MEU AMOR TARDIO E CALMO
Rogério Martins Simões
Meu amor tão fora de horas,
Sem ter tempo, sem demoras,
Será sempre um belo salmo.
Nestes versos que me deito,
Tapo com eles o teu peito
Neste amar tardio e calmo.
Tão perdidos, tão tardios…
No estuário dos nossos rios…
Vão crescendo os nossos laços.
Tão eternos, tão antigos.
Amantes, carentes, amigos
São assim os nossos passos
Se Deus aos dois protegeu,
Tanta ventura nos deu,
Não nos irá separar.
Com a força que nos resta…
Faremos dela uma festa
Pra te amar, amar; amar.
Meco, 13/03/2018 17:53:52
(Poema para incluir no meu próximo livro: POEMAS DE AMOR E DOR”
Poemas de amor e dor
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publicado às 22:52
Nem uma só palavra perdida
Rogério Martins Simões
Nem uma só palavra perdida!
Nem um só gesto desmedido!
É como um encanto, que encanta.
Vou ter saudades da vida.
Que bonitos nós vamos!
Será que nos veremos depois?!
Que pena não termos nascido mais tarde,
Para mais cedo nos conhecermos os dois.
Assim vou ter saudade,
Deste encanto que encanta a vida.
O teu amor me renova e cativa:
Nem uma só palavra perdida…
Que lindos nós vamos
Neste percurso tão curto de vida.
25/10/1996
(Registado no Ministério da Cultura
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C.
Processo n.º 2079/09)
A publicar no próximo livro
Poemas de amor e dor
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publicado às 19:53
Foto de um painel que existia perto de Alcântara. Faz parte das fotos que tirei desde 1974
Este meu poema pretende ser um hino ao trabalho.
A MINHA POESIA DE HOMEM SOLTO
Rogério Martins Simões
Lancei ao vento,
O meu pensamento emigrante,
A minha poesia de homem solto.
E colhi, por cada palavra,
A aragem fresca da manhã.
E disse-me “Suor do campo”:
-Toma o meu pólen de flor liberta
E compartilhemos o saco da fruta madura.
Lancei ao vento,
O meu pensamento emigrante,
A minha poesia de homem solto.
E tomei, de madrugada,
O “Mata-Bicho” em fato-macaco.
E disse-me o Sujo de Fábrica:
-Toma o arado,
A faca por mim feita,
E comeremos também
a fruta madura.
Lancei ao vento
O meu pensamento emigrante,
A minha poesia de homem solto,
E colhi por cada palavra,
Na palavra, a onda calma.
E disse-me o “Mestre da Traineira”:
- Toma esta rede!
- E come também
Este cardume de vida,
Tão cheio dos nossos mortos,
E repartamos o saco da fruta madura.
Lancei ao vento
O meu pensamento emigrante,
A minha poesia de homem solto,
E colhi em toda a palavra
Um estilo novo;
Numa amizade velha…
E, num arranha-céus da construção civil,
Petiscámos todos:
O peixe vivo.
A carne fresca.
A fruta madura.
O mosto da uva.
Servidos pelo pólen da poesia livre
Colhendo a cada instante
A união do trabalho das forças produtivas.
Deixo-vos aqui
O meu pensamento emigrante,
A minha poesia de homem solto…
1984
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Poemas de amor e dor
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publicado às 14:13
Menina, seja onde for …
Romasi
Rogério Martins Simões
Terna e doce recordação
de tão linda menina:
luzia no meu coração
numa caixa pequenina…
Sonhava sempre contigo!
Nunca havia traição!
Apenas o injusto castigo:
Terna e doce ilusão…
“Terna e doce recordação
Nunca deixaste de me pertencer
É meu, o teu coração
Por favor ajuda-me a viver”
Menina, seja onde for,
Onde e quando Deus quiser.
Rio de seiva na tua flor…
Ontem menina, hoje mulher…
1988
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Poemas de amor e dor
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VIDEO
Poemas de amor e dor
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BATE, BATE, CORAÇÃO
Rogério Martins Simões
Quando com dores me deito,
Sinto galopar no peito,
Este sofrido alazão.
Por me sentir a tremer,
Soluço poderá ser,
Não saltes mais coração.
Com esta dor que rejeito,
Esta vida assim sem jeito,
Talvez mude de missão.
Com este meu mal-estar
Oiço o meu peito gritar:
Não batas mais coração.
Sabes bem que sou sincero,
Não penso sequer que espero,
Por piedosa solução.
E antes que bata demais
Diz à vida ao que tu vais:
Parar o meu coração.
Mas se ainda voltas a ter,
Coragem para viver,
No meu peito de paixão.
Deus te deu vida severa,
Tens o meu tempo à espera,
Bate, bate, coração.
Meco, 19/01/2017 21:41:37
(A publicar no meu próximo livro)
(Direitos de autor protegidos)
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(Foto de Rogério Martins Simões)
A seguir a mim
Rogério Martins Simões
A seguir a mim
Tudo perdurará no tempo:
No Sol,
No orvalho da manhã,
Tudo é e será diferente.
A seguir a mim
Tudo irá andar,
Guiar,
Parar,
Falar,
Ou gritar!
Quero girar
Por onde tudo anda
E nada para.
E, acima de tudo,
Quero acordar no tempo
E partir!
Andar por aí…
Fazendo tudo, e nada,
Em busca do meu papel.
Que papel?
De um jornal que se apaga,
No estrume,
Ou se queima no lume?!
Então, que arda!
Ou a vida se renove.
Mas… a prova?
A prova está aqui,
Ainda vivo,
Cheirando o ar,
Semeando,
Colhendo,
O brilho do sol
Por entre as nuvens.
Quero atravessar os desertos
Do pensamento
E colher as areias
De cada momento:
Grão a grão!
Até ao fim!
Pois a grandeza é estar vivo
E, de certeza,
Permanecer no espaço,
Depois de ido…,
À espera
Que uma simples gota, de orvalho, caia
E me traga de volta,
Sem cabelos grisalhos,
Um sorriso de criança:
No colorido de uma crisálida;
Ou num papagaio de papel.
A seguir a mim
Tudo será diferente…
15-12-2003
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspeção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Poemas de amor e dor
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publicado às 21:53
INQUIETAÇÃO
Rogério Martins Simões
Sempre que a poesia me desinquieta,
por mim chama e de tão acesa crepita,
é toda esta minha alma que se agita:
Nos versos desta rescrita irrequieta.
Nada impede o presságio do profeta,
aquando nos augúrios os predita.
Por que calar a voz de quem os dita,
nos poemas que minha mão completa.
Que na força de um poema há mistério.
Quem o lê lhe dará demais critério,
se a tantos mais sofridos inquietei…
Por inspiração divina, ou terrena,
tudo deixei até não correr a pena:
Os meus poemas de quem são? Não sei…
Meco 03/03/2016 00:51:42
Poemas de amor e dor
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publicado às 22:34
DARFUR - SUDÃO
Rogério Martins Simões
Era uma noite, tão noite,
Nem uma só luz existia,
As velas, acesas, não brilhavam.
Lá fora nem luar havia…
Metia medo!
Ninguém dizia!
Ninguém murmurava…
O silêncio era gélido!
Esperavam o dia,
E os corações sangravam…
Medrosa agonia,
Metia medo!
Ninguém diria…
Vieram os cavaleiros de negro…
Despedaçaram as portas!
Violaram! Mataram!
Derramaram o sangue!
Verteram-se as lágrimas!
Levaram os moços!
Incendiaram o chão!
Queimaram os corpos em pira!
Envenenaram os poços!
E partiram sedentos de ira!
Que tragédia é essa - Sudão?
Voltou o dia!
Fez-se noite!
Viram-se de novo as estrelas!
Que é do teu povo Sudão?
4/4/2005
(Dedicado a João Paulo II)
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09)
Este meu poema encontra-se publicado no Brasil, pela Abril Educação – Editora Ática, numa obra didática intitulada Fronteiras da Globalização , de autoria de Lúcia Marina e Tércio , destinada ao Ensino Médio brasileiro.
Poemas de amor e dor
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publicado às 22:54