Para além do vento...

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(Foto minha com 22 meses, 1950)
ARREPIAM-ME AS LEMBRANÇAS Rogério Martins Simões Arrepiam-me as lembranças Das manhãs descalças… De um corpo fino De um bibe com alças: Memórias de um tempo menino. Sou alérgico às memórias ingratas! Clarabóias deixam passar a luz, Que derrete o gelo indeciso Por onde passou um tempo preciso, Das coisas belas e gratas. Sou um vestígio dos umbrais Que sustêm o peso dos meus sonhos. Tento viajar com os olhos cerrados Por um campo milho verde Com bandeiras a tocarem o céu… Vou jejuar! Não comerei os figos Bicados pelos gaios… Procuro na horta os abrigos Onde a distância dos Maios, Dissipam as canas dos trigos… Toquei na colmeia por querer! Sou um sopro de saudade Favo de mel com a minha idade Picado de abelhas ao alvorecer… Cheguei ao fim dos silêncios Onde as memórias são silenciosas. E os silêncios para contemplar… Quem vos disso Que tinha de atalhar os caminhos Na horta adulta… Se me resta um pedaço de água pura E um púcaro vazio para a apanhar…. Lisboa, Tejo, 18 de Outubro de 2007 UM NOVO ANO DE 2008 MUITO FELIZ PARA TODOS OS POVOS DO MUNDO Deseja, Rogério Martins Simões. Visitem o site que criaram para a minha poesia e vejam a arte do amigo Luís Gonçalves. Deixem um comentário ao autor do site que teve e terá imenso trabalho. Obrigado a todos! http://www.romasi.netpampilhosense.org

Reencarnação
Daniel Cristal
Preciso de outro corpo que sustenha
o brilho da firmeza, tida outrora,
e que guarde esta alma com a senha
duma senda vivida nesta hora...
Preciso de emigrar, de transumância,
de nova encarnação num outro corpo,
porque este já não firma a elegância,
e a um fácil desafio cai de borco.
Preciso de dizer um obrigado
a todo o amigo-companheiro,
e despedir-me assim do ser amado...
Irei voltar na forma de um obreiro
que continua a obra inacabada,
recordando a senha decorada.
2007.Portugal
de poesia
POESIA Y ALGO MAS
Quero agradecer à poetisa Anne MÜLLER o convite que me remeteu para mandar poemas para a Argentina.
Quero agradecer a
A tradução e adaptação poética para castelhano do meu poema inédito, “A MENINA DANÇA?”, e a sua gravação em mp3
OBRIGADO;
Rogério Martins Simões


(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

(Maria Efigénia coutinho & Daniel cristal
Namorado
Milhões de Sonhos; vou soltando
são asas de Amor, sorvendo
a ventania que vai passando...
Sorrindo céus vão se desvendando.
Vai Sonho, pela noite Misteriosa
vai gemendo com o vento, pelo
Universo, rompendo ondulação
embalando anseios numa prece!
Sonho rindo risos de Alvoradas
neste ninho desta tua alma santa...
Sonhos, dimensões enlaçadas indo.
Sobe Sonho pairando, sussurrando...
Ó Deus, abre tuas mãos, há por tudo um
Rumor de Noivado, abençoe meu Namorado!
Balneário Camboriú
2007
QUAL DIAPASÃO
Daniel Cristal
O encanto adentra o nosso canto
na voz do rouxinol ao pôr-do-sol;
a libelinha voa e também soa
nesse sinal bemol com que nos côa.
Vai no feliz sorriso da viagem
a paixão da palavra com sentido
na sua asa vibrante deslumbrante
qual vagem bi-fendida ressonante.
Não saio deste lugar, a melodia prende,
o timbre arrebata a melodia,
e a que não fende, afaga todo o dia...
É o espaço do amor, vivo sem fim
infindo o amor, infindo ao ouvido,
bandolim do olvido sustenido.
2007.Portugal
http://www.avspe.eti.br/daniel/indice.html

(Foto NGeographic)
Desencontro
Meu amor
Sei lá quem?
Nem sei
Se estará para nascer.
Meu amor, assim,
Desencontrado,
Remoto
E perdido por viver.
1976

FÁTIMA
Rogério Martins Simões
Acendemos as velas da penitência
Que ardem no meio das chamas
Acalmando a nossa consciência
Tanto sofrimento; tantos dramas
O sofrimento esbate a clarividência
Por um milagre esperas e clamas
Perdida a esperança na ciência
Resta a fé e Deus que tanto amas…
E se milagres da fé, na fé se derem
Coxos a correrem e os cegos a verem
Logo ali prometemos voltar…
Pisaremos descalços com um sorriso
Estradas, caminhos… o que for preciso
E regressamos a Fátima para rezar.
13-02-2004 18:35:46

(óleo sobre tela
Elisabete Maria Sombreireiro Palma)
DESAFIO AO POETA
Rogério Martins Simões
Iniciámos juntos a caminhada,
Proclamámos versos ao sol-pôr
Percorria um violino a estrada
E soltava uma canção de amor
Acendi nos anos todas as velas…
Não consigo disfarçar a ventura
Enfeitava teus cabelos na loucura
Se te visse voltarias às estrelas…
Esvoaçaram pérolas de violetas
Manhãs de sol, chuva e Primavera
Cresceram nos canteiros borboletas
Se te ler nos olhos serás quimera…
Olhei a manhã ver se não te via
Seguias os teus passos paralelos
Trago meiguice nos meus desvelos
Recordo em ti versos e alquimia
Não te sei sentir indiferente
Ocupa-me agora com o olhar
Cego não te irei olhar de frente
Resta o violino para recordar
Dança! Agora, vamos dançar
Melodia inacabada… clave de sol
Não te podia ver! Se te ver irei corar
Esvoaçam versos em girassol….
Lisboa, 03-04-2007 22:52:51