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Poemas de amor e dor
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publicado às 14:48
ETERNAMENTE PERDIDA
Rogério Martins Simões
Tens no rosto todas as estrelas!
No peito bordados de luz.
Tens na noite todas as velas.
Sem velas e o teu corpo reluz.
Em teus cabelos adormeço.
Na tua lua me dás guarida.
Amor! Estou de regresso…
Amor! Estou de partida…
O vento parou!
A terra latejou!
Numa pauta adormecida…
Minha noite sensual!
Pura nota musical!
Eternamente perdida…
Poemas de amor e dor
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publicado às 18:14
(yong girl VAN GOGH)
CAEM LÁGRIMAS
(Rogério Simões )
Rolam-me na face
Caem no chão
Secam com o vento
As lágrimas tristes
Do meu coração!
Continuo escrevendo,
Versando tua beleza,
Apenas interrompido
Por longos suspiros
Da grande tristeza
De meu coração!
E, se depois penso…
Que jamais serás minha:
Rolam-me lágrimas
Pelo rosto molhado
Caem no chão!
Secam com o vento!
As lágrimas tristes
Do meu coração.
Abril de 1968
Poemas de amor e dor
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Imortal formosura
Rogério Martins Simões
Há em ti estranha
beleza
Há em ti tanta
candura
Laivos ténues de
tristeza
que se difundem na
doçura
E não me digas que és feia
se és tão pura
Teus olhos, lindos,
ralham
cegados de ternura
caem em mim e não
baralham
a tua imortal formosura.
1968
Poemas de amor e dor
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COVEIRO
(romasi)
Cava coveiro
Ganha o teu pão
Não desanimes e cava
Levanta a terra do chão.
Tapa
Enterra
Sepulta
O corpo do teu irmão.
Se é assim a tua vida
Cumpre a tua missão!
O sino já tocou
As badaladas são iguais
Vamos, abre o pano
Mostra o cenário aos mortais
Representa a tua peça
Nesse teu palco de vida
Onde todos são iguais
Que tamanha tragédia
Onde tu és actor
A todos fazes sofrer
A todos fazes chorar
Mas não pares
Continua a representar.
Que importa a tua face dorida
Se tens de cavar
Para ganhara tua vida.
Espera velho coveiro
Escuta a boa-nova
Tapa
Enterra
Sepulta
Não caves a tua cova.
1968
Poemas de amor e dor
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publicado às 13:44
Improviso da alma e do poeta
(Rogério Martins Simões)
Dia a dia o desamor
Quebra o sentido da vida
Sofre-se em segredo
E na incerteza...
Reina a ganância,
A injustiça
O sofrimento, a pobreza,
E o medo!
É fácil dizer:
Temos de ser solidários!
Ser… não é fácil?
A vida é tortuosa,
Manhosa,
Vai tudo numa pressa.
E na pressa tudo olha
Nada se vê!
Olho! Nada vejo!
Olho! Nada sinto!
Olho! Olho! Olho!
Que vejo?
Vai tudo na pressa
À velocidade do salário
Vai tudo na pressa
À velocidade do ganho!
E o homem virou máquina,
Computador
Autómato.
Mas… o luar está igual
O céu não mudou!
Mudou a humanidade
Que perdeu a individualidade.
Passámos a ser números,
Peças de inventário.
Desumanidade!
Dia a dia
Caem os valores morais
Perfilam as estatísticas
Dos ganhos:
Ganha a produção:
Ganha-se menos!
Trabalha-se mais:
Ganha-se menos!
Que importa?
Se um homem tem fome?
E se há revolta.
Que importa?
A quem importa?
Importa é o dinheiro
Ser rico,
Virar banqueiro.
Mas… a areia cintila no deserto!
E nem tudo o que brilha é oiro
- Não vedes o céu a irradiar?!
Não! A humanidade não luz:
A sociedade é egoísta,
Prolifera o desamor.
Importa é estar na "berra"
E neste egoísmo nada sobra.
Está quase a bater no fundo!
Estes tempos são difíceis
Só há tempo para o fútil,
Para a notícia brejeira,
Para a asneira
Para a coscuvilhice.
E nesta agitação…
A alma consome
E o corpo mata.
Mas o mar permanece azul!
O melro assobia
O vento vira furacão.
Passou o tempo…
(O tempo passa depressa)
E na pressa
Não há tempo para filhos.
Dos filhos para os avós.
Dos avós para os netos.
Dos meninos para a família!
Volta poesia!
Volta poeta...
Acredita...
Que estamos no Outono,
Mais logo… será Inverno,
Vem aí a Primavera
Tudo será verde… renascido,
E de volta ao lar,
Em redor da lareira
Quando o dia findar,
Os avós,
Os pais
E os netos
Recordarão histórias da vida,
Contadas sem segredos,
(Segredos bem guardados).
E desses segredos
Renascerão
Os gestos colectivos de amor
Repreendidos
E esconjurados
Os actos egoístas
De desamor.
E os meninos
De volta às escolas
(Sem números nas camisolas)
Pintadas a lápis de cor
Vão ter recreios doirados
Em mil e uma aventuras.
E se treparem às arvores,
Subirão à “Torre de Babel”
E todos se entenderão
Na mesma língua.
Porque a terra vai ser paraíso
E os frutos não serão proibidos...
Lisboa, 29-10-2004 22:27:03
(Registado no Ministério da Cultura
- Inspecção-Geral das Actividades Culturais I.G.A.C. –
Processo n.º 2079/09 )
TEUS OLHOS, MIRAGEM…
Rogério Martins Simões
Teus olhos são dois ímanes
Que me agarram a ti
Tua boca é a miragem
E a mais bela que já vi
Olho para ti em vertigem
Cubro-me com o teu ardor
Vivo na ânsia de te ter
Junto de mim, meu amor
Será para ti, minha alma bela,
Meu coração revestido a oiro
Eu te ofereço a minha vida
Em troca de ti, tesoiro
Minha miragem serena
Criada em tempos de primavera
Escuta em palavra amena
A minha eterna quimera
Teus olhos são a imagem
Que me agarram a ti
Tua boca é a miragem
E a mais bela que perdi…
1968
Poemas de amor e dor
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publicado às 23:59
JUIZ DINHEIRO
Romasi
Rogério Martins Simões
No jogo que começou
a luta é de morte…
O dinheiro ataca!
O dinheiro defende!
Ao redor, gente, multidão,
Lançam fichas no jogo…
Uns o atacam.
Outros o defendem.
E tudo o acusa…
Ficha eterna
Não há dinheiro!
Banca rota!
Sobe o réu ao cadafalso
Porque não tem dinheiro
E está inocente.
11/1968
Passou o tempo da injustiça
Os pobres inocentes
não serão condenados.
Viva a revolução
Os políticos
e os magistrados.
- Será que sem dinheiro
Se fará justiça?
2005-09-09
Rogério Simões
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publicado às 23:10
O QUADRO DA GUERRA
(Romasi )
Pintor
Pega na tua tela e pinta.
Mostra a beleza da paisagem,
mostra os horrores da guerra.
Não tens tinta,
Mas pinta!
Serve-te do sangue que corre
nos corpos que jazem por terra…
Não queres pintar!?
Só sabes desenhar,
pintar,
As belezas da serra!
Vá lá!
Porque não queres tu agora
se à tua frente
há montes sem terra!
Se à tua frente há desgraça!
Ah! Já pintas!
Então pinta
O quadro da guerra.
Lisboa, Escola Secundária Patrício Prazeres,
15/9/1968
(Homenagem aos mártires de Guernica)
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publicado às 23:08
(CEZANNE)
JUIZ DINHEIRO
Romasi
No jogo que começou
a luta é de morte…
O dinheiro ataca!
O dinheiro defende!
Ao redor, gente, multidão,
Lançam fichas no jogo…
Uns o atacam.
Outros o defendem.
E tudo o acusa…
Ficha eterna
Não há dinheiro!
Banca rota!
Sobe o réu ao cadafalso
Porque não tem dinheiro
Mas está inocente.
11/1968
editado em 2008
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publicado às 23:14
HOMEM
ROMASI
A idade chegou,
Dizem…
Já não sou adolescente
Agora dependo de mim
Sou consciente.
Homem
Pela força da idade
Um homem quase livre…
Debaixo das garras…
Subjugado…
Condenado à prisão
Livre…
Só o meu coração.
Sou um homem
Atirado para a vida
Só e só vou decidir
Ficar ou fugir…
Liberdade ou Prisão.
Mas sou um homem
Sou um preso condenado…
Sou um degredado
Obrigado
Mas não livre…
19/11/1968
Poemas de amor e dor
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publicado às 21:31