O FADO...
O FADO
Rogério Martins Simões
Quem da vida se não farte, e esperto,
Acerta a arrogância e a postura;
Pois dote de orador terá o decerto,
Cavaleiro de tão triste figura…
Que sendo pior que burro e burro certo,
Têm na melosa voz fatal falsura,
Para assim esgrimir demais o incerto:
A eito e a preceito na tal conjuntura…
Nesta tão pouca sorte e má contenda,
Há um povo que parte na triste senda,
Sem ter destino ou sorte, e esmorece.
Assim se vejo aqui o próprio demérito
No presente de tal e qual pretérito:
É fado! “Malhas que este Império tece”!
Meco, 20/09/2013 01:20:17
(Simões, Rogério, in “GOLPE DE ASA NO SEQUEIRO”,
(Chiado Editora, Lisboa, 1ª edição, 2014)
ISBN 978 989 51 1233 3) (Página 141)