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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Mar revolto - republicado

 

 

(MECO 2009 - foto minha)

 

 

 

 

Mar Revolto
(Rogério Martins Simões)
 
Ontem o Oceano estava bravo!
Clamor da onda que desmaia
Batia e rebolava pela praia
Chocalhando pedras em desagravo
O mar estava bravo e não o via…
 
E batia! Batia, batia
 
Olhei o céu
O tempo era ameno
Apenas uns recortes
De nuvens longínquas,
No céu sereno,
E uma ligeira brisa
Transportava
Um cheiro a maresia
 
E batia! Batia, batia
 
De só olhando ver se via
Fui ver o mar…
Louca tentação
Clamor da falésia
que chocalha
E como a noite acordada não dormia…
O mar bravo na falésia batia
 
E batia! Batia.
 
Ontem,
Não tive medo nem recuei
A onda abraçava a lua
Que enamorada amor fazia.
 
E quando me chamou de sua…
Meu corpo adornado deixei
Enquanto a noite agitada
Adormecia.
 
Campimeco, Aldeia do Meco, 21-08-2008 0:45:39
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

DESTINO OU CORAGEM

 

MECO 2008

 

 

 

 

Destino ou Coragem
(Rogério Martins Simões)
 
Deixei para trás o meu ego.
Deixei o sonho segurar o tento…
Quis Deus ou o destino cego,
Que o destino fosse tormento.
 
Ao sonho e à coragem me apego.
Gavião deixa passar o vento…
Sou náufrago em desassossego,
Destino ou coragem sustento.
 
Não! Não mais quero o desespero!
Não negoceio contigo e não quero!
Sou trama e urdidura forte…
 
E se o destino a coragem revela,
Partiremos juntos num barco à vela,
Pois na coragem se combate a sorte…
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Fado! Só fado!

 

 

Óleo sobre tela
REAL BORDALO

Igreja Senhora da Saúde

 

 

 

Fado! Só fado

Rogério Martins Simões

 
Lisboa

Não te incomodes

Comigo

Deixa secar as lágrimas

Anunciadas…

Em teu xaile preto

E mesmo que acordes.

Nos teus acordes,

Não tenho ais!

Mais,

Para trinar contigo.

 

Tirei a última lágrima

De saudade

Que escorria da varanda

Da minha viela

Reguei com ela

O vazo do manjerico

que o acaso

ou a esperança

me deixou à janela.

 

Porque é que sinto

Esta dor imensa

Que consome

E devora

O canteiro do meu corpo?

 

Não orvalha na cidade…

 

Deambulo!

Sai do meu peito

Um lancinante grito

Enquanto meus passos

Despeitam a noite…

Sou viola…sem cordas.

Canto aflito...

Castigo… sem pecado

Cais?!

Barco sem arrais!

Grito?

Fado! Só fado…

 
Lisboa

Não me apagues o que resta

Do cheiro a manjerico…

 

Meco, 02-09-2008 21:48

 

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TARIK Morreu o meu lindo e amigo cão

 

 

Hoje, dia 23 de Janeiro de 2008, o nosso inteligente e lindo cão morreu!

 

 

Há anos ofereci um lindo cão – podengo anão – à minha esposa. O cão era tão lindo!

Hoje estamos muito tristes - estranha tristeza, dirão tantos! Não! Quem decide ter por companhia um cão deve estimá-lo e nunca o abandonar.

Hoje poucas palavras conseguirei escrever, porém, farei questão que a minha esposa e grande mulher, que tão bem escreve contos e pinta, escreva aqui os contos, bem reais, do nosso tão querido TARIK

 

 

 

Lamechas dirão alguns! Seja! O nosso Tarik embelezou e contribuiu, em muito, para a nossa felicidade. Tarik lia os nossos pensamentos, adorava o Meco, e limpava sempre as patas, no tapete, antes de entrar em casa.

Tarik foi sempre o meu companheiro até altas horas da madrugada enquanto escrevia meus versos.

Se estava triste dava-me uma lambidela nas mãos e eu sorria.

Hoje choro! Porque choras poeta?

A Parkinson doravante é e será a tua única companhia nas altas horas da madrugada.

 

 

É tarde, a minha companheira já secou as lágrimas e está a descansar. O dia foi longo, resta-me a certeza da companhia da minha grande companheira, mas estou só, já não tenho o meu velho cão que tanta alegria nos deu. Parkinson, quer queira ou não, significa solidão e dependência. Hoje estou mais só entre as quatro paredes do escritório.

 

 

 

 

 

 

Olho para o lado, parece-me ouvir ressonar o nosso velho cão. Estás a ouvir-me Tarik!  Parece que não!

 

Sabem um segredo – se eu chamar pelo seu nome em inglês ele uiva!

Tarik, my little dog – dizia a sua tratadora quando ele ficou detido em Londres e estava em quarentena.

Já passaram tantos anos e a memória está fresca.

Tarik, my little dog! O silêncio mete medo! Vou também descansar.

Rogério Martins Simões

(óleo sobre tela Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

Soprei numa pena

Rogério Martins Simões

 

Soprei numa pena

Que se anichou à janela

Aí está ela, agarrada à empena.

Sem pena, partiu à vela….

 

Valerá a pena ir atrás dela?

 

Deu a volta e reentrou,

Parece serena!?

Soprei na pena e a pena voou,

Aí vai ela! Pela porta pequena…

 

Valerá a pena partir com ela?

 

Vem um passarito

Apanha-a no bico

Ouve-se um grito

Aí vai ela, a caminho do pico…

 

Valerá a pena ter pena dela?

 

Vem um gavião com asas de granito,

Devolve-me a pena, com penas na sela…

São do passarito que passou a goela

Parte gavião! Leva as penas maldito…

 

Regressou a pena!

Não voltei a soprar mais nela…

Parece serena,

A pena,

Que pena reencontrar-me com ela!

 

Hospital dos Capuchos, 19/9/2007

(Concluído em 02/10-2007)

 

Video com os óleos da minha esposa:

http://www.youtube.com/watch?v=iokb8FXy3Gw

 

 

http://video.google.com/videoplay?docid=8291487629655378595&hl=en

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Ondas me vão levando

(Meco- Portugal 2007)

 

 

Ondas me vão levando
Rogério Martins Simões
 
Nestas tardes, vazias, ondas me vão levando.
Nestas tardes tardias, nas ondas terei sofrido.
Morto estarei se breve não estiver chorando…
Cedo estarei chorando; se tarde haverei morrido…
 
Homem poeta, quimera ou sonho, até quando?
Aceito as tardes vazias e não me dou por vencido
Estou morto? Ou vivo num corpo que não comando?
Passos os dias sofrendo, de tanto sofrer dividido.
 
E se a dor avançar, chorar não será humilhação.
Quero combater meus choros desta atribulação.
Quero esgrimir que o mau tempo traz a bonança.
 
Erguerei barreiras para conter todas as marés,
Que me travam as mãos e me tolhem os pés,
E com elas erguerei uma fortaleza de esperança.
 
05-03-2007 21:51

 

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MORANGOS

 

 

 

 

 

Morangos

Efigenia Coutinho

Dedicado ao meu amigo

Rogério Simões

 

MORANGOS

Efigénia Coutinho

 

É a temporada

do tempo dos morangos

dos sonhos de inverno

de noites de luas cheias

do aconchego ao pé duma lareira

do bom vinho e queijos

de sonhos risos e beijos

de dançar em seus braços

de amar... amando...

da beira mar...andar descalça

dos sorvetes com

calda quente de morangos

o inverno se instalou

este é o meu tempo

e dos morangos que me

adoçam a boca

adoçando a vida...

longe... muito longe

tem um olhar clandestino

há um sonho à deriva

esperando que as sementes

dos morangos despertem

para olhar o Amor ao

tempo dos Morangos...

 

11/07/2007

Balneário Camboriú

Brasil

 

 

 

 

Morangos

Rogério Martins Simões

 

É o tempo dos corpos estendidos

Das praias vestidas - cor de morango

Dos peitos nus; dos corpos aquecidos

Num aconchego, laçados num tango.

 

Vem minha amada

Este é o nosso tempo à beira-mar

Candeias iluminam a tua fronte.

 

Defronte às ondas, na praia deserta

Onde o deserto não cobre as dunas

Tinhas na duna, a duna entreaberta

E na descoberta esquecemos as runas…

 

É a temporada dos sonhos

De todas as estações - verbo e amar

Do sémen… do belo horizonte…

 

Vem minha amada

Sorvete de morango na hora doce

Quando, no calor, os calores apertam…

 

É a temporada

Do beijo indiscreto - agridoce

Memórias que os morangos despertam…

 

(Campimeco)

Aldeia do Meco, 13-07-2007

Portugal

 

 

 

Agradeço à poetisa brasileira, Maria Efigénia Coutinho Mallemont, o lindo poema, morangos, que me dedicou.

Como não podia deixar de ser, retribuo este seu lindo gesto com a minha versão de morangos.

Este é um “dueto” entre dois poetas, da língua portuguesa, separados no tempo, por dois dias, por duas estações: Inverno –Verão  e irmanados pelo enorme amor à poesia.

Foi um prazer partilhar convosco este nosso momento de poesia.

Rogério Martins Simões

 

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Piso a areia da praia

 

 

 

Piso a areia da praia

Rogério Martins Simões

 

Piso a areia da praia!

Que peso pesam os pés!

Parecem mesmo uma raia

Presa nas marés.

 

Transporto a toalha

Levo comigo o jornal

Lembro-me de jogar a malha

Levo a dor no bornal

 

Piso a areia da praia!

Vou pela borda da água.

Onda amena que se espraia

Leva contigo a minha mágoa...

 

Queria de novo ter saúde

Seria novamente tão feliz

Tremer não é virtude

Tremer eu nunca quis

 

Deito-me!

Penso!

Mesmo deitado no chão

- Mulher! Porque me aturas?!

Não te queria dar razão

Mas és tu que me seguras!

 

Como esta areia brilhante

A que a praia chamou de sua

Areia que da praia és amante

Oh mar salgado a praia é tua!

 

Um perfume paira no ar…

A vida a Deus pertence

O sol quente esconde a lua…

A maresia não veio para ficar...

A Parkinson não me vence

Vou continuar a lutar!

 

Piso a areia da praia

A maresia sofre um revés

A areia parece cambraia

Sacudo a raia dos pés…

 

Aldeia do Meco

 

 

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O mar está calmo...


 

 

 

 

 

 

 

(Óleo sobre tela Elisabete S. Palma)

 

 

 

 

 

O MAR ESTÁ CALMO!
Rogério Martins Simões
 
O mar está calmo
Na onda até se rema
O céu está azul
No chão até se ama…
O peixe não pica
Picam as gaivotas
Que lembram gaviões
O mar está azul
A areia é de oiro
O oiro nem é riqueza
Qual é o maior tesoiro?
É a mãe natureza!
 
30-09-2004 19:28:45
Aldeia do Meco
 
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Poesia com sabor a liberdade

 

 

 

O CÉU PODE ESPERAR...
Rogério Martins Simões
 
Com a delicadeza de Tua mão,
Nas Tuas mãos
Com a mão na minha consciência
Consciente dos meus actos
Parcos e isolados
Eu me denuncio
Eu me fortaleço
E cresço
Eu me alindo
E deslindo...
Quem me dera ser
Um pedaço de céu!
Mas o céu pode esperar...
 
Espera!
Devolve-me o meu sorriso
Toca-me ao menos ao de leve
No meu movimento, no rosto
E leva para longe
Esta incerteza...
Este meu desgosto!
 
Vem!
Sopra sobre mim!
 
Pesadas estão as minhas mãos
Que não desarmam
Baralham-se
Confundem-se
Desalinham-se
Desarticulam-se
Que se cuide a natureza
Que me deu este estar
Pois a irei combater
Para ser…
E o céu pode esperar
 
Que Te importa que continue
Qual o mal que isso Te trás?
Traz-me vivo na esperança
Eis a Tua fortaleza
Que aliada à minha fraqueza
Me renova
E cresço
Me alindo
E deslindo
Quem me dera ser
Feliz e não sofrer
E o céu pode ir indo…
Indo para onde quiser
Que espere!
Pois não estou preparado!
 
Coloca as Tuas mãos nos meus cabelos
E deixa-me de novo sorrir.
 
24-01-2005
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
 

A POESIA COM SABOR A LIBERDADE

Tornou-se um hábito calcorrear, aos fins-de-semana, as estradas que me levam de Lisboa a Meco.

Para quem não sabe, o Meco possui belas praias, um microclima muito particular e situa-se na Arrábida, perto de Sesimbra.

Quem conhece sabe como é difícil o trânsito à Sexta-feira. Por isso arranjam-se truques - A minha esposa vai mais cedo e recolhe-me no terminal dos barcos no Seixal, depois, é um pulo para o destino.

Quis o destino que conseguisse com o esforço do nosso trabalho adquirir uma residencial “ auto caravana” num parque de campismo. Foi assim que o Meco passou a fazer parte de mim, tal como a praia das Bicas, as bicas, a argila, o António do Meco que me fornece o peixe fresco, a pastelaria onde leio o primeiro jornal diário e o desportivo, a mercearia que vende o melhor pão do mundo, a papelaria onde compro jornais e as revistas e alguns particulares, que quase me adoptaram, onde me abasteço de legumes e outros produtos caseiros.

 - Sr Rogério aqui está o seu pequeno-almoço: dois pães com manteiga e o sumo e o café quando quiser.

- Amigo António o que é que se passa com o nosso Sporting?

- Amigo Rogério aquilo é uma desgraça, mas já estamos habituados a sofrer!

- Sr Rogério, tenho meia dúzia de ovos frescos guardados para si.

- Sr. Rogério, quantos pães quer para amanhã?

Conversa puxa conversa lá se vão as manhãs e o descanso acaba tão rápido como começou. Ainda assim sobra-me tempo para ler a revista “XIS” do jornal diário “O Público” onde não dispenso a coluna da ilustre escritora e jornalista “Laurinda Alves” e a crónica de “Faiza Hayat”.

Tudo isto para dizer que esta semana tive de ligar para a mercearia do pão a dizer que não ia, pois não podia faltar ao convite do meu amigo e colega de trabalho, jurista, cantor, compositor e poeta José Baião Santos (irmão do outro Baião ilustre conhecido) que, como bem sabem, foi também extensivo a todos vós.

Acabo de chegar. Foi pena que tão poucos estivessem presentes. O José Baião e outro amigo tocaram e cantaram belos poemas por si musicados. Falou-se de poesia, leram-se poemas de mais de 30 poetas consagrados entre os quais Jorge de Sena e Fernando Pessoa.

Foi a primeira vez que participei num encontro ao vivo e participativo sobre poesia onde houve tempo para tudo até para eu ler dois poemas meus. Por fim emocionado, já tremendo do pulsar das palavras e da doença o José Baião ainda leu mais 3 poemas meus e gostaram.

Afinal quis Deus ou o destino que alguns poetas e amantes da poesia me expressassem ali, pessoalmente, o reconhecimento à poesia que escrevo e não edito.

Em 18 meses este blog foi acedido cerca de 1 milhão de vezes, daí estar aqui para vos agradecer as inúmeras presenças neste livro de poesia. Todos vós sois parte da razão para não ter destruído a minha poesia Falta-me a saúde para continuar com aquele vigor que tinha quando escrevia e rasgava os poemas ao sabor dos amores e desamores. Irei continuar se a saúde o permitir e desde já vos prometo um lindo poema intitulado “Quisera andar de carrossel” para agradecer 1 milhão de acessos.

Viva a poesia com sabor a liberdade.

Rogério Martins Simões

 

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MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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