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POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

POEMAS DE AMOR E DOR

Livro de poesia GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO Editado pela CHIADO EDITORA Poeta: Rogério Martins Simões Blog no Sapo desde 6 de Março de 2004 Livro de poesia POEMAS DE AMOR E DOR (Chiado books) já à venda

Volto a sacudir os olhos na escrita

VOLTO A SACUDIR OS OLHOS…

Rogério Martins Simões

 

Volto a sacudir os olhos na escrita.

Por agora tenho o caderno e a mente.

Tenho tudo para ser feliz

Por ora

 

Uma criança chora!

Chora, não sei.

Chora sempre!

Deram-lhe tudo para ser feliz…

Quem mente?

 

As ondas varrem a cidade

Que flutua

Num extenso areal adornado de adereços…

 

Volto ao caderno.

Não escrevo!

Ligo palavras, sílabas.

Que sílabas?

Tinha tudo para ser feliz,

Por um tempo inútil,

Onde tudo não passou

De uma forte gargalhada de dor.

Doem-me as palavras rasgadas,

Tramadas.

Dói-me esta dor que se expande num tempo

Que me tinham reservado para ser feliz.

 

Sigo no tempo

Ou pegarei no tempo a tempo?

Que sinto?

Alguém falou?

Alguém deu nas vistas?

As vistas curtas confundem as próprias vistas!

Não viste nada. Desandas!

 

Se ando por fora dos papéis voo nas vistas.

Se conseguisse andar daria nas vistas…

Estou sentado numa cadeia de ferros

Tenho o caderno afundado numa teia de ferro.

A ferro e fogo.

Já fui fogo.

Água e gelo

Gelo os meus pensamentos…

Que faço destas mãos?

 

Levaram as sementes do meu campo de trigo

Trinco sementes de girassol

Neste cantar de desabrigo…

Estou fechado no prédio móvel…

Que é meu corpo.

Que dilema:

Perdi as forças;

E estou num colete-de-forças…

 

Volto a olhar para dentro,

Olho o meu corpo,

Conheço a idade do meu corpo,

Não estou mal para a sua idade…

Que idade tenho?

 

Quero fugir de mim

E dão-me dose dupla…

Se conseguir sobreviver

Saberei viver?

Viverá quem já não goste da vida?

Que vida?

Fechada neste cadeado?

 

Movimenta-me a dose dupla,

Volto a andar:

Subo o patamar da mente;

E desço de andar na escrita…

 

Poucos Metros me afastam da meta

Onde já fui primeiro…

Voa, atleta

Poeta

De corpo inteiro!

 

Meco, 12 de Julho de 2009

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Tardia amargura...

 

 

TARDIA… AMARGURA

Rogério Martins Simões

 

Levaram a minha estrela…

Fiquei sem rumo.

Cegueira virtual

que me conduz ao abismo.

 

Tardia… amargura.

Pois, de tanto a amar,

Acabo por passar

Com a lua à cintura…

Preciso de luz!

Preciso de paz!

 

Conduziram a minha estrela…

ao hospício.

Amarraram-na

num colete-de-forças…

Medeio um conflito

entre loucos…

 

Rasteja barata pelas

Paredes…

Não forces o teu riso!

Se não a avisto…

Visto um disfarce

e liberto os prisioneiros…

Preciso de luz!

Preciso de paz!

 

Tiraram-me a estrela

De um antigo verbo amar...

Quanta ingratidão!

 

Deixei de vê-la

Acabo por cegar…

Ainda, assim,

Enxergo a amargura…

 

Preciso de luz!

Preciso de paz!

 

Lisboa, 3 de Maio de 2007,

Alterado em 2011

 

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

SOLUÇO

 

(FOTO PADRE PEDRO)

 

 

 

SOLUÇO

Rogério Martins Simões

 

O rio que corre no meu olhar,

De tantas vezes corrente,

Finge e vai desaguar

Aos meus olhos de nascente.

 

E se volta a soluçar

Dando conta da enchente;

O rio faz transbordar

A tristeza que sente…


Campimeco, Aldeia do Meco, 18-12-2011 22:32:33

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Amanhã estarei melhor (Poema e vídeo)

Amanhã estarei melhor

Rogério Martins Simões

 

Hoje continua o lastro

do meu estado de alma

do dia de ontem.

 

Estou envolvido

Numa teia que enleia.

Estou como que pregado

A um madeiro

Sem pregos ou cordas.

Solto uma terrível agonia

E, sem dar conta,

Nem vómitos dão a perceber.

 

Sou uma represa invisível

Num turbilhão de água

Pesarosa.

 

Se ao menos chorasse.

Se ao menos morresse.

 

Sou um ser solitário,

Acompanhado

Com a mulher mais presente:

- O amor da minha vida.

 

Será do tempo?

 

Hoje meu corpo

Nem o Tejo espreitou!

Sinto-me agarrado a nada,

E nem mesmo a lua

Terá saudades em me ver.

 

Este vazio imenso

Parece furtar

As palavras do coração.

Parece levar a alma,

Que renascia,

Quando noite fora partia,

Pelo Tejo,

Em busca de uma bruma de saudade.

 

Será do Inverno?

 

Não! O Inverno esquivou-se

Nas estações esquecidas,

Onde nem as carruagens

De terceira classe param.

 

Amanhã estarei melhor!

2008

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Doutas palavras do coração

 

 

 

DOUTAS PALAVRAS DO CORAÇÃO

Rogério Martins Simões

 

Bom é partir! Melhor é chegar!

Pois na ventura

nunca se sabe quem parte,

ou quem chega,

se quem  viaja

não tiver alguém à espera.

 

E se acaso tropeçar,

se não restar tempo

para a tempo chegar,

conhecerá alguém

os caminhos por onde andei?

 

E se derem pela tua falta,

se não fizeres falta:

chamar-te-ão pelo nome

se nem nome tens?

 

Volto a viajar

na têmpera das palavras.

Gosto das palavras!

De apregoar ao vento,

a minha presença,

para que tenham à mão,

a água pura e pão caseiro

quando chegar.

 

Levarei o pó da estrada

ou as algas do mar!

 

Para que saibas,

para que me reconheças,

olha-me nos pés descalços,

nos trapos rotos,

e nas doutas palavras do coração.

 

Levarei comigo o sal

para temperar

os novos conceitos de felicidade.

 

E se estiveres só,

à minha espera,

e não te der nada,

ainda assim

mereci a tua presença?

 

Não me esperes!

Vem ao meu encontro,

pelos caminhos

por onde,

ainda,

terei de andar!

 

12/11/2007

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Chora tristeza...

 

 

Foto da National Geographic

 

 

CHORA TRISTEZA...

Rogério Martins Simões

 

Atravesso os muros

que derrubam os silêncios…

 

A agonia morre emparedada…

(cobardes, abutres,

Corja repugnante da sociedade…)

 

 

Chora tristeza,

Que o menino

Perdeu as asas para voar…


Morre vileza

Que ao passarinho

Nem o deixaram cantar...

 

Bruxas, adivinhas e contos de fadas

Nem os deixaram escutar...


Chora tristeza

Que o menino

Lágrimas

Não tem para deitar…

 

 

…Nem tem como fugir...

 

Meco, 25-06-2011 18:14:12

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Alvoroço...

 

 

 

ALVOROÇO

Rogério Martins Simões

 

Escondo a mão,

Mão no bolso.

Qual a razão

Do alvoroço?

 

Todos me olham!

Todos reparam!

Que trapalhada:

(se fosse canhoto

Disfarçava…)

 

Treme a mão!

Treme o garfo!

Não tenho fome!?

Peço um café.

Sofro!

 

6/2004

(Registado no Ministério da Cultura

- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

 

 

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

Improviso da alma e do poeta

 

Foto de Rogério Martins Simões

 

SANTA PÁSCOA

 

 

Improviso
da alma e do poeta

(Rogério MartinsSimões)

 

Dia a dia o desamor

Quebra o sentido da vida

Sofre-se em segredo

E na incerteza...

Reina a ganância,

A injustiça

O sofrimento, a pobreza,

E o medo!

 

É fácil dizer:

Temos de ser solidários!

Ser… não é fácil?

A vida é tortuosa,

Manhosa,

Vai tudo numa pressa.

E na pressa tudo olha

Nada se vê!

 

Olho! Nada vejo!

Olho! Nada sinto!

Olho! Olho! Olho!

Que vejo?

Vai tudo na pressa

À velocidade do salário

Vai tudo na pressa

À velocidade do ganho!

E o homem virou máquina,

Computador

Autómato.

 

Mas… o luar está igual

O céu não mudou!

Mudou a humanidade

Que perdeu a individualidade.

Passámos a ser números,

Peças de inventário.

Desumanidade!

 

Dia a dia

Caem os valores morais

Perfilam as estatísticas

Dos ganhos:

Ganha a produção:

Ganha-se menos!

Trabalha-se mais:

Ganha-se menos!

Que importa?

Se um homem tem fome?

E se há revolta.

Que importa?

A quem importa?

Importa é o dinheiro

Ser rico,

Virar banqueiro.

 

Mas… a areia cintila no deserto!

E nem tudo o que brilha é oiro

- Não vedes o céu a irradiar?!

Não! A humanidade não luz:

A sociedade é egoísta,

Prolifera o desamor.

Importa é estar na "berra"

E neste egoísmo nada sobra.

Está quase a bater no fundo!

 

Estes tempos são difíceis

Só há tempo para o fútil,

Para a notícia brejeira,

Para a asneira

Para a coscuvilhice.

E nesta agitação…

A alma consome

E o corpo mata.

 

Mas o mar permanece azul!

O melro assobia

O vento vira furacão.

 

Passou o tempo…

(O tempo passa depressa)

E na pressa

Não há tempo para filhos.

Dos filhos para os avós.

Dos avós para os netos.

Dos meninos para a família!

 

Volta poesia!

Volta poeta...

Acredita...

Que estamos no Outono,

Mais logo… será Inverno,

Vem aí a Primavera

Tudo será verde… renascido,

E de volta ao lar,

Em redor da lareira

Quando o dia findar,

Os avós,

Os pais

E os netos

Recordarão histórias da vida,

Contadas sem segredos,

(Segredos bem guardados).

E desses segredos

Renascerão

Os gestos colectivos de amor

Repreendidos

E esconjurados

Os actos egoístas

De desamor.

 

E os meninos

De volta às escolas

(Sem números nas camisolas)

Pintadas a lápis de cor

Vão ter recreios doirados

Em mil e uma aventuras.

E se treparem às árvores,

Subirão à “Torre de Babel”

E todos se entenderão

Na mesma língua.

 

Porque a terra vai ser paraíso

E os frutos não serão proibidos...

 

Lisboa, 29-10-2004 22:27:03

(Registado no
Ministério da Cultura

-
Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –

Processo n.º 2079/09)

 

Poemas de amor e dor conteúdo da página

amrosaorvalho.gif

MEIO HOMEM INTEIRO
Rogério Simões
 
Meia selha de lágrimas.
Meio copo de água
Meia tigela de sal
Meio homem de mágoa.
Meio coração destroçado
Meia dor a sofrer.
Meio ser enganado
Num homem inteiro a morrer.
11/4/1975

Todos os poemas deste blog, assinados com pseudónimo de ROMASI ou Rogério Martins Simões, estão devidamente protegidos pelos direitos de autor e registados na Inspecção-Geral das Actividades Culturais IGAC - Palácio Foz- Praça dos Restauradores em Lisboa. (Processo 2079/2009). Se apreciou algum destes poemas e deseje colocar em blog para fins não comerciais deverá colocar o poema completo, indicando a fonte. Obrigado

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