À CONQUISTA DE LISBOA
À CONQUISTA DE LISBOA
Rogério Martins Simões
Em tempos
Quando o tempo passava lentamente
Hasteava a minha bandeira
De sonho e fantasia
E desertava da minha rua
Partindo à conquista.
E trazia nos pés botas cardadas
Com que desandava
e desbravava Outras ruas
(Outros campos de batalha)
Sem me perguntarem quem era
Eram os calções esfarrapados
E os joelhos esfolados
A camisa de cruzado
Com tintura de iodo pintada
E tinha um corcel feito de nada:
Um cavalo de pau de vassoura
Com que minha mãe me dava…
E tinha uma espada
Feita de uma cruzeta tresmalhada
E um escudo protetor
(Uma tampa de panela desirmanada...)
E os miúdos da minha rua
Armaram-me Cavaleiro de Lisboa
Ai como o tempo voa
Da minha rua,
Que passo agora em revista,
Parti um dia à conquista:
De moiros e tesoiros:
Cromos da capelista
Onde a minha fantasia morava
Praia das Bicas, Meco, 10-04-2011 22:57:15