Deixa a Ternura
DEIXA A TERNURA
Rogério Martins Simões
Quando no desespero em que me deito,
Como uma onda varrendo no mar alto,
Quantas vezes calado em sobressalto,
É esta imensa dor que me vai no peito.
Que cruel é este sofrer sem mais proveito,
Arfando até não mais, e neste assalto,
Para onde o meu presente levou a salto:
Assim vai esta dor que me dói e rejeito.
Luta desigual, foi esse o seu recreio,
Que bem cedo legou este meu tormento.
Tarde me tarda meu último movimento…
Eterna prisão foi esta que me enleio,
Num conflito que me leva à loucura,
Quase tudo levou: Ficou a ternura…
Meco, 19/03/2016 22:36:37
(próximo livro)