson - eo papiloma vírus humano responsável pelo cancro do colo do útero, o alemão Harald zur Hausen. ...
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amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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