ENVOLTA EM SILÊNCIOS E FLORES
ENVOLTA EM SILÊNCIOS E FLORES
(Rogério Martins Simões)
Envolta em silêncios e flores,
Como se as flores te cobrissem de pétalas,
Eu te chamei deusa:
Percorriam os teus seios, colar escarlate,
Desvarios recortes de porcelana.
Estavas linda!
Partilho estes jardins de sombras
Deliciosas.
Contagiam-me as serenas manhãs,
Os frutos selvagens
E enamoro-me das estrelas.
Noite fora sou um viajante
Percorro silêncios,
Escuto os meus passos nas vielas.
Que seria de mim se não te
Reencontrasse!
Sabes a morango selvagem!
Sabes a cravo e a canela!
Se partir voltarei
Envolto em luz.
Te cobrirei de pérolas
(te chamei de musa)
E serei como a brisa,
Aragem,
Perpétua e ondulante
O sol penetrante na tua janela.
24-03-2006
Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)