BEIJOS
BEIJOS
Rogério Martins Simões
Sempre o amor
sempre a paixão
sempre o desejo
sempre a carícia
E se o ensejo
não nos dá tréguas…
não viva eu
sem trilhar léguas
nos versos que beijam
sem malícia
o teu coração
Lisboa, 02-12-2010 18:24:22
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
BEIJOS
Rogério Martins Simões
Sempre o amor
sempre a paixão
sempre o desejo
sempre a carícia
E se o ensejo
não nos dá tréguas…
não viva eu
sem trilhar léguas
nos versos que beijam
sem malícia
o teu coração
Lisboa, 02-12-2010 18:24:22
Fotografia de Rogério Simões
A seguir a mim
Rogério Martins Simões
A seguir a mim
Tudo perdurará no tempo
No Sol,
no orvalho da manhã,
Tudo é
e será diferente.
E se tudo andar!
Guiar,
parar,
falar,
Ou gritar!
Quero girar
Por onde tudo anda
E nada pára.
E, acima de tudo,
Quero acordar no tempo
E partir!
Andar por aí…
Fazendo tudo, e nada,
Em busca do meu papel.
Que papel?
De um jornal que se apaga,
No estrume,
Ou se queima no lume?!
Então, que arda!
Ou a vida se renove.
Mas… a prova?
A prova está aqui,
ainda vivo,
Cheirando o ar,
Semeando
Colhendo
O brilho do sol,
Por entre as nuvens.
Quero!
Atravessar os desertos
Do pensamento
E colher as areias
De cada momento:
Grão a grão!
Até ao fim!
Pois a grandeza é estar vivo
E de certeza
Permanecer no espaço
Depois de ido…
À espera
Que uma simples gota, de orvalho, caia
E me traga de volta,
Sem cabelos grisalhos,
Um sorriso de criança:
No colorido de uma crisálida
Ou num papagaio de papel
A seguir a mim
Tudo será diferente…
15-12-2003
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
SEGREDO DESVENDADO!
Rogério Martins Simões
De noite, em segredo, ia pró mar
Deitava-se nua, maldição, a esperar
Por seu amante com olhos de jade.
Por certo, ela tinha mão na morte,
Que por ciúmes perderam o norte:
A chuva, o vento e a tempestade.
Assim, eram amantes no desassombro,
Soprando os cabelos do seu ombro,
Voavam, e cobriam-lhe o rosto...
Mas o luar descobre namorados...
Afagou os seus cabelos doirados,
Em lua cheia, no mês de Agosto.
A terra tremeu no desassossego.
A lua escondeu, voltou o sossego,
E voltaram as estrelas ao Chiado.
Então: todos os poetas foram ver
Que a noite lhes queria esconder
A, linda, Severa cantando o fado.
Lisboa, 01-11-2010 22:08:28
Direitos reservados
O direito de autor é reconhecido independentemente de registo, depósito ou qualquer outra formalidade (ver artigo 12.º). A titularidade está consagrada no artigo 11.º do CDADC Lei 16/08 de 1/4
(A registar no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Versos de amor
Rogério Martins Simões
Logo! Logo muito cedo,
Irrompe a luz, sem medo,
E descobre meu olhar.
Entra, sem bater à porta,
Quando o sol conforta:
Lembranças a despontar.
Em cima da velha mesa
Eu tinha a roupa presa
Com o prato da merenda:
Manteiga e pão escuro;
Que o branco era duro,
E só pela encomenda...
Solto os meus pés à légua
Que, na escola, a régua
Não aceita a demora...
Quisera, então, aprender,
A ler, para escrever,
Os meus poemas de agora.
Revejo, neste caminho,
Meus pais, com tanto carinho,
Neste nosso trilho em flor.
Volta o sol, que me beija,
Nesta manhã, que cereja,
Em meus versos de amor.
Lisboa, 30-10-2010 22:33:19
De acordo com a Lei os direitos de autor estão protegidos,
independentemente do seu registo.
(A registar no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
19/10/2010
PARABÉNS ELISABETE; MINHA DOCE COMPANHEIRA DE VIAGEM
Conheci a minha actual companheira e esposa, Elisabete Maria Sombreireiro Palma, em 1989.
Posso mesmo acrescentar que para além de me ter impulsionado e inspirado a criação da minha nova poesia, na sua maioria a si dedicada, ela é a minha maior crítica literária e impediu que o Rogério Simões rasgasse os poemas que restavam, escritos por Romasi, que a ela não foram dedicados ou que não foi a sua musa inspiradora.
Falar da minha companheira, é falar de amor, de solidariedade, de gosto e arte, de cultura, de trabalho e muita doação!
É trazer para a poesia os cheiros e as cores do seu Alentejo, que tão bem retrata nas suas telas.
Mas falar de Elisabete Palma é também falar de perda; de muita dor, porque para além da voz com que bem cantava o fado de Coimbra e o canto alentejano, perdeu o seu filho, o Ricardo, num acidente de mota em 1989. Tinha apenas 18 anos!
A Elisabete Sombreireiro Palma é fermento, trigo, centeio, poejo e papoila.
A Bete é toda a campina em flor!
Parabéns Bete,
Do teu marido,
Rogério Martins Simões
RECORTE NA PLANÍCIE
Rogério Martins Simões
Venho de um tempo de Inverno,
quando a noite mais tempo toma.
Sou fruto de um vagar eterno
quando o trabalho não retoma…
Do frio a cortiça protege o sobreiro.
À lareira cerzia panos de linho.
Chovia lá fora, era Fevereiro,
sou filha do amor; lenha de azinho.
Foram longos os meses de espera!
- Seara! Aprendi a bailar contigo!
E foi a mais linda Primavera,
e minha mãe cantava comigo:
- “Semeei este amor de Inverno,
Papoila! Ventre da Primavera.
Bago de trigo; Verão eterno,
Outono! Vida! Minha quimera.”
E o Verão foi ainda mais quente!
Mas o Outono é a minha estação!
a minha mãe carregou a semente,
verde foi o fruto do seu coração.
- Ceifa-se no Verão
o que Outono é servido...
sinto dar a mão…
que lindo vestido!
Se voltar a Beja,
que me viu nascer
e beija,
Estarei ao postigo!
Sua bênção, minha mãe,
sei que estás comigo!
19-10-2006
(Poema dedicado, e oferecida, à minha companheira
Elisabete Sombreireiro Palma, no seu dia de aniversário)
(Registado no Ministério da Cultura
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
Processo n.º 2079/09)
CORAÇÕES NA AREIA
Rogério Martins Simões
Quem deixou na praia o coração?
Que onda o irá apagar?
Uma gota de orvalho,
Uma sombra,
Um pé?
Talvez nem chegue à maré…
Quem irá apagar essa paixão?
Uma mão cheia de nada?
Uma sombra?
Um pé?
Basta uma onda...
Talvez não venha…
Resta uma lágrima!
Praia das Bicas, 10-08-2010 19:58:17
OS OLHOS DO CORAÇÃO
Rogério Martins simões
Deixasse eu de ver numa idade menor,
Quando nem a força segura o alazão…
Não te iria encontrar na idade maior,
Quando não se vê pelos olhos da paixão.
Se meus olhos cansados vêm pior,
Não importa apurar por que razão:
Com eles assim eu te vejo melhor,
Abrindo o olhar no meu coração:
Foi no teu coração, de bem-querer,
Que teus olhos me viram, sem te ver,
E por ali andaram quase até cegar…
E se tarde tardaram em descobrir,
Tanta felicidade em te ver e sentir
Amor! Meu coração te quero dar.
Meco, 06-10-2010 23:44:58
(Óleo sobre tela
Elisabete Sombreireiro Palma)
Secam-me as palavras
Rogério Martins Simões
Secam-me as palavras,
Afogo as lágrimas num grito,
E nestas levadas,
Elevo em ti o meu espírito.
Ai se a minha voz voltasse…
E o teu canto cantasse…
Canta!
Se vontade tiveres para cantar.
Chora!
Se vontade tiveres para chorar.
Eu, cá por mim, vou tendo,
Estes ensaios de tristeza e alegria,
E neste crescendo
Faço tua a minha poesia.
Agora que minha voz se escreve…
És, de novo, a alegria que tarda calma,
Terna felicidade num momento breve;
Luz efémera, mas eterna alma.
Volta!
Tenho força para escrever,
Para ti, se tiveres vontade em me ler…
Canta!
Se tiveres vontade de cantar,
Para mim, o que escrevi para te dar.
19/10/1999
Concluído em 31/05/00
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)